Borra de café ganha vida e é matéria-prima de bandejas, relógios e joias
Depois de passar o café, ou quando a cápsula cai na máquina, sempre sobra a borra. E você já sabe, vai tudo para o lixo, certo? Para a designer Ana Paula Naccarato e o biólogo Sérgio Camargo, não. No fim de 2017 eles somaram forças em Ribeirão Preto, SP, e da sociedade brotou a Recoffee (@recoffee.design), start-up voltada ao design sustentável.
Ela trazia a ideia amadurecida no trabalho de conclusão de curso. Ele chegava com a experiência após mais de uma década na área de inovação sustentável de uma grande empresa.
"Pelo processo de upcycling, usamos o resíduo para criar um produto. Nossa matéria-prima já foi bebida e damos novo propósito ao que era antes destinado a lixões e aterros", conta Sérgio.
Para eles, o melhor é não ter competição pelo material: "Coletamos a borra em cafés da cidade e a unimos a um combinado de resinas vegetais, evitando ao máximo o uso de resíduos de petróleo", detalha. Em processo atóxico, a cura leva em torno de 24h até o item se tornar rígido, sem uso de energia elétrica.
Em cerca de dois dias tem-se um objeto, como as bandejas, os relógios de parede, biojoias ou pratos que levam o design minimalista de Ana Paula. O curioso é que dá pra sentir o aroma do café em algumas delas.
"Certos cafés dão cheiro mais intenso, isso torna as peças bem diferentes e únicas", conta Sérgio. As misturas são feitas à mão - e quanto mais variedades de café, melhor, dizem os criadores. Depois, moldadas em formas e modeladas, uma a uma.
Vai uma bandeja com aroma de chocolate?
A dupla também tem feito parceria com a indústria do chocolate — suas peças estão nas prateleiras de marcas como a Dengo. "Aí fica uma delícia mesmo, dá vontade de comer as bandejas, feitas a partir do resíduo da casca da amêndoa do cacau", diz Sérgio. Imagine só.
@s que me inspiram
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