Ativista invade desfile da Louis Vuitton na Semana de Moda de Paris
Ativistas da organização Extinction Rebellion (XR), um movimento internacional de desobediência civil contra as mudanças climáticas, invadiram o desfile da Louis Vuitton que aconteceu no Louvre nesta terça (5), último dia da Semana de Moda de Paris.
O propósito da interferência seria denunciar o impacto da indústria da moda no meio ambiente. Com um grande pôster que dizia "consumo excessivo é igual à extinção", uma militante da Extinction Rebellion subiu na passarela e se colocou no centro de uma galeria do museu, segundo relatou um fotógrafo da agência AFP.
Na primeira fileira do desfile, as estrelas de cinema Catherine Deneuve e Isabelle Huppert "quase não piscaram", enquanto membros do clã Arnault, sentados ao lado do presidente da LVMH, Bernard Arnault, "se entreolharam", de acordo com a agência Reuters.
A manifestante foi levada ao chão pelos seguranças antes de ser retirada do local.
Cerca de trinta militantes das organizações Extinction Rebellion, Les Amis de La Terre e Youth For Climate orquestraram a ação, ainda de acordo com a agência. Eles ocuparam não só a passarela da Louis Vuitton, como protestaram em frente à Pirâmide do Louvre e outras dependências do museu. Dois ativistas foram presos, informaram as organizações em comunicado conjunto.
Os militantes acusam o governo Macron de ser cúmplice da crise climática atual e pedem que imponha "uma redução imediata dos níveis de produção do setor". Segundo a XR, a indústria da moda é responsável por 8,5% das emissões de carbono no mundo todo; cerca de 30 milhões de toneladas apenas na França.
O tumulto praticamente não interrompeu o fluxo de modelos na passarela de pedras em um corredor do Museu do Louvre ao som de um órgão e sinos que pontuavam os looks com dramaticidade.
No entanto, a Louis Vuitton foi criticada por censurar de suas redes o trecho da invasão dos vídeos que anunciavam a íntegra do desfile. Horas depois, Alma Dufour, porta-voz da LVMH, falou à Reuters sobre o incidente.
"A LVMH é a líder mundial de luxo e tem uma responsabilidade no tocante a tendências que impulsionam a indústria têxtil pela renovação constante e rápida das coleções, produzindo mais", afirmou, sem oferecer mais detalhes.
Este foi o primeiro desfile presencial da grife após a covid-19. O diretor artístico Nicolas Gesquière optou por uma estética teatral que trazia vestidos com anquinhas, longas capas com plumas e óculos-máscara. Smokings largos confirmaram a tendência da alfaiataria maximalista já vista em outras coleções e fizeram companhias a minissaias, jeans e calças de montaria.
*Com informações das agências AFP e Reuters
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