Onde aviões vão morrer: como é um cemitério de aeronaves nos EUA
A aproximadamente 140 quilômetros de Los Angeles, a cidade de Victorville, no interior da Califórnia, chama a atenção de turistas amantes da aviação. O motivo é o Southern California Logistics Airport (SCLA), aeroporto que abriga uma espécie de cemitério de aviões.
Explica-se: aeronaves antigas são levadas ao local para serem desmontadas. De lá, as partes são encaminhadas para reciclagem ou ganham algum outro destino que gere lucros para os donos.
Essa estrutura de desmanche tem capacidade para desmontar, simultaneamente, até 12 jatos em fim de carreira. Além de "cemitério", o SCLA também funciona como depósito.
Em períodos de menor demanda por viagens aéreas, como é o caso da pandemia, companhias deixam seus aviões ociosos guardados no aeroporto para que fiquem bem cuidados até voar novamente.
A escolha do ponto de "descanso" está relacionada com a localização. Victorville fica perto do deserto de Mojave e tem clima seco, o que ajuda na preservação das aeronaves.
Outra vantagem é que o centro de aviação oferece o serviço de reparo nos jatos. Entre as empresas que utilizam o espaço estão a gigante Delta Air Lines e a FedEx, empresa americana de remessa expressa de correspondência que já armazenou muitos de seus cargueiros por lá.
Seja à espera do desmanche, da manutenção, do conserto ou do próximo voo, os aviões ficam estacionados num terreno ao ar livre que, no passado, tinha o nome de George Air Force Base e era utilizado pela Força Aérea dos Estados Unidos.
Mais de 500 aviões
Com duas pistas para pousos e decolagens, o SCLA recebe modelos de diversos portes de fabricantes, como Boeing e Airbus (incluindo o gigantesco A380).
O espaço para armazenamento acomoda mais de 500 aeronaves.
Durante a pandemia, a operação chegou quase no limite. A paralisação fez o número chegar a 450 aviões estacionados de uma só vez.
O SCLA também assistiu a outras crises. Após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, por exemplo, o mercado sofreu impacto, voos foram cancelados e muitas aeronaves acabaram no pátio de Victorville.
Cuidados "antienvelhecimento"
Além do clima que favorece a preservação, o local conta com técnicas para deixar estes brinquedinhos ociosos em bom estado.
Os motores, por exemplo, precisam ser iniciados com alguma frequência. Já os sistemas hidráulicos e de direção são constantemente testados e os trens de pouso são lubrificados.
O cuidado se estende ao interior do avião, que é submetido a controles de umidade. Além disso, componentes delicados são limpos para evitar corrosão.
A fim de impedir a entrada de bichos, as entradas de ar e de outros sistemas sensíveis das aeronaves ganham proteção. Muitas janelas dos jatos também são cobertas já que a incidência intensa de luz pode danificar materiais feitos de plástico e eletrônicos.
Uma parada na Oceania
A Austrália também conta com um depósito ao ar livre de aviões. Chamado Asia Pacific Aircraft Storage (APAS), ele fica na cidade de Alice Springs, região desértica no centro do país.
O lugar, que também ostenta o clima seco como benefício, abrigou entre 2020 e 2021 aeronaves impedidas de voar na pandemia. Pousaram de vez por lá exemplares da Cathay Pacific e da Singapore Airlines.
Os aviões estacionados na APAS recebem os mesmos cuidados do aeroporto na Califórnia.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.