Pandemia fortalece tendência de hospedagem em vilas e casas de luxo
O distanciamento social exigido pela pandemia vem mudando a indústria da hospitalidade em diversos aspectos. Dentre tantas mudanças, um segmento da hospitalidade vem crescendo muito, nacional e internacionalmente: o das casas e vilas para férias com serviço incluído.
O turismo de isolamento segue sendo a aposta de muita gente para as viagens em tempos de pandemia. Assim como os chamados buyouts (quando uma pousada ou lodge é fechado inteiramente para uma família ou grupo de amigos) registraram crescimento recorde no período, casas e vilas para aluguel de temporada com serviço agregado (como arrumadeira, cozinheira, etc) também vivem seu período de ouro.
O setor de aluguel de temporada já vinha registrando crescimento constante desde 2020. Plataformas como Airbnb e VRBO chegaram a computar altas de, respectivamente, 150% e 120% na procura no primeiro ano da pandemia. Mesmo plataformas mais focadas em hospitalidade convencional como a Booking.com também testemunharam aumento significativo na procura por casas, chalés, vilas e apartamentos de temporada.
Focados majoritariamente no segmento do turismo de luxo (e com diárias que podem chegar facilmente a uma dezena de milhares de reais), o nicho das casas e vilas com serviço incluído se adaptou com bastante facilidade às mudanças pandêmicas. Afinal, este tipo de imóvel oferece total privacidade e distanciamento social, sem que o viajante tenha que abrir mão do serviço de hotel.
Na vanguarda das vilas de temporada
Parte do setor já enxergava o potencial deste tipo de acomodação desde muito antes da pandemia. Internacionalmente, as super villas de luxo com serviço incluído são sucesso há décadas, sobretudo em destinos do Mediterrâneo, que concentram algumas das mais caras do mundo.
Trancoso, na Bahia, sempre foi um dos destinos mais férteis neste tipo de acomodação no Brasil. Há exatos dez anos nascia ali o Etnia Casa Hotel, um conjunto de luxuosas casas privativas para aluguel de temporada localizadas a poucos passos do Quadrado e meros 15 minutos da praia.
Embora sempre tenha sido um case de sucesso no mercado nacional e internacional, a propriedade também teve seu grande boom durante a pandemia.
Decoradas com muita "bahianidade", as casas (com diárias desde R$ 1.826) têm diferentes quantidades de quartos, mas todas oferecem total privacidade, amplos livings, cozinhas completas e varanda.
Tínhamos acabado de construir as 3 últimas vilas logo antes da pandemia. Quando reabrimos, tivemos uma enxurrada de reservas, principalmente de grupos de amigos ou famílias viajando juntos", conta André Zanonato, um dos proprietários do Etnia Casa Hotel.
Além do serviço de hotel de luxo agregado à estadia (com direito a café da manhã feito na hora e equipe de concierge), seus hóspedes ainda têm liberdade para receber visitas em suas casas.
Aposta da hotelaria tradicional
O eixo Rio-São Paulo impressiona pela fartura de imóveis do gênero — inclusive vários foram construídos ou inaugurados durante a pandemia, de olho nessa fatia bem específica do mercado de aluguel de temporada.
Foi o caso dos proprietários da Pousada do Sandi, em Paraty, RJ, que durante a pandemia se deram conta do potencial que alguns de seus imóveis poderiam ter neste mercado. Em 2021, a casa de férias da família na Baía de Paraty e a antiga casa de barcos, hoje convertida em um luxuoso loft, foram revitalizadas e lançadas ao mercado de aluguel de temporada como o complexo Villa Bom Jardim.
A Villa Bom Jardim, localizada no belo Saco do Bom Jardim, a dez minutos de barco do centro histórico de Paraty, possui dois imóveis que podem ser alugados de maneira independente para férias e escapadas (diárias desde R$ 9.000 no menor deles). O complexo possui uma vila com seis quartos e um loft com três suítes; ambos isolados e independentes, à beira-mar, em área de mata nativa de mais de 30 mil metros quadrados, com direito a trilhas e até ruínas históricas.
Acessíveis apenas por barco (traslados incluídos nas diárias), contam com serviço de arrumadeira, cozinheira, governanta, caseiro e marinheiro incluído nas diárias. É só fazer a lista do supermercado que a equipe se encarrega de fazer as compras, abastecer a despensa, preparar todas as refeições, lavar a louça e deixar a mesa posta.
A opulenta vila tem praia própria, vastos jardins, horta, solário e sauna. O Loft, mais inimista, fica imerso em vegetação tropical nativa e, com a maioria das paredes de vidro, oferece vista para o mar em qualquer cômodo. Ainda tem um deck próprio com acesso direto ao mar.
Nicho em franca ascensão
Com a pandemia, o setor de casas e vilas com serviço agregado se expandiu no Brasil, ganhou novos imóveis, conquistou diferentes perfis de hóspedes e criou um nicho importante para muitas agências de viagem nacionais.
A Mérola Luxury, por exemplo, possui hoje um vasto portfólio de imóveis do gênero. "Esse movimento já era crescente no turismo de luxo; mas a pandemia realmente potencializou essa alternativa de hospedagem para famílias e grupos de amigos. É uma tendência que veio para ficar", afirma Eduardo Peluzo, diretor executivo da agência.
Todas as propriedades que oferecem para locação de férias incluem equipe de serviço. E a maior parte dos clientes não quer apenas o aluguel do imóvel, mas também a organização de passeios e outras atividades no dia-a-dia da viagem.
Criamos experiências exclusivas durante a estadia, muitas delas 'indoor' mesmo, como jantares de alta gastronomia realizados por chefs renomados", explica Eduardo.
Dentre as opções diferentes, o portfólio da agência inclui, por exemplo, uma vila localizada a cinco minutos dos Lençóis Maranhenses, com piscina no rooftop e vistas panorâmicas para o parque dos Lençóis até das suítes (diárias desde R$ 15.000).
Ou o aluguel de um ilha privativa inteira na região de Angra dos Reis (desde R$ 20.000 por dia), com quartos em estilo bangalô, sala de cinema, pista de cooper rodeando a ilha, embarcação à disposição e heliponto próprio.
Com o sucesso do segmento, muitas casas e vilas passaram a ser comercializadas por diferentes agências e operadoras brasileiras, com as mais diversas faixas de preço e níveis de serviço incluído.
A Casa Cairuçu (desde R$ 2.300), por exemplo, fica quase isolada em uma área de proteção ambiental à beira-mar a 15 minutos de barco de Paraty, RJ (transfer incluído). Cercada por praias quase selvagens e floresta tropical, tem acesso direto ao mar-piscina da região, caiaques e pranchas de SUP disponíveis e serviço de governanta para cozinhar e arrumar a casa incluído todas as manhãs.
Os proprietários fizeram questão de oferecer um imóvel de alto padrão focado na sustentabilidade, da arquitetura que privilegia a ventilação natural dos ambientes ao aquecimento solar da água quente.
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