73% dos viajantes dariam dados biométricos para "furar fila" em aeroportos
Quase três quartos dos viajantes nos principais aeroportos de 186 países estariam dispostos a fornecer seus dados biométricos — ou seja, reconhecimento da face, das digitais, entre outros — para "furar filas", isto é, agilizar os embarques após a pandemia.
A conclusão é da Pesquisa Global de Passageiros, um levantamento anual realizado pela IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo, que representa 290 companhias aéreas responsáveis por 83% de todo o tráfego mundial. Em 2021, a instituição ouviu 13.579 pessoas.
A resistência em relação ao compartilhamento deste tipo de dado diminuiu significativamente durante a pandemia. Em 2019, antes da covid-19, apenas 46% dos passageiros estavam dispostos a usar a biometria nos aeroportos. Inclusive, mais de um terço dos passageiros (36%) já os usou em viagens recentes e 86% deles se disseram satisfeitos com a experiência.
No entanto, a maioria (56%) se preocupa com roubos e violações dos dados. Mais da metade gostaria de saber quem tem acesso aos dados e como eles são utilizados.
Filas estão mais lentas pós-covid
Não são apenas os dados de biometria que passageiros não veem mais problema em disponibilizar. 88% dos viajantes ofereciam outras informações pessoais do processo de imigração, por exemplo, para acelerar a checagem nos aeroportos. A área é considerada problemática: 38% se queixaram do tempo perdido nas filas de controle de fronteira e imigração.
Já as filas do embarque incomodam 55% dos passageiros ouvidos pela IATA, que acreditam que precisam de melhorias; 41% veem a verificação de segurança como lenta.
Isto porque 85% dos passageiros gostariam de gastar menos de 45 minutos para embarcar apenas com a bagagem de mão, enquanto 90% desejam passar por todas as áreas dos aeroportos em menos de uma hora para viajar com bagagem despachada.
Os processos de verificação de documentos relacionados à covid-19, como os "passaportes da vacina" e formulários de saúde, tornaram as filas ainda mais vagarosas, aponta a IATA. O tempo nas filas chega a três horas em horários de pico e apenas 30% das viagens se encaixam nos padrões pré-pandemia.
A associação já trabalha no seu próprio Travel Pass para reunir todas as credenciais de saúde que governos exigem para embarque eletrônico, além do One ID, uma iniciativa que pretende no futuro unificar em um único token as informações biométricas.
No Brasil, o governo federal já testa desde junho em seis aeroportos — Florianópolis (SC), Salvador (BA), Santos Dumont (RJ), Belo Horizonte (Confins). Congonhas (SP) e Brasília (DF) — o programa Embarque + Seguro, que utiliza reconhecimento facial biométrico para dispensar a checagem da passagem ou dos documentos do viajante.
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