Quadros e plantas lado a lado: fáceis de combinar, trazem graça à decoração
Em vez de adotar quadros em um lado e plantas, em outro, que tal misturar tudo e criar uma composição moderna? Paredes, aparadores, prateleiras e estantes são as primeiras opções para acomodar tais itens, mas a criatividade é infinita. Algumas regrinhas, entretanto, ajudam a montar um conjunto mais harmonioso.
Para início de conversa, é recomendado observar proporções, área a ser ocupada, paleta de cores e a decoração do cômodo como um todo. O espaçamento entre os itens também é impactado pelo espaço disponível, mas é possível manter um bem próximo do outro, sem dramas.
"O importante é lembrar-se de não deixar a planta esconder o quadro, garantindo uma distância adequada para que os dois possam ser apreciados", observa Andressa Bassineli, arquiteta do grupo A.Yoshii.
Tássia e Thaisa Pereira, do escritório TT Interiores, indicam: telas maiores ficam bem ao lado de vasos menores e tons mais neutros. Se forem bem coloridas ou com muitas formas, casam melhor com arranjos mais simples.
"Se o quadro for neutro, o arranjo também pode ser floral, como se fizesse parte do quadro", sugere Tássia. Lucas Alves, designer de interiores e consultor da Urban Arts, confirma:
Ao incrementar com plantas de folhagem mais coloridas e vibrantes, um serve de complemento para o outro"
De acordo com Lucas, quando um quadro é adotado ao lado de arranjos ou plantas mais neutras, é melhor escolher molduras que combinem com os móveis maiores e as cores do cômodo.
"Paredes cinzas funcionam muito bem com molduras pretas e brancas. Se há alguma mesa de madeira no ambiente e quiser deixar o espaço mais clean, vale apostar numa moldura com o tom de madeira que mais se aproxime da cor dessa mesa", recomenda.
Outro detalhe: ao definir a posição dos itens, é importante considerar a manutenção da folhas.
Plantas que podem espirrar água no momento da irrigação ficam melhor à frente de um (quadro) canvas, por se tratar de uma tela em tecido", orienta Lucas.
Também é possível manter plantas de diferentes tamanhos em um mesmo ambiente, criando certo movimento. As arquitetas Julia Varon e Isadora Vaz, da Forma 011 Arquitetura + Design, fizeram essa brincadeira numa sala com parede de tijolinho aparente branco e muitos detalhes de madeira.
Elas usaram vasos menores nas prateleiras suspensas, que acomodam não só quadros, mas também outros itens decorativos, assim como plantas maiores na mesa lateral e até no chão.
Falando em tamanhos, nada impede que peças avantajadas convivam harmoniosamente no mesmo espaço. Foi na casa de um paisagista que o designer de interiores Henrique Freneda criou um ambiente que resgata toda a potencialidade do verde, em telas e vasos de grande porte.
O paisagismo é assinado por Luciano Zanardo. As plantas estão espalhadas pelo espaço e, para completar, as telas trazem imagens também de folhagens, tornando-se protagonistas das paredes atrás do sofá e perto da porta. A sensação é que há um jardim dentro do apartamento, com vasos e quadros se complementando.
Iluminação também conta
Como o desenvolvimento das plantas está diretamente relacionado à iluminação natural, é melhor serem instaladas perto de janelas ou entradas de raios solares. Ao mesmo tempo, luzes aconchegantes criam um visual agradável no período noturno.
"Quando falamos sobre luz artificial, a tecnologia LED é uma grande aliada pois, além de mais econômica e sustentável, não emite calor, o que favorece que as pétalas e folhas não sejam queimadas com os fachos de luz", ensina Gabriela Yokota, especialista da área de Design e Tendência, da Yamamura.
Uma planta para cada ambiente
Entender as condições de temperatura, luz e umidade de cada cômodo é importante antes de selecionar folhagens e flores que se adaptam melhor a lugares internos, como lembram as arquitetas Stephanie Toloi e Rochele Hazan.
Para elas, imóveis e cômodos pequenos pedem vasos de porte igualmente limitado ou suportes suspensos, que não tomam muito espaço. "Ainda é possível decorar móveis com vasos menores", opina Stephanie. No decorado do A. Yoshii, por exemplo, quadros e pequenos cachepôs dividem diferentes nichos na estante que toma toda a parede.
A seguir, Stephanie e Rochele apontam as plantas que mais têm a ver com cada cômodo:
- Sala de estar: antúrio, pau d'água, palmeiras arecas e ráfis têm bom volume e são bem-vindas, tanto no piso quanto penduradas.
- Banheiro: minilírio da paz, violeta, kalanchoe e cactos são ótimas e podem ser cultivadas em vasos cerâmicos ou de metal.
- Quarto: o espaço fica mais aconchegante com lavanda, jasmim, hera e gérbera.
- Cozinha: uma hortinha traz leveza para o cômodo, além de ser fonte de alimentos frescos e saudáveis.
Meio-termo
"Para quem não tem muito tempo para cuidar, sugerimos as plantas preservadas, ou seja, plantas naturais que passam por um processo de preservação e não precisam de água ou iluminação natural", comenta Rochele.
Foi a alternativa adotada pela designer de interiores Camila Cordista, à frente do Cordista Interiores e Lighting. Neste projeto, o cantinho verde, perpendicular à gallery wall, valoriza ainda mais o terraço e a sala integrada.
"O jardim vertical é um painel de plantas preservadas, que passaram por um processo de empalhamento, logo, não é uma planta nem natural, nem artificial", comenta.
Artificiais, por que não?
Na falta de condições para o desenvolvimento das folhagens ou mesmo pela praticidade, uma alternativa é apostar em versões artificiais, que igualmente podem conversar com quadros variados.
A arquiteta Paula Carvalho, por exemplo, trouxe o verde de forma inusitada para dentro da cozinha: dois dos três quadros abrigam plantas artificiais, encaixadas na abertura da peça", diz
É uma opção diferente de adorno; é como se fosse uma escultura na parede"
Menos prático, mas também possível, poderiam ter sido utilizados vasinhos de plantas naturais, inseridos no mesmo espaço.
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