Ração seca, alimentos úmidos, dieta natural: o que é melhor para os pets
A alimentação não é só mais um item na lista de cuidados que os tutores devem ter com seus pets. Oferecer bons alimentos, nas quantidades e características compatíveis com o porte, raça e idade do bichinho garantem longevidade e saúde. Mas, como decidir quais são estes tais bons alimentos?
O primeiro passo é escolher uma ração que se adeque a espécie, fase de vida (filhote, adulto ou idoso) e porte do animalzinho, já que as necessidades nutricionais são diferentes.
Fornecer uma ração de cães adultos para um filhote, por exemplo, pode prejudicar no crescimento e provocar doenças osteoarticulares muitas vezes irreversíveis.
Tão prejudicial quanto fornecer ração de cães para um gato, que pode levar a alterações cardíacas", diz Monique Paludetti, nutróloga veterinária do Hospital Pet Care.
O segundo passo, ainda de acordo com Monique, é escolher produtos de qualidade, de empresas que tenham centros de pesquisa e divulguem materiais técnicos para expandir conhecimentos tanto de tutores, quanto de médicos veterinários.
Buscar nas embalagens a identificação dos alimentos "super premium" é outra dica. Uma dieta com altos níveis de carboidratos, pobre em proteínas, ou com proteínas de má qualidade e alto teor de gordura poderá comprometer negativamente a longevidade do pet.
Então, deve optar-se sempre por alimentos ricos, dietas adequadas e balanceadas", diz Aline Gisele Dirson Arenare, veterinária da Petz/Seres.
Ração seca ou úmida?
Quanto a este eterno dilema, Monique afirma que enquanto a seca apresenta um melhor custo/benefício, praticidade e durabilidade, a úmida tem maior palatabilidade e incentiva a ingestão de mais água pelos animais.
Para alimentar um animal com ração úmida, é preciso uma quantidade muito maior do que se a opção for pela seca. Isso acontece porque a ração seca, por possuir entre 6% e 10% de umidade apenas e uma densidade calórica muito maior, supre as necessidades nutricionais do animal com uma pequena quantidade.
Já a úmida possui em torno de 75% de umidade e uma densidade calórica muito mais baixa, dessa forma precisa de uma quantidade muito maior de alimento para suprir os requerimentos mínimos.
Para cães de pequeno porte, gatos, animais que bebem pouca água ou que estejam em dietas para perda de peso, o uso exclusivo de ração úmida ou o chamado "mix feeding" com uma combinação de ração úmida e seca, pode ser muito benéfico ao animal, de acordo com a nutróloga.
Animais seletivos e com paladar exigente também podem se beneficiar do uso da ração úmida", afirma.
No caso dos gatos, Aline diz que como eles têm o hábito ancestral de menor ingestão de água, o alimento úmido supre uma necessidade essencial para preservar a saúde dos felinos que têm mais predisposições a doenças renais.
Combinação
Para associar as dietas secas e úmidas, é preciso que um veterinário faça os cálculos de quantidade de ingestão diária.
Além disso, os rótulos das rações úmidas, que devem conter os dizeres "alimento completo e balanceado", que significa que possuem todos os nutrientes e podem ser utilizadas como substitutas da ração seca.
Antes de mais nada, porém, é importante manter condições ambientais ideais para o gato ingerir mais água — como bebedouros pela casa.
Para aqueles animais que ainda assim bebem pouca ou nenhuma água durante o dia, é indispensável utilizar rações úmidas para que eles aumentem o consumo hídrico indiretamente, afirma Monique"
Dieta natural
A busca pelos alimentos mais naturais e a enxurrada de marcas disponíveis com essa proposta nos pet shops tem agradado muitos tutores de cães e gatos. Aline alerta, porém, que não existe uma dieta 100% ideal e a necessidade do pet frente ao alimento que se deseja escolher é o que deve ser levado em consideração.
Segundo Monique, é importante analisar os fatores raça, espécie, temperamento, idade, existência de doenças, pelo longo, curto, porte. Mas as dietas naturais podem ser boas opções, desde que contenham em sua composição ótimas fontes de proteína, gorduras e fibras.
Qual custa mais?
O peso no bolso também é um fator a ser considerado na hora de escolher que tipo de alimento oferecer para o seu melhor amigo.
O biólogo e coordenador de conteúdo da Cobasi, Thiago Sá, afirma que, de forma geral, é considerável a diferença de gastos entre alimentos secos e úmidos. Tanto nas rações secas como nas úmidas, existem alimentos de alta qualidade (e consequentemente maior valor) e alimentos mais básicos (e mais baratos).
O valor investido na alimentação do pet vai depender muito da marca do produto e do volume diário consumido", afirma Sá.
Ele também diz que uma dica para que o tutor avalie a diferença de custos entre os tipos de alimentação é dividir o valor total do gasto mensal pelos dias do mês. O resultado será o valor diário do custo com ração para o pet.
Hora de trocar: cuidado
Seja qual for a opção, e observadas todas as particularidades apontadas pelos especialistas, é importante que o tutor atente-se aos casos de transição de uma dieta para outra, já que o ideal é que aconteça de forma gradativa.
Cães e gatos possuem o sistema digestório sensível e a troca de rações deve ser sempre gradual para evitar que apresentem sinais gastrointestinais como vômito ou diarreia.
Além da troca gradativa permitir que as bactérias da flora intestinal se adaptem ao novo alimento, também permite que o animal se acostume ao sabor da nova ração, evitando rejeição", explica Monique.
Ela acrescenta que o ideal é que a troca seja feita em, no mínimo, quatro dias, adicionando 25% do alimento novo e retirando 25% do alimento antigo a cada dia, até chegar ao quarto dia fornecendo somente o alimento novo.
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