De home office a berço, empresa oferece móveis para aluguel por assinatura
Até o ano passado, trabalhar de casa era uma realidade para poucos. Mas, durante a pandemia, o lar virou o escritório para 11% dos trabalhadores ativos no Brasil. Com a nova situação, muita gente teve que correr atrás de criar um ambiente que desse o conforto necessário para as costas e para não afetar a produtividade.
Para isso, era necessário mesas e cadeiras que pudessem servir de baia de trabalho. Este foi o primeiro público-alvo do Spaceflix, serviço de aluguel de móveis residenciais lançado em dezembro de 2020 e que entrega cadeiras, mesas e luminárias em até sete dias em São Paulo (SP).
A Riccó Móveis, tradicional produtora de móveis, já oferecia, há seis anos, o empréstimo de mobiliário para escritório para grandes empresas e a ideia do Spaceflix surgiu em uma evolução do sistema de aluguel.
A gente oferece móveis que tenham um cuidado com design, que seja bonito. Então são gaveteiros que não parecem ser 'de escritório', que combinam com o ambiente residencial".
No catálogo de móveis do Spaceflix, há cadeiras de escritório, cujo aluguel sai a partir de R$ 84 por mês; mesas, que a mensalidade começa em R$ 74; e itens de decoração como quadros (com taxa inicial de R$ 49) e luminárias (R$ 15 por mês).
O home office, no entanto, não é o único cômodo disponível. Em maio deste ano, a empresa disponibilizou, também, itens para o quarto de bebês, com berços (a partir de R$ 145/mês), mesa de cabeceira (R$ 49/mês) e cômoda (R$ 46/mês).
Os pais de nenéns da quarentena gostaram e a linha baby já representa 15% do total de assinaturas do Spaceflix. "Porque um bebê usa um berço por dois anos. E depois, você faz o que com ele?", explica Riccó.
Mas vale a pena?
Depende do seu estilo de vida
Para quem vê o preço, pode até achar que não vale a pena alugar móveis. Com os carnês de lojas populares e o e-commerce, as parcelas de um novo item costumam sair por um valor semelhante ao aluguel do Spaceflix.
A questão é que, de acordo com Riccó, a assinatura é vantagem para um outro tipo de consumidor: aquele que quer pagar pelo uso, não pela posse.
Hoje em dia, uma pessoa prefere pagar um Uber ou um aluguel de carro do que comprar um veículo. Porque, o valor que ele investiria no automóvel, prefere pagar uma viagem, uma experiência", diz o empresário.
"Uma pessoa gasta por volta de 30% do valor de um imóvel em decoração. Nós queremos atender o consumidor que não acha vantajoso desembolsar esse dinheiro, mas ainda assim quer um móvel com um design bonito e de boa qualidade."
Além disso, o trabalho remoto mais popular fez com que uma parcela dos brasileiros procurassem maior flexibilidade de residência.
"Há quem prefere ficar pulando de residência em residência. Passar uma temporada no interior, depois na praia. E fazer isso com uma bagagem de móveis é complicado", afirma Fabio Riccó.
Enquanto para os mais conservadores, o Spaceflix entra como uma alternativa para lidar com os longos prazos de entrega de novos mobiliários.
"Atualmente, um novo sofá é entregue apenas 90 dias após a compra. Então tem muita gente que aluga um sofá no Spaceflix para usar enquanto o novo não chega." O item, um dos preferidos dos clientes do serviço, está esgotado.
Para pessoas e empresas
Segundo Fabio Riccó, o serviço atende dois tipos de clientes: a pessoa física e contas corporativas.
No primeiro caso, costumam ser homens e mulheres de menos 35 anos, que estão saindo da casa dos pais ou que estão se mudando para a sua segunda residência. São consumidores que ainda não querem fincar raízes em uma mesma casa.
As contas corporativas são, por sua vez, 60% do total de assinaturas do Spaceflix. São departamentos de recursos humanos de empresas que ainda não voltaram ao trabalho presencial e que querem dar o mínimo de conforto para seus colaboradores.
"Foram, no total, mais de 7 mil home offices entregues", pontua Riccó.
Volta ao escritório
As coisas devem mudar no futuro. Com 51 milhões de pessoas completamente imunizadas no Brasil, as companhias devem voltar ao escritório.
Isso não desanima o serviço de assinaturas, já que a realidade ainda não será como a de antes da pandemia. As empresas estão adotando o regime de trabalho híbrido, em que o funcionário se reveza entre o expediente no escritório e em casa, e a tendência é que serviços como o Spaceflix entre no pacote de benefícios de algumas empresas.
"Já temos clientes que oferecem a nossa assinatura como o Gympass, em que há uma coparticipação da empresa e do colaborador nas mensalidades", finaliza Fabio Riccó.
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