"Tinder" dos pets: app conecta animais abandonados a quem quer adotar
O pitbull Tiago foi encontrado à beira da morte, sem nenhum pelo no corpo, em Recife (PE). Resgatado e recuperado pelo advogado Werner Grau, especialista em direito ambiental no escritório Pinheiro Neto e apoiador de ONGs de proteção animal, hoje o cachorro leva a vida que todo pet deveria ter, dono de um lar com comida e saúde.
Finais felizes como o de Tiago podem ficar mais comuns com a ajuda da tecnologia. Acaba de ser lançado no Brasil o aplicativo que é um verdadeiro "Tinder da adoção", o PetPonto, do qual Werner é conselheiro.
Gratuito, o aplicativo conecta ONGs e protetores independentes, lotados de animais que precisam de um lar, a possíveis adotantes. Engajado na causa, o jornalista e apresentador de TV Celso Zucatelli também se juntou ao time responsável pelo projeto.
São mais de 170 mil animais à espera de uma família, fora os que estão com protetores independentes. Iniciativas como essa são urgentes".
Zucatelli relembra os números da OMS (Organização Mundial da Saúde), que somam 30 milhões de animais abandonados no Brasil. "Isso é a estatística oficial, mas sabemos que a realidade é muito mais grave", completa.
Com a pandemia, a realidade piorou, como explica outra sócia do projeto, Fernanda Delboni, empresária e CMO da Techsocial, empresa responsável pelo desenvolvimento do app. "Por falta de dinheiro ou outros motivos, muita gente deixou o pet para trás", lamenta.
Não poderia haver melhor momento para o lançamento da tecnologia, que será sempre gratuita. "O desafio é atender as expectativas das ONGs e convencê-las a usar o app. O terceiro setor precisa muito de ajuda, especialmente a causa animal", acrescenta Fernanda.
Adote um rejeitado
Ainda mais dramática é a adoção de animais especiais, que tiveram membros amputados ou com sequelas de doenças, que teriam sido erradicadas com a vacinação adequada. Essas histórias comoventes também estão no "Tinder dos bichos", esperando pelo match. Fora do app, dificilmente um adotante olharia para esses candidatos.
O vira-lata Bless, um descendente de pastor alemão de apenas um ano, é sobrevivente de uma ninhada com cinomose. Como não anda sozinho por consequência da doença, o cachorro passeia em carrinhos de bebê. Ele faz acupuntura e mais tratamentos na ONG Projeto Cel, onde foi resgatado. A organização já cadastrou os animais na plataforma.
"Ele tem apenas um ano, é um bebê muito bonzinho, que está no app à espera de um tutor especial. Estou animada com o lançamento do projeto, que certamente vai nos ajudar a achar mais famílias dispostas a adotar", conta Eliete Brognoli, fundadora da ONG, que já chegou a ver o abrigo extrapolar sua capacidade, com mais de 600 animais.
Cachorros e gatos adultos também são um desafio na adoção animal. O vira-lata Chico é um dos mais antigos no abrigo, onde está há mais de 8 anos. "É muito medroso e carente, ele precisa de uma família que o entenda e respeite. As pessoas têm restrição em adotar adultos, o que é um erro. Muitas vezes, um cachorro adulto já vem educado e é aquele que mais precisa de família", completa a protetora.
Assim também é o estigma dos pitbulls, que, uma vez abandonados, podem sofrer muito na rua. Infelizmente não são raras histórias de pits apedrejados, queimados ou mesmo acorrentados a um poste esperando pela morte, como foi encontrada Shakira.
"Nós a encontramos amarrada, à beira de uma estrada, tomada pela sarna negra, doença que faz cair todos os pelos. Estava com a pele inteira queimada pelo sol, quase morta. Já está tratada e pronta para um lar. Lembro que a doença não é transmissível para animais e pessoas e só se manifesta quando há queda na imunidade do animal. Ela é um doce de cachorra e está no PetPonto", finaliza Eliete.
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