Entre o rústico e o design, bules de cerâmica trazem arte à mesa do café
Santo Bule
Um simples bule, quando colocamos no fogo para o chá ou o café. Um objeto comum para mim e para você tornou-se um verdadeiro divisor de águas para Monike Mar, que deixou de lado a carreira no audiovisual a fim de materializá-los em suas mais diferentes formas.
Há quatro anos, ela ainda se dividia entre São Paulo e Rio de Janeiro para trabalhar e estudar quando decidiu encontrar o meio do caminho entre as duas capitais. Esse ponto geográfico era Cunha (SP).
"A cidade é um polo nacional de cerâmica de alta temperatura, com dezenas de ateliês, e isso despertou minha curiosidade. Uma semana após a mudança, fiz uma aula experimental de cerâmica. Me apaixonei e comecei o curso com a ceramista Nilvanda Rodrigues", conta.
Na época, Monike buscava na cerâmica apenas um suporte para um projeto experimental de fotografia. "Porém, já nas primeiras aulas de modelagem não consegui parar mais de fazer bules", ri. Assim nascia a Santo Bule (@santobule), resultado de suas experimentações que meses depois eram múltiplas na estante. Foi quando ela se deu conta: era um novo caminho.
Meu interesse pelo bule surgiu quase como uma obsessão, principalmente pelo desafio de trabalhar com uma peça complexa e cheia de detalhes que influenciam não só na sua beleza, mas também na sua funcionalidade."
Desafios
Assim, ela aprendeu na prática sobre o funcionamento e as "regras" que cada peça deve obedecer para aliar estética e eficiência. "Tudo o que descobri veio por meio de experimentações. Estou sempre criando modelos e testando formatos e, por isso, enxergo, a partir deste objeto, um universo de infinitas possibilidades", conta.
A cidade de Cunha — vale a pena a visita — é sua fonte de inspiração. "As paisagens do campo, o estilo de vida das pessoas, o clima, os animais, a história: tudo ao meu redor me inspira. O tempo aqui é outro, assim como o do bule. O silêncio e a solitude fazem parte do meu processo de criação".
Monike se diverte com a argila com liberdade — é como se permite explorar formas ainda não vistas em bules. "Brinco com encaixes, alturas, relevos. O maior desafio depois é tornar essa forma harmoniosa e funcional. É nesse exato momento em que coloco minha assinatura. Gosto de criar peças expressivas e delicadas, que instiguem o olhar e nos remetam a memórias afetivas", detalha ela, que também cria copos, jarras, xícaras e tigelas relacionadas a chá e café.
Surgem na estante uma infinidade de formas, texturas, bicos diferentes, alças longas ou curtas - ela já levou três dias trabalhando na modelagem de um único bule. Um objeto aparentemente simples para quem vê. Mas complexo e cheio de significados na vida de Monike.
@s que me inspiram
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