Cães e gatos com vômito e diarreia nem sempre é problema alimentar
Ver o pet sofrer com sintomas como vômito, diarreias e outros tipos de desconforto tira o sossego de qualquer tutor. Apesar de muitas vezes estarem associadas a motivos simples, como ingestão de algo que não deveria, as alterações gastrointestinais também podem dar o alerta para quadros mais complexos, como doenças.
Como explica Fabio Alves Teixeira, pós-doutorando do Departamento de Nutrição Animal da FMVZ-USP, os tutores muitas vezes associam problemas gastrointestinais à alimentação, mas na maioria das vezes não são fatores com ligação direta.
A mudança alimentar muitas vezes auxilia no tratamento, mas não necessariamente é a causa em si, explica.
Verminoses
Alves explica que os sintomas podem demonstrar doenças adquiridas no ambiente, como a giardíase no canil onde nasceram.
Nestes casos, a atuação dos vermífugos, que até fazem parte dos protocolos utilizados pelos veterinários com os filhotes, pode ser benéfica se observadas algumas particularidades.
Se a causa do problema forem os vermes, a vermifugação é recomendada como forma de tratamento, mas é importante destacar dois aspectos: se o paciente não tem verme não há porque fornecer vermífugos, pois eles não têm efeito de prevenção, e o outro aspecto é que dependendo do tipo de parasita que estiver no intestino do animal, é necessário que seja feito um tratamento com medicamentos, doses e períodos específicos.
Inflamações
Ainda de acordo com ele, em algumas situações, como as inflamações, chamadas de enteropatias crônicas — entre elas a doença inflamatória intestinal, a causa ainda é incerta.
Há possibilidade de ser causada por mudança no perfil de bactérias intestinais, chamadas de microbiota, provocada, por exemplo, pela ocorrência de giardíase, conta.
Medicamentos
O uso prolongado pode provocar efeitos como vômitos, perda de apetite e até diarreias. "Normalmente, esses efeitos são causados por anti-inflamatórios conhecidos como convencionais que, como efeito colateral, podem diminuir a produção de muco protetor no estômago", aponta a veterinária Karoline Alves Rodrigues, gerente de novos produtos da Vetnil.
Ainda de acordo com ela, é por isso que é mais recomendado, principalmente em terapias mais longas, o uso de anti-inflamatórios conhecidos como preferenciais COX-2, porque eles reduzirão a dor e a inflamação minimizando danos gastrointestinais.
Como prevenir
Tanto no caso de ingestões "proibidas", como das doenças mencionadas acima, o ideal é que tanto cães, como gatos passem por acompanhamento periódico de um veterinário. Avaliações do histórico de saúde do bichinho e uma rotina de checkups é uma boa forma de evitar os problemas gastrointestinais dos pets.
Além disso, o veterinário pode indicar alguns suplementos e aditivos probióticos para manter a saúde gastrointestinal e equilíbrio da microbiota do pet para auxiliar na manutenção da saúde e bem-estar.
"Em casa, de maneira geral, manter o pet sob alimentação de qualidade, sem muita variação, com água potável disponível e uma boa rotina de atividade física auxiliam na manutenção da saúde como um todo, inclusive gastrointestinal", indica Karoline.
A veterinária acrescenta que limitar o acesso a alimentos de consumo humano também é uma excelente atitude, além de evitar o consumo de plantas que podem causar intoxicações.
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