Conheça a prata brasileira que está na Casa Branca e já serviu Barack Obama
Ricardo Saad nunca foi artesão e assume: não é bom com trabalhos manuais. Mas representa 70 deles e uma soma de bons nomes no design brasileiro que dão formas às peças de prata de sua marca. O diretor criativo da St. James é bom em conectar pessoas e seus talentos. Herança de seu pai, que começou a empresa em 1976.
"Meu pai era (e é) um cara do negócio. Trabalhou em empresas do segmento, foi comprador e vendedor, tinha olho para o mercado e identificou a lacuna no Brasil: os itens de prataria com design moderno vinham sempre de fora", conta.
Quando abriu as portas de sua fabricação própria, em pouco tempo começou a exportar, levando produtos para a feira Ambiente, na Alemanha.
Existia um grande desejo por essas criações. O mercado era diferente e nosso carro-chefe, há 18 anos, eram baixelas de prata"
Atualmente esse item é a bandeja-bar, mais decorativa.
Visão para o design
Em 2007, Baba Vaccaro se tornou diretora de criação da marca. "Foi quando começamos a ter coleções assinadas. Mas a absorção do mercado era lenta. Até 2011 lançávamos a cada 6 meses uma nova coleção. O mercado não absorvia", lembra.
A agilidade de informação só chegou mesmo com o Instagram, em uma época que a St. James tinha uma coleção assinada por Ruy Ohtake. "O apetite por design aumentou e começamos a ir para Milão em 2017. No ano seguinte fizemos várias coleções com designers, o que tem funcionado bem até hoje", observa.
Nos bastidores de todo o sucesso está a valorização do trabalho manual.
Tem pessoas que trabalham com a prata há mais de 30 anos conosco. Eles ensinam aos mais jovens. Meu desafio é transformar a visão das pessoas"
"Não somos uma empresa grande. O feito à mão te limita em tamanho. A missão é mesmo fazer algo admirável, que vá além", conta Ricardo.
Com simplicidade, ele informa quase no fim da entrevista um feito que "parece importante" — o cerimonial do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em 2009, encomendou mais de 700 peças para suas recepções. E não foi a primeira vez que a Casa Branca se encantou pela prataria brasileira. Na década de 1980, a então primeira-dama Nancy Reagan encomendou 20 centros de mesa para adornar a sede do governo norte-americano.
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