Brasileiro explora Capadócia barata e conhece mulher que vive em caverna
Depois de viver quase dois anos em Dublin, na Irlanda, o brasileiro e publicitário Felipe Martins (@guaipecastrip) resolveu fazer uma longa viagem pela Turquia e escolheu explorar a Capadócia de forma econômica.
Para isso, reservou um couchsurfing como hospedagem. Por lá, recebeu dicas do anfitrião, que o aconselhou a usar carona para se deslocar, já que ônibus e outros meios eram um pouco escassos, e o transporte local, precário.
Foram 20 dias no país e que renderam muitas aventuras, já que não são todos os moradores que falam inglês e a comunicação, muitas vezes, é feita à base de mímica. "Eu não costumo programar viagem, mas a Turquia foi a que planejei melhor", afirma a Nossa.
Capelas rústicas e cidades subterrâneas
Quando chegou na Capadócia, começou explorar o entorno com outra turista eslovaca e colocou as caronas em prática.
Estar com uma mulher ajuda a pedir carona. O homem dá segurança para mulher também", diz.
No primeiro dia de passeio, ele foi conhecer uma cidade subterrânea e depois visitou as cavernas da região. Muitas delas ficam espalhadas pela cidade e existem ainda capelas localizadas no interior de cada uma. "Você desce umas trilhas e vai encontrando túneis e cidades subterrâneas. Muitas delas com viés religioso", conta.
A presença de São Jorge, segundo ele, é muito forte por ali e atrai milhares de turistas todos os anos. Seu maior desejo era ainda visitar o Castelo Uçhisar, um dos símbolos da cidade turística. Ele é feito por formações rochosas em formato de cogumelos e outras pedras.
Em uma outra oportunidade também pegou carona com uma família, que foi super receptiva, mesmo sem trocar uma palavra em inglês ou português. "A esposa até me adicionou. Ela seguia, curtia minhas fotos, comentava. Tivemos uma conexão super legal", diz.
Anfitriã que morava na caverna
Quando ele já estava sozinho, queria explorar outros lugares e seguiu em busca do castelo com rochas diferentes. Para chegar até lá, precisava pegar novamente carona.
Foi então que se deparou com a ajuda de uma australiana, que morava metade do ano na Turquia e outra metade na Austrália.
"Grande parte das caronas eu tentava falar em inglês e a viagem seguia porque os turcos não falam e eu também não falo turco. O máximo era apontar o dedo e a pessoa entendia. Com ela, pude conversar e rolou uma conexão massa", relembra.
Os dois começaram a falar da vida e ela o levou para uma cidade pequena da região. Na hora, a motorista disse para que ele esperasse um pouco, que poderia levá-lo para um lugar incrível em meio às cavernas, e onde ficava localizado o Castelo Uçhisar.
Depois de uma hora, ela voltou com as compras, perguntou se eu já havia entrado em uma caverna e eu nunca tinha ido. Ela perguntou se eu queria conhecer a casa dela e disse que morava lá."
Ao chegar na caverna, a vista era incrível e a experiência foi inusitada e aleatória, como ele mesmo define. "Era uma casa bem alta. Uma vista bem legal. Não fiquei muito tempo na casa dela. Fui no castelo e depois já estava na hora de voltar", diz.
Passeio de balão "barato"
Viajando no modo mochileiro, Felipe tentava economizar de todas as formas. Mas como a Capadócia é conhecida por ser um dos melhores lugares para fazer voo de balão, ele não poderia deixar de fazer esse tipo de passeio.
Com os euros contados, ele contratou uma empresa que realizava a atração turística por 30 euros a menos do que a convencional.
"Estou de mochileiro, quando vou andar de balão? Tenho que procurar um mais em conta". No entanto, o barato saiu caro.
Ele conta que um dos diferenciais do trajeto é chegar no local cedo, para subir com os balões e ver o sol nascendo. Como o caminho era longo, a van chegou ao local, o sol já tinha nascido e diversos balões estavam no ar. "A gente estava atrasado. Foi um rolê baratex de balão. A empresa era meio ruim e eu cheguei moído em casa", conta rindo.
Mesmo com esse "imprevisto", ele conta que a experiência vale super a pena e que todo viajante deveria contratar o passeio ao visitar a Capadócia. "Você tem uma visão de todo o complexo. Eu tinha visto umas rochas de outra perspectiva. Cada montanha é um fotão."
País barato para o viajante
Como a moeda local é a lira turca, Felipe conta que o país é muito econômico para turistas, desde os mais mochileiros até quem procura lugares que não sejam super luxuosos, mas oferecem conforto.
Ele conta que muitas atrações saem por 50 liras (aproximadamente R$ 20), incluindo lugares riquíssimos e de belezas intocadas.
O brasileiro ainda ressalta que a Capadócia oferece muitas surpresas e paisagens a quem for visitar a cidade.
É bem ocidentalizada, mas com cara de interior."
Por último, ele ainda aconselha se locomover com carro, já que transporte público é escasso e pode deixar o turista na mão. "Você tem mobilidade e fica independente. Se puder, alugue um automóvel", conclui.
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