Acessório nos seios e armaduras exploram formas e limites do corpo feminino
Há poucos meses, Bella Hadid parou o tapete vermelho do Festival de Cannes ao desfilar com um colar que cobria o seu busto. A peça da Schiaparelli imitava um pulmão coberto por ouro em detalhes impressionantes. Foi lá, inclusive, onde o conforto começou a ser deixado de lado.
Mais recentemente, a cantora Lorde estampou a edição de outubro da revista "Vogue" norte-americana com um corset composto por duas flores que cobriam os seus seios em proporções artísticas.
O corset, assim como o colar, foi uma criação da grife italiana em questão.
Ambas fazem parte da coleção de Outono/Inverno 2021 da Schiaparelli, sob o comando do diretor criativo Daniel Roseberry, que retratou as peças, à revista britânica "i-D", como uma proposta de contrariar "os papéis de gênero definidos por ideias mais antigas e desatualizadas de como homens e mulheres deveriam ser".
Para isso, ele revisitou as peças mais icônicas de Elsa Schiaparelli, fundadora da label e conhecida por colocar o "absurdo" em moda, e criou armaduras que criam silhuetas musculosas no corpo das mulheres — com direito até ao suado "tanquinho".
As peças fizeram sucesso, sendo uma delas vestida por Kim Kardashian para o Natal em família.
Uma possível resposta a todo esse clamor, além de, claro, todo o empenho artístico, está também no impacto que elas causam na era das redes sociais.
A moda e o engajamento há um tempo andam de mãos dadas, incluindo peças feitas exclusivamente para esse universo digital.
Prova disso é que, em 2020, por exemplo, Zendaya tomou o Twitter e o Instagram ao vestir um peitoral rosa para marcar presença no Critics 'Choice Awards.
A armadura da Tom Ford, avaliada em cerca de R$ 61 mil, parecia ter sido moldada no corpo da atriz — que se destacou recentemente com looks tão impressionantes quanto durante o Festival de Veneza.
"[A equipe de Tom Ford] foi até a minha casa e eu fiquei de topless na minha sala de estar enquanto eles tinham uma máquina que escaneava meus seios", contou Zendaya em entrevista à "Vogue".
O top metalizado foi apresentado por Tom Ford durante a coleção de Primavera/Verão 2020.
Coleções passadas
Embora, originalmente, as armaduras peitorais tenham sido criadas para proteger soldados na Idade Média, no século 20 elas passaram a fazer parte do mundo da moda e desafiar esse último argumento.
Em 1969, o francês Yves Saint Laurent fez uma colaboração com o escultor Claude Lalanne e apresentou, para a coleção de Outono/Inverno, bustos metálicos na passarela do seu show.
Essas couraças continuaram a aparecer nos anos seguintes, entre 1980 e 1980, com grifes como a Mugler, Jean Paul Gaultier, Alexander McQueen, Issey Miyake e Paco Rabanne.
Não estranhamente, as mentes por trás dessas já eram conhecidas por explorar a feminino de forma, até então, fora da linha tradicional.
À sua época, McQueen afirmou: "Eu desenho roupas porque não quero que as mulheres pareçam inocentes e ingênuas. Quero que as mulheres pareçam mais fortes (...) Gosto que os homens mantenham distância das mulheres, gosto que os homens fiquem atordoados com uma entrada".
Quero que as pessoas tenham medo das mulheres que visto".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.