Seu pet ficou idoso? Descubra os cuidados para que ele viva mais e saudável
A poodle Pretinha tem 16 anos e uma agenda controlada à risca. Acorda às 8h, usa bombinha para bronquite e dá o primeiro passeio, dos três ao dia. Às 12h, almoça, passeia mais duas vezes até a noite, quando toma o remédio para o coração, uma vez que é cardiopata. No calendário anual, estão muitas visitas ao veterinário.
"Nessa idade, é muito importante checar cada mudança de comportamento. Qualquer coisa tem que investigar com exames", ressalta a jornalista Juliana Menezes, que não tira os olhos de sua idosa.
"A expectativa dos pets aumentou muito com o avanço da medicina veterinária, nutrição de qualidade e medidas de prevenção. Cães pequenos podem viver até 20 anos. Já os animais de porte grande, de 10 a 13 anos. Os de porte gigante, de 8 a 9 anos, em média", conta Fernanda Duran, médica veterinária da Mars Petcare.
O processo de envelhecimento está diretamente relacionado ao tamanho do animal, como explica Fernanda.
Cães pequenos, com até 10 quilos, são considerados idosos a partir de 7 anos. Já os maiores, que pesam entre 26 e 45 quilos, com 5 anos".
A especialista completa ainda que gatos vacinados e que vivem dentro de casa podem chegar a viver até 20 anos. "Esses animais são considerados idosos a partir dos 10 anos".
O segredo está em diagnosticar o quanto antes, além de se dedicar com disciplina aos tratamentos. Há 6 anos, o gatinho Arthie, de 13 anos, começou a beber água em excesso, perder peso e evitar pular em lugares mais altos, além de dormir mais do que o normal.
A tutora, Flávia Gavioli, ligou o alerta vermelho. "Após muitos exames, descobri que era diabético e tinha problema renal. Hoje, aplico soro, mensuro a glicemia duas vezes ao dia e dou insulina sozinha, além de não perder as consultas periódicas", relata.
De acordo com ela, o gato diabético tem a expectativa de vida de 1 ano depois de descoberta a doença.
O meu faz 6 anos que está doente e controlado. Não meço esforços para cuidar dele".
Para identificar qualquer doença em estágio inicial nos pets, são necessárias consultas regulares e exames investigativos.
"A investigação passa por ultrassom abdominal, exame cardiológico, hemograma, bioquímico e para detectar a doença renal precoce, exame de urina, dosagem hormonal, mensuração da pressão arterial, entre outros. Nas consultas, também é preciso controlar o peso e verificar a presença de nódulos cutâneos", resume a veterinária Carla Alice Berl, fundadora da rede de hospitais veterinários Pet Care.
A alimentação também tem que mudar na terceira idade dos animais. "A ração precisa oferecer os nutrientes necessários, como adição de proteínas de alta qualidade, pois idosos tendem a perder massa muscular. Alimentação úmida também é um excelente aliado, especialmente quando há dificuldade em mastigar", ressalta a veterinária Fernanda, da Mars Petcare.
Artrite e artrose
Inflamações e degenerações da articulação, as famosas artrite e artrose, são muito comuns em animais mais velhos e podem causar dores incalculáveis. O problema chega a impedir o animal de se levantar com o tempo.
Assim como acontece com outras doenças, a prevenção é a chave. E muitas vezes, o problema nasce após pequenos acidentes, quando o animal ainda é jovem, como explica o cirurgião e veterinário ortopedista Fábio de Oliveira Alencar, da clínica Dra. Mei, em São Paulo. "Quase toda doença de base articular, como rupturas de ligamentos, fraturas, entorses e luxações evoluem para a artrose, que é sempre progressiva".
O tutor deve estar atento a cada mancada do pet. A cachorrinha Tina, de 16 anos, vai entrar em uma bateria de exames. "Ela não se comportava como idosa, mas agora não sobe mais no sofá e começou a mancar. Estamos investigando uma possível artrite ou artrose", ressalta a enfermeira aposentada Erika Rocha Mantovani, tutora da cachorra.
Além da medicação contínua, exercícios e fisioterapia, um importante aliado no tratamento de doenças articulares é a acupuntura, que alivia dores e ajuda o animal a seguir se movimentando de forma independente.
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