De batatas podres a banhos gelados: as tradições natalinas mais inusitadas

Nem só com Papai Noel e guirlandas nas portas se celebra o Natal. Enquanto crianças desobedientes da Islândia ganham batatas podres, supersticiosos da Noruega escondem vassouras.

E se aranhas ou picles de vidro soam improváveis como enfeites de árvores de Natal, na Espanha os presentes chegam por um curioso tronco que defeca presentes para as crianças. Confira a seguir algumas (estranhas) tradições natalinas ao redor do mundo.

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"Papai Noel" travesso

Em um país onde dizem ter mais duendes que humanos, nem no Natal na Islândia deixa-se de celebrar esses famosos seres folclóricos.

De acordo com a lenda, os Yule Lads ("Jólasveinar", em islandês) são um grupo de 13 seres travessos que visitam as crianças na quinzena que antecede o Natal.

Com nomes curiosos como Lambedor de Colher e Ladrão de Velas, esses "trolls" descem das montanhas para distribuir pequenos presentes nos sapatos deixados nos parapeitos das janelas de casas.Para os comportados são deixadas pequenas guloseimas. Já os pequenos que não se comportaram correm o risco de ganharem uma... batata podre.

Vassouras escondidas

Decorações de árvores e ceias entre famílias não são nenhuma novidade na Noruega. Só não tente encontrar uma vassoura.

Nesse país nórdico, supersticiosos acreditam que, ao esconder todas as vassouras de uma casa, evita-se a visita indesejada de bruxas e espíritos travessos que saem na véspera de Natal, roubando vassouras para voarem.

Árvore com picles

Enquanto em muitos países festões e bolas coloridas enfeitam árvores de Natal, na comunidade alemã nos Estados Unidos a decoração pode ganhar um inusitado elemento decorativo: picles.

Chamada de weihnachtsgurke (algo como "pepino de Natal", em português), essa tradição de origem incerta consiste em ocultar um pepino de vidro na árvore de Natal da casa.

Segundo a tradição, quem encontrar primeiro o enfeite na manhã do dia 25 de dezembro ganha um presente extra do Papai Noel ou tem sorte durante todo o ano seguinte.

Aranhas natalinas

A começar pela data, o Natal na Ucrânia já é diferente. Celebrado em duas datas, no tradicional 25 de dezembro cristão e no dia 7 de janeiro, segundo o calendário juliano, o Natal nesse país do Leste Europeu é conhecido pela lenda do pinheiro de uma família pobre que amanheceu cheio de aranhas como enfeite.

Diz a lenda que raios de sol teriam iluminado as teias, transformando-as em ouro e prata. Hoje em dia, acredita-se que enfeitar árvores de Natal com aranhas é uma forma de atrair boa sorte.

O tronco que caga presentes

Conhecido também como "Tronco de Natal", o tió de Nadal é uma antiga tradição pagã da Catalunha, no extremo leste da Espanha.

Acredita-se que, ao dar golpes nesse tronco com rosto desenhado em uma de suas extremidades, a peça irá defecar presentes de Natal.

Não contem para as crianças, mas essa peça é coberta por uma manta, supostamente para o tronco não passar frio, para ocultar os presentes que serão distribuídos entre os pequenos.

Bolas de óleo

Curaçao é a ilha colonial holandesa com olhos não só no mar caribenho bem na porta de casa, mas também nas tradições trazidas da Europa.

Nas ceias de fim de ano, famílias locais costumam preparar as "oliebollen" ("bolas de óleo", em português), conhecidas também como donuts holandeses.

Trata-se de uma espécie de pão fofo frito feito com farinha, ovos, maçã, leite e fermento, e que pode ser recheado com passas em forma de bolinhas e servida com um pouco de açúcar de confeiteiro.

Banho gelado

Enquanto do lado de cá do planeta turistas disputam um pedaço de areia em praias de águas refrescantes, em diversas partes da Europa os mais corajosos buscam águas que vão das mais frias às congelantes.

Ao ar livre e sob temperaturas que beiram os 2°C, a população de algumas regiões do Hemisfério Norte, como o Reino Unido, celebra a época do Natal com um mergulho em águas geladas do mar ou de um lago.

Em países nórdicos como Finlândia e Dinamarca, a prática tem até nome, "avantouinti", e é combinada com sauna, onde os participantes provam os limites físicos com o choque entre as águas frias e aquecidas.