Voos cancelados da Itapemirim: novas passagens podem custar quase R$ 3 mil

Quem teve um voo cancelado pela Itapemirim após a suspensão das operações da companhia neste fim de semana e decidir manter os planos das festas, ou seja, fazer a viagem sem esperar pela remarcação ou reembolso pode abrir um rombo daqueles no bolso.

A conclusão é de um levantamento realizado nesta segunda (20) pelo buscador de voos Viajala, que analisou as rotas operadas pela companhia e os preços de novas passagens semelhantes em outras empresas aéreas. Trechos domésticos entre a semana do Natal e a do Ano-Novo podem custar mais de R$ 2 mil.

Relacionadas

Itapemirim orienta passageiros sobre remarcação de voos; saiba o que fazer

Problemas na viagem? Juizados nos aeroportos ajudam passageiros sem custos

Atrasos e cancelamentos de voos dobraram no último feriado antes das festas

Segundo Josian Chevallier, fundador da plataforma, os altos valores são explicados pela enorme demanda de viagens justamente por causa das festas. Ou seja, todo mundo quer viajar para reencontrar a família e os amigos — e o custo da passagem de última hora, quando há poucos assentos disponíveis, vai parar lá em cima.

O cenário entre o Natal e o Réveillon

Entre sexta-feira (17) e domingo (19), quando foi anunciada a suspensão da Itapemirim, a rota São Paulo a Recife, com saída na última semana de dezembro de 2021 e retorno na primeira de janeiro de 2022, teve preço médio de R$1.754, um aumento de 17% em relação ao preço médio dos dias anteriores.

Já a rota entre São Paulo e Salvador, com saída e retorno nos mesmos dias, aumentou 26% e custou R$1.670. O trecho São Paulo a Brasília ficou 30% mais caro e saiu, em média, por R$1.020.

Se a ideia é voar antes mesmo do Natal...

Tentar voar antes mesmo das festas, entre 21 e 23 de dezembro, mas com retorno depois da virada, entre 2 e 4 de janeiro fica ainda mais caro. O trecho de ida entre São Paulo e Rio (com partida de qualquer uma das cidades) está avaliado entre R$ 350 e R$ 450, enquanto a volta pode passar de R$ 700.

Já ir do Rio para o Nordeste — seja Salvador, Fortaleza ou Maceió — pode sair por R$ 400 a R$ 600. A ida para Recife é mais salgada: R$ 600 e R$ 800 nos próximos dias. Voltar para casa é mais complicado: os trechos de volta logo depois do Réveillon podem passar de R$ 1.700, atingindo até R$ 2.000.

Ir do Rio a Brasília é um pouco mais barato; a ida deve custar em torno de R$ 700, enquanto a volta R$ 1.300. Se o destino for Florianópolis, os valores são mais enxutos: R$ 400 e até R$ 700 nos trechos de ida e volta, respectivamente. Curitiba, no entanto, é o mais em conta. Chegar lá partindo da Cidade Maravilhosa sai por R$ 200 e retornar custa até R$ 700.

Embarcar em São Paulo para Fortaleza custa entre R$ 300 e R$ 500; para Salvador, entre R$ 400 e R$ 700; para Recife, entre R$ 500 e R$ 700; e para Maceió, entre R$ 500 e R$ 900. A volta mais barata nos primeiros dias de janeiro é saindo de Salvador: R$ 1.200. Vir de Fortaleza pode custar até R$ 1.800, enquanto de Recife ou Maceió pode passar de R$ 2.000.

Ao deixar Sampa, se o destino for Brasília, a ida pode ficar entre R$ 400 e R$ 600, enquanto o retorno para casa chega a até R$ 800. Voos de São Paulo a Florianópolis podem custar até R$ 500, com volta avaliada em até R$ 1.000. Curitiba, aqui também, é o destino mais econômico: voos para lá custam cerca de R$ 300 nos próximos dias, com volta por menos de R$ 500 após a virada.

Preços podem baixar?

O cenário durante as festas é caro e incerto, mas os valores de passagens aéreas podem ser afetados em médio prazo pela suspensão das atividades da Itapemirim.

"Se já estamos vivendo um momento de alta das tarifas devido à retomada das viagens e a diversos fatores externos — como a alta do dólar, dos combustíveis e a instabilidade em relação à pandemia —, perder oferta [de voos da Ita] neste momento atrapalha a competitividade dos preços", analisa Chevallier.

Ou seja, economia, talvez nem tão cedo. Por isso, talvez seja uma boa opção procurar por voos nos dias 24 ou 25, com retorno para 31 ou 1º de janeiro. Estas são datas de baixa demanda, em que passagens podem ficar até 60% mais baratas em relação aos dias anteriores ou seguintes.