Vinho foi um investimento melhor do que o ouro ou mercado de ações em 2021
Garrafas de vinhos finos são um investimento mais sólido, em 2021, do que a bolsa de valores ou o ouro. A conclusão é de uma análise conduzida pela plataforma especializada em comércio da bebida, Liv-ex.
A companhia, que monitora os preços dos 100 vinhos finos mais procurados no mercado, sinalizou um aumento de 20,83% nos valores destes rótulos nos últimos 12 meses.
Comparativamente, o Índice Dow Jones, da bolsa de Nova York, cresceu apenas 14,43% no mesmo período. Já o ouro caiu 3,82%.
"Todos os recordes anteriores estabelecimentos em 2020 foram quebrados em 2021, fazendo deste o ano de maior êxito para o mercado de vinhos finos", diz o relatório da empresa. Além disso, o pico de boa performance do mercado de vinhos de uma década atrás, em 2011, foi superado.
Se está interessado em investir em algumas garrafas, é bom ficar de olho no Champagne Salon 2002, que liderou os aumentos e dobrou de preço este ano: de US$ 7.340 (pouco mais de R$ 41,8 mil) o case para US$ 13.345 (ou R$ 76 mil). Em segundo ficou o Burgundy Domaine Armand Rousseau Chambertin Grand Cru 2021, que saltou de US$ 22.820 (quase R$ 130 mil) para US$ 39.630 (pouco mais de R$ 225,7 mil).
Entre os dez vinhos finos mais negociados no mercado secundário — entre proprietários de rótulos — no último ano estão Château Lafite Rothschild, Petrus, Château Mouton Rothschild, Sassicaia (Tenuta San Guido), Château Marguax, Château Haut-Brion, Screaming Eagle, Château Pontet-Canet, Domaine de la Romanée-Conti e Château Latour. No total, são sete vinhos de Bordeaux, um da Toscana, mais um da Califórnia e outro da Borgonha.
Segundo a análise da Liv-ex, o vinho se tornou muito atraente como investimento por possui baixa taxa de juros, como a maior parte dos bens alternativos. Além disso, a pandemia teria facilitado tremendamente a comercialização da bebida pela internet e impulsionado sua valorização.
No entanto, a companhia alerta que nenhum mercado cresce "para sempre" e que o papel da variante ômicron na economia mundial ainda não foi completamente aferido, o que pode alterar não só o cenário macroeconômico, mas o quanto o consumidor se sente disposto — e com capital livre — o suficiente para continuar a apostar também nas bebidas de luxo.
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