Com duas crianças, família brasileira dá a volta ao mundo em 365 dias
Quando ainda namoravam, Ana Luiza Ogg Strauss e André Strauss (@asesabordo) colocaram mochilões nas costas e realizaram uma jornada de volta ao mundo que durou três meses.
Algum tempo após a aventura, o casal teve dois filhos, Alex e Alice — e a constituição de uma família não significou o fim do ímpeto de pegar a estrada. Pelo contrário.
"Depois que as crianças nasceram, muita gente nos disse que seria mais difícil viajar. Mas não queríamos parar de explorar o mundo", conta André.
Desde seus primeiros anos de vida, sempre tivemos o hábito de sair por aí com eles, começando em viagens menores e, depois, partindo para jornadas mais longas. Eram test-drives para ver como as crianças iriam se comportar. E sempre foi muito tranquilo"
Com os filhos já relativamente crescidos (Alex com 11 anos e Alice com 9), o casal resolveu encarar uma nova viagem ao redor do planeta, agora com duração de 365 dias e com o objetivo de passar por cinco continentes.
O planejamento da empreitada envolveu escolher destinos com conhecida infraestrutura para o público infantil e, também, lugares nem sempre associados com crianças, mas que pudessem trazer grandes aprendizados para os pequenos.
"Nesta volta ao mundo, visitamos 16 países, pisando em lugares de perfis diversos. Fomos para os parques de diversão da Flórida, para as praias do Havaí e para um safári na África do Sul, mas também exploramos as paisagens da Tailândia, locais históricos de Israel, o deserto ao redor de Dubai e cenários de natureza da Nova Zelândia e Austrália", lembra André.
As crianças se adaptaram muito bem a todos os lugares, pois em todo canto do mundo há crianças. E, por consequência, sempre encontrávamos alguma estrutura para receber o público infantil"
A viagem foi tão rica e variada (gire a galeria abaixo e veja mais cenas da epopeia) que, ao final do trajeto, cada membro da família teve seu lugar de preferência próprio.
"Alice adora a natureza e, por isso, curtiu muito a Tailândia, um país com lindas praias e com ótimos lugares para entrar no mar. Ela amou a liberdade de estar no meio da natureza e achou a Tailândia o local mais belo de toda a viagem", diz Ana.
"Já o Alex curte mais tecnologia e se dá muito bem com grandes cidades. Então, ele gostou muito dos Estados Unidos, ao visitar centros urbanos modernos como Tampa. E, para mim, foi marcante visitar a Austrália. Eu já tinha morado lá e foi algo especial mostrar o local onde vivi para as crianças", diz a mãe.
André, por sua vez, relata que se apaixonou pelo México. "É um país com um povo muito acolhedor, uma culinária maravilhosa e praias incríveis. E tivemos a oportunidade de passar o Día de los Muertos por lá, uma experiência cultural inesquecível".
Aprendizado em 3D
Durante a viagem, a família quis ter uma vida flexível, para poder conhecer e curtir os pontos de parada de seu roteiro sem pressa.
"Não tínhamos uma agenda predefinida. Quando gostávamos muito de um destino, ficávamos mais tempo por lá. Se não gostássemos, íamos embora", explica Ana. "E, na hora da hospedagem, fizemos muito HomeExchange". Nesse sistema de troca de casas, eles cediam sua residência para hospedar viajantes no Brasil e, em troca, podiam se hospedar em residências no exterior.
Por terra, nos locomovíamos de várias formas, de acordo com o perfil do destino. Dependendo do lugar, a gente pegava trem, ônibus, Uber e, em alguns casos, alugava carro"
Mesmo buscando flexibilidade, a família adotou uma cuidadosa rotina para gerar renda (Ana e André trabalhavam de seus computadores) e administrar o aprendizado escolar das crianças.
Orientados remotamente por uma instituição de ensino, o casal dava aulas de segunda a quinta-feira para Alex e Alice. E, às sextas, acontecia o contrário.
"Sempre pedíamos para que as crianças estudassem a cultura, a história, a gastronomia e outros aspectos dos países que estávamos visitando. E, quando chegava a sexta, pedíamos para que eles nos mostrassem o que haviam aprendido nestes estudos. Eles viravam nossos professores", diz André.
Ana, por sua vez, conta que, ao longo da viagem, as crianças tiveram a oportunidade de vivenciar um "aprendizado em 3D", tendo contato de perto, na vida real, com aquilo que haviam visto nos livros.
Conheceram, por exemplo, a rica fauna da Austrália e da África do Sul, os monumentos históricos de Roma, os aspectos religiosos do Oriente Médio e a fascinante cultura ancestral de países como Tailândia e Israel.
Além disso, o casal afirma que a jornada foi praticamente livre de perrengues: o apuro mais marcante, que acabou sendo engraçado, aconteceu na Tailândia, quando André e Ana ficaram trancados em um dos quartos da casa em que estavam hospedados, por causa de um problema na porta.
Era noite quando isso aconteceu. Ligamos para o dono da casa, mas ele disse que só poderia mandar um chaveiro na manhã seguinte", lembra Ana
A solução encontrada pelo casal foi pedir, através da porta, para que as crianças se comportassem na casa durante a noite e que recebessem o chaveiro no dia seguinte. E os pequenos seguiram à risca as orientações dos pais.
A família adquiriu tanta experiência com a viagem de volta ao mundo e com outras jornadas realizadas nos últimos anos que, em dezembro de 2021, ganhou um programa de TV no canal Travel Box Brazil, chamado "Ases a Bordo" - uma produção focada, logicamente, nas viagens do quarteto.
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