"Quimono comprado em brechó no Uruguai me fez criar meu próprio negócio"
Morei em Montevidéu, a capital do Uruguai, por cinco anos. Trabalhava no marketing de uma multinacional, mas sempre com a vontade de empreender, embora nada me convencia a abraçar totalmente a vontade.
Até que um sábado de manhã, finalmente, tive o "clique". Tinha virado uma boa frequentadora de cafés, onde lia, escrevia e antes de voltar para casa passeava por brechós próximos. Amava esse meu momento e a descoberta de que havia vida na manhã de sábado — bastava controlar os clássicos happy hours uruguaios na sexta à noite. E amei ainda mais a peça que descobri em uma dessas manhãs.
Era um quimono que, por si só, me chamou a atenção, pois amo esse tipo de modelagem, já que quimonos são peças extremamente versáteis e facilmente conseguem deixar um look mais interessante. Mas esse era de veludo, em um roxo uva, com bordados delicados em amarelo claro de arabescos, uma pegada meio mística. Como se não fosse o suficiente, tinha franjas.
Em resumo: se eu fosse uma peça, seria esse quimono. Fiquei apaixonada pela riqueza de detalhes, pelo conforto e por quão diferente ela é. E mais ainda pelo preço justo. Modéstia à parte, sempre fui boa em achados legais a preços justos, a habilidade garimpeira está no sangue materno!
Quando cheguei em casa, caiu a ficha: no Brasil não se vê com facilidade peças diferentes por preços legais, especialmente quando se trata de tecidos de qualidade, com bons acabamentos e bordados. Foi aí que tive a ideia de trazer garimpos uruguaios para cá."
Era com isso que eu gostaria de trabalhar: peças de segunda mão de todas as categorias, vestidos, quimonos, saias, casaquetos, blusas, desde que tivessem por trás uma curadoria de estilo, ricas em detalhes, que não fossem escolhidas apenas por estarem em bom estado, mas pelo olhar para o diferente e pela riqueza de detalhes inusitados.
No decorrer dos meses, a pandemia nos trouxe de volta ao Brasil, já que o ramo em que meu marido trabalhava foi impactado e uma nova oportunidade no Brasil nos fez decidir por deixar o paisito. Essa seria a oportunidade de eu fazer a coisa acontecer, pois teria que deixar meu trabalho em Montevidéu e recomeçar novamente no Brasil. Então em abril deste ano nasceu a Atemporal, um brechó online de garimpos uruguaios.
Desde então venho aprendendo muito sobre tudo. Empreender é realmente o que todos falam: uma montanha russa, riquíssima em aprendizados. E esse quimono sempre me faz lembrar que tudo valeu a pena!
@s que me inspiram
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