Viajar com pets ou deixá-los em casa: qual a melhor opção para as férias?
Janeiro chegou e a família vai fazer uma viagem de férias. Entre malas, roteiros e expectativas sobre o período de descanso, uma decisão importante a ser tomada: levar ou deixar o bichinho de estimação em casa? Como levar ou onde e com quem deixar?
Para tomar a decisão mais acertada, é preciso que o tutor leve em consideração fatores como tempo e destino da viagem, período que passará longe de casa, custos, idade, estado geral de saúde do animalzinho e, principalmente, o bem-estar do pet não só durante o trajeto, mas também no local das férias.
Primeiro, a pessoa tem de colocar na balança para entender o quanto a viagem será prazerosa para o cão não só no transporte, mas durante os momentos em que o tutor pretende ficar com seu melhor amigo no destino da viagem", diz Rapha Aleixo, comportamentalista canino e adestrador.
O tal bem-estar do pet está diretamente ligado a questões como se ele fica bem sozinho em sua própria casa, se é suficientemente sociável para hospedar-se com outros da mesma espécie em um hotelzinho ou se está apto à viagem pelo fato de ficar bem com outras pessoas e cães (no caso de locais pet friendly) e se não vai "atrapalhar" quando não existirem locais que ele possa frequentar no destino da viagem com a família.
Aleixo também recomenda que o tutor avalie se o período no destino e os altos custos com o deslocamento, no caso de uma empresa aérea ser a responsável pelo transporte, farão mais sentido do que hospedar o bichinho em um hotel especializado ou contratar uma pessoa (pet sitter) que fará visitas periódicas para cuidar do cãozinho em sua própria residência.
Tempo de viagem
Viagens muito curtas, sejam elas pelo Brasil ou internacionais, podem causar tanto transtorno no preparo e no tempo de trajeto que às vezes compensa mais deixar o pet em casa com um cuidador ou em um hotelzinho do que expor o animal ao estresse da viagem e dos preparativos, segundo o veterinário Marcelo Quinzani, consultor de viagens internacionais com animais e gerente do grupo PetCare.
Viagens internacionais por períodos curtos podem ser estressantes demais para os animais porque muitas vezes não há tempo hábil para os preparos médicos e sanitários exigidos pelo país.
O governo brasileiro, por exemplo, exige que os tutores apresentem atestado de saúde, comprovante de vacina e identificação eletrônica do animal com microchip implantado sob a pele, entre outros requisitos a serem atendidos para que o bichinho possa acompanhar seu humano em viagens internacionais.
Além disso, há de se levar em conta o estresse dentro do avião.
No caso de pets idosos ou sob cuidados médicos, não é recomendado que acompanhem seus tutores na viagem, já que não deverão ficar à vontade nos passeios nem em contato com pessoas estranhas. "Neste caso, pode ser melhor que eles fiquem em hoteizinhos ou até mesmo em casa com assistência de um cuidador e o auxílio de um veterinário caso seja preciso", explica o veterinário.
Dog sitter ou hotelzinho?
Entre optar por uma pessoa que cuide do animalzinho dentro de sua própria casa ou deixá-lo em um hotelzinho especializado, é preciso pesar os prós e contras de cada uma das possibilidades.
O principal fator, neste caso, é o reconhecimento da personalidade do animalzinho e o quanto ele está preparado para uma situação ou outra.
"Se você tem um cachorro que se dá bem com outros, necessita de atividades físicas, gosta de interação e de um local que tenha gramado e piscininha com o monitoramento de profissionais e que já passou por uma experiência desse tipo, então a recomendação é que ele fique em um hotel", diz Aleixo
Mas se o cãozinho, porém, não gostar muito de interagir, não tem o hábito de passear nem de contato com outros cães, a melhor opção é pelo cuidador ou dog sitter, que fará visitas em casa durante o período de ausência da família.
Seja qual for a decisão, Quinzani alerta que procurar por uma recomendação ou referências de pessoas conhecidas que já utilizaram os serviços é uma forma de ter bons elementos para uma escolha certeira.
"Para o cuidador que vai ficar na sua casa, é recomendado que seja alguém de confiança ou com referências de pessoas conhecidas que já se utilizaram do serviço", recomenda.
No caso do hotelzinho, conhecer o local antes, observar a segurança das instalações, histórico dos cuidadores, verificar se existe um veterinário responsável pelos animais hospedados, se há a obrigatoriedade de apresentação de vacinas, além do preventivo de pulgas e carrapatos para todos os animais são itens importantes.
Como cuidar do pet viajante
Se, entre todas as opções, a melhor é levar o pet na viagem de carro, a dica de ouro de Aleixo é "cansar" o animalzinho o máximo possível, o que deve acontecer durante alguns dias antes da partida.
"Faça um bom passeio com seu cachorro, não necessariamente só no dia da viagem. Alguns dias antes, dê uma boa cansada nele, com muitos treinos e brincadeiras com bolinhas e frisbees, por exemplo.
No dia da viagem, se for possível, faça algo mais simples, mas não deixe de passear para que ele possa gastar energia. Quanto mais cansado ele estiver, mais fácil será a viagem para ele", diz.
Durante o trajeto, paradas estratégicas a cada duas ou três horas para andar um pouco, além de fazer xixi e cocô, são altamente recomendadas. "Lembrando que essas paradas têm de acontecer em locais seguros, com uso de coleiras e guias para evitar acidentes", indica o veterinário.
Ele também recomenda, para as viagens de carro, que o tutor escolha as horas mais frescas do dia, devido ao calor, além de utilizar o ar condicionado durante o percurso, já que os cães sofrem muito com a combinação calor e estresse por ansiedade.
"Não podemos esquecer do jejum de 6 a 8 horas antes do início das viagens para evitar enjoos e vômitos no caminho", diz.
Gatinhos também podem viajar
Não passa de mais um mito sobre os felinos a ideia de que eles sentem prazer em ficar sozinhos na casa. "Gatos sentem muita falta dos tutores e não gostam de ficar sozinhos", afirma Quinzani.
Assim como no caso dos cães, é preciso levar em consideração o estresse e o período da viagem antes de levar um gato, mas deixá-lo sozinho e sem contato com humanos pode ser muito prejudicial, principalmente para felinos muito sociáveis e mais jovens.
Para quem decidir levá-los, porém, os bichinhos devem permanecer dentro da caixa de transporte fixa ao cinto de segurança e no banco traseiro do automóvel ou no chão atrás do banco do motorista.
Diferentemente dos cães, a maioria dos gatos não precisa fazer paradas para passeios, o que inclusive é perigoso, já que os gatos podem se assustar com movimentos e pessoas estranhas."
No local das férias, a recomendação dos especialistas é a de que se tome muito cuidado com janelas e portas, que devem permanecer fechadas para evitar fugas de animais que não estão acostumados com o ambiente e a situação diferentes.
Quando - e quanto - é melhor deixar em casa
A principal dica para os tutores de gatinhos é que equivalem os mesmos cuidados a serem tomados com os cães, sempre entendendo que alguns bichanos podem se estressar muito em ambientes diferentes dos quais já estão acostumados.
"Nesse caso, para viagens curtas e gatos menos sociáveis, a escolha de deixá-los em casa com algum cuidador pode mesmo ser a melhor opção."
Desde que alguém faça a limpeza da caixinha sanitária, coloque comida e fique algum tempo socializando com os gatinhos, em sua fase adulta, eles podem ficar de 5 a 7 dias sem ver os tutores.
Com o passar do tempo e a ausência dos tutores, podem sofrer sim de solidão e tristeza, perdendo muito pelo, deixando de comer e emagrecendo, o que pode levar ao desenvolvimento de doenças metabólicas."
E quem é que quer ver seus bichinhos tristes e sozinhos, não é mesmo? Com os devidos cuidados e sempre pensando no bem-estar dos animais, é possível viajar com ou sem eles e garantir um final feliz e boas férias a todos.
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