México voltará a exigir visto de brasileiros para conter migração ilegal
O Secretário de Governo do México, Adán Augusto López Hernández, assinou nesta quinta (14) um projeto preliminar de lei que estabeleceria a exigência de vistos para cidadãos brasileiros que quisessem entrar no território do país.
À agência Reuters, o Ministério das Relações Exteriores mexicano informou que já comunicou ao governo brasileiro a decisão e que a nova lei deverá ser publicada em Diário Oficial em 30 dias. Conforme estabelecido no documento, a mudança entraria em vigor então 15 dias depois. Vistos começariam então a ser emitidos no fim de novembro ou no início de dezembro.
O texto diz que "identificou-se um crescimento substancial de cidadãos brasileiros que ingressam em território nacional com uma finalidade distinta da permitida pela condição de visitante" e que "parte desta situação se reflete nos fluxos migratórios".
No entanto, a exigência de visto é justificada como uma medida temporária para evitar que os brasileiros exerçam "atividades remuneradas" sem autorização.
Atualmente, cidadãos do Brasil não precisam de visto — nem mesmo realizar exames, apresentar comprovantes de vacinação ou realizar quarentena — para desembarcar no México, e muitos tentam cruzar as fronteiras americanas ilegalmente.
De acordo com levantamento do jornal El Sol de México no último mês, as autoridades dos EUA têm pressionado o governo mexicano a tomar uma medida, já que 22.564 brasileiros adultos já foram detidos pela imigração americana apenas este ano por tentarem entrar ilegalmente através da fronteira com o México.
Apenas entre os meses de maio e junho, 2.857 menores nascidos no Brasil fizeram o mesmo. Já segundo o governo americano, 46 mil brasileiros migraram ilegalmente levando em consideração o período entre outubro de 2020 e setembro de 2021.
Entre janeiro e julho, 157.980 brasileiros entraram em território mexicano através dos aeroportos, segundo informações da Unidade de Polícia Migratória ao jornal. São 30 mil mais do que no mesmo período de 2020.
No entanto, o novo e intenso fluxo migratório em meio à covid-19 preocupa os Estados Unidos e, consequentemente, seu vizinho mais ao sul. O México impôs em 4 de setembro o visto aos equatorianos, também com o objetivo de conter a imigração ilegal de cidadãos da América do Sul que tentam escapar das crises provocadas pela gestão da pandemia em seus países de origem.
Em entrevista à rede de tevê Fox News, o senador republicano americano Lindsey Graham criticou o que considera como "leniência" do governo democrata atual em lidar com os brasileiros, atualmente a sexta nacionalidade que mais imigra ilegalmente, ou, ao menos, que mais é detida nos postos de fronteira do país.
"As escolhas políticas de Biden estão pelo mundo. Nós tivemos 40 mil brasileiros só no posto de fronteira de Yuma, indo para [o estado de] Connecticut usando roupas de marcas e bolsas da Gucci. Isso não é mais imigração econômica. As pessoas veem que os Estados Unidos estão abertos e tiram vantagem de nós, e não vai demorar muito para que um terrorista se misture a essa multidão", acredita.
O governo mexicano ainda não divulgou qual será o protocolo para a emissão dos vistos.
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