Duo Anavitória fala sobre início de carreira: "Meus pais não botavam fé"
"Eu conheci Tocantins quando ainda era Goiás", conta Zeca Camargo, introduzindo o bate-papo remoto com o duo musical tocantinense Anavitória, formado por Ana Clara Caetano Costa e Vitória Fernandes Falcão que, desafiadas a definir a maior característica dos conterrâneos de estado, cravam na lata: "a simpatia".
Atualmente, elas são vegetarianas, mas já se deliciaram muito com chambaril (corte acima da canela e abaixo do joelho do boi, com a carne do músculo que rodeia o osso), o ossobuco local. No entanto, a maior degustação das suas jovens vidas é a música. Isto desde que ambas se entendem por gente.
"A gente se conhece desde pequena, na escola, mas não éramos amigas. Começamos a trocar ideia muito em função da música. A Vitória queria me gravar, eu tinha um canal no Youtube. A gente se conheceu a vida inteira, mas só em 2014 se aproximou", conta Ana Clara.
Mas afinal, o que está por trás do estilo definido por elas como pop rural?
"Quando a gente teve que se apresentar em 2015 a gente adotou o rótulo 'pop rural', musiquinha aterrada. A caixinha que a gente se colocou. Mas depois foi mudando tanto, a sonoridade não tem mais aquela ruralidade", explicam as cantoras, cuja infância foi passada na pequena Araguaína.
Era chão de barro, mas no momento que a gente crescia a cidade também crescia"
.
Falando de caminhos e carreira, Ana fazia faculdade de Medicina e Vitória, de Direito. Duas escolhas interrompidas (e que bom!) em favor da música.
Meus pais não botaram muita fé, a gente tinha lançado um EP mas não era algo construído de verdade. Houve uma rejeição muito grande da ideia. Hoje, meu pai é maior coruja", conta Ana.
"Vivi um ano e meio na faculdade, junto com o teatro. Todo dia eu fazia um Facetime com a Ana Clara querendo trabalhar", lembra Vitória.
Já em São Paulo, um choque e muito reconhecimento. O que resultou, pouquíssimo tempo depois, em dois prêmios Grammy (Melhor Canção Brasileira em 2017 e Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa em 2019). "Um pouco de sorte", diz Vitória.
A vida delas virou uma comédia musical romântica nos cinemas ("Ana e Vitória"), com músicas inéditas, e também um documentário, '"Anavitória Araguaína Las Vegas".
Foi ótimo terem documentado isso. Tenho pouquíssimas memórias, então amo que este documento existe para eu lembrar", afirma Ana.
Sobre as inúmeras parcerias com grandes nomes da música brasileira, elas comentam que, na pandemia, assinaram trabalhos com Lenine e Rita Lee, mas que a maior conquista do duo foi uma turnê de Dia dos Namorados junto com Nando Reis.
"Quanto mais a gente se encontra com pessoas que vão despertando novas coisas na gente, maior nosso compromisso com a felicidade", declara Ana.
"Estou doida para que esta nova era comece logo, que a gente suba no palco e veja as pessoas cantando junto", confessa Vitória, terminando com a expressão mais ouvida entre o povo do Tocantins: "menino, 'marrebão'!"
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