Frustrada com antigos empregos, ela descobriu na cerâmica sua vocação
Iaiá Estudio
Era sempre assim: Laura Loscalzo entrava em um emprego e um tempo depois estava frustrada. Inquieta, conviveu com a queda por Artes Plásticas por muito tempo, deixando para depois ou subestimando o poder da criação e dos trabalhos manuais. Um dia, depois do expediente em uma galeria de arte, resolveu entrar em uma escola de cerâmica.
Há pouco mais de sete anos a cerâmica era algo ainda distante da realidade de gente mais nova como ela. "Comecei a experimentar, a gostar e sentia que as noites de aula já eram pouco para mim", lembra.
Como a maioria dos ceramistas iniciantes, ela produzia as peças em casa, que secavam e eram levadas para o forno da escola para depois passarem pela queima. Mas era uma logística trabalhosa, já que há mais queimas e processos de pintura até que o objeto fique pronto. "Nessa época comecei a pesquisar sobre comprar um forno. Ainda era possível importar. Levou de três a quatro meses para chegar", lembra.
Paixão ao primeiro toque
Mas quando chegou, o casamento entre artesã e cerâmica estava feito: Laura buscou mais cursos, complementou os conhecimentos e entre senhoras mais velhas moldava suas primeiras peças. "Os cursos de cerâmica eram caros, nada acessíveis naquele começo. Aos poucos começaram a surgir mais referências de outros países no Instagram e isso me dava ânimo para enxergar como uma carreira".
Laura viu o movimento do compartilhamento começar: se antes os esmaltes eram receitas secretas, conhecimentos começavam a se abrir ao grande público. "De forma bem orgânica fui fazendo tudo. Ainda não estava convicta de que era um negócio, levava como um hobby. Minha mãe começou a encomendar xícaras e pensei em fazer de acordo com as cores da casa dela. Na escola, outras alunas piraram quando viram essas peças saírem do forno", conta.
Assim, tudo começou: a professora de cerâmica viu o interesse ao redor, organizou uma feira para expor os trabalhos e Laura foi uma das que venderam toda a produção. "O Instagram (@iaiaestudio) tem uma força incrível, vendi para vários lugares do Brasil", conta.
A produção é toda por encomenda - tudo feito à mão por Laura, que trabalha sozinha. "Minha linha é bem utilitária, não fujo disso. Tudo é manual, da modelagem à pintura. A identidade é orgânica, minhas peças ganham a marca dos dedos e sinto que é um trabalho imperfeito, mas perfeito pelo acabamento e os detalhes. O processo é bem livre, empírico. Nunca sei o que vou fazer no ateliê, não há regras quando entro nele. Uma peça jamais sairá como a outra."
@s que me inspiram
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