Casal cria refúgio espaçoso e cercado por natureza no interior de São Paulo
A pandemia popularizou o termo "turismo de isolamento", com cada vez mais gente optando por viagens que possibilitem cumprir o distanciamento social. E foi nesse cenário que um jovem casal de São Paulo fez nascer a Casa Floresta (@casaflorestabr), um empreendimento de aluguel de temporada criado na zona rural de Bragança Paulista.
O empresário Raphael Hennies e nutricionista Barbara Vaz, a Babi, viajantes de carteirinha e sempre preocupados com os impactos do turismo, criaram uma casa pequena, para até duas pessoas, rodeada por mata nativa, bosques, trilhas e cachoeiras nas proximidades.
O Rapha estudou muito reflorestamento e sempre falamos de reflorestar alguma área, dar algo de volta para a natureza. Com a Casa Floresta estamos conseguindo", comemora.
Projeto nasceu na pandemia
Para escolher o lugar ideal para dar vida ao projeto da Casa Floresta, priorizaram isolamento, com belas vistas e proximidade com mata nativa.
Foi a primeira obra de verdade da nossa vida; até então só tínhamos vivido coisas simples, como trocar uma parede ou fazer uma reforma elétrica. Construir uma casa do zero em um terreno em declive, em área rural, foi um super desafio", desabafam.
Dos cuidados e limites impostos pela natureza à falta de mão de obra em um período da construção civil extremamente aquecida, não foi uma tarefa fácil. E ainda enfrentaram os reajustes semanais de preço de material.
"Arregaçamos as mangas e fomos atrás de participar de tudo, íamos a Bragança geralmente duas vezes por semana", conta o casal.
"No último mês da obra, em julho de 2021, alugamos um chalezinho perto da casa e ficamos o mês inteirinho lá, acompanhando a obra e a finalização de tudo", contam.
Casa também para morar
A ideia da Casa Floresta não é exatamente nova. Raphael e Babi pensaram nela pela primeira vez ainda em 2018, durante férias em Ubatuba. Mas o projeto ainda não tinha forma definida.
A relação do casal com imóveis para aluguel de temporada era antiga, por isso sabiam exatamente o que queriam que a construção tivesse do ponto de vista prático — além da beleza estética e da sustentabilidade, é claro.
"Nós sempre falamos em construir uma casa na qual ficássemos encantados em morar e que tivesse tudo para que os hóspedes realmente aproveitassem bem o imóvel", explicam.
Com décor bastante contemporâneo e todas as facilidades da vida contemporânea, a casa conta com amplo espaço, lavanderia, lareira e sauna seca — todas com vista.
Outro destaque é a cozinha extremamente bem equipada, com todo tipo de eletrodomésticos e água puríssima direto do poço da casa, foi outro sonho realizado para Babi.
"Muitas vezes, quando nos hospedávamos em imóveis de aluguel de temporada, as casas eram tipo chalés, com infraestrutura bastante limitada, pra passar mesmo só um final de semana. Sem forno, fogãozinho pequeno.
Fizemos questão de planejar uma casa completíssima, que não faltasse mesmo nada. Se alguém quiser ficar um mês, um ano, é possível. E, mesmo que fiquem apenas um final de semana, não precisam sair dali para nada", resume Bárbara.
O sossego do hóspede que quer realmente praticar o turismo de isolamento está mesmo garantido por ali: o casal criou um mini empório na despensa da casa com chocolates, massas, molhos, cervejas, vinhos e mais uma série de produtos de alimentos e bebidas. Tudo ali tem etiqueta de preço; o hóspede pega o que quiser e faz uma transferência do valor final via PIX, sem burocracias.
Natureza como protagonista
Isolada na zona rural desta cidade do interior paulista, a casa tem a maioria de suas paredes de vidro para que as vistas panorâmicas exuberantes sejam possíveis a partir de qualquer cômodo — inclusive do chuveiro ou da lavanderia.
Ainda que pensada para viajantes solo ou casais, a casa é extremamente espaçosa, com living, cozinha, quarto e banheiros, um grande deck, uma enorme varanda no primeiro andar e área externa com gramado. Pets também são bem-vindos ali.
O projeto, capitaneado pelo arquiteto Eduardo Kosovicz, priorizou a proximidade com a mata, muito vidro, integração de ambientes e uma posição de construção que favorecesse a circulação de ar e a melhor sensação térmica em qualquer estação do ano.
Outro ponto muito importante para nós foi que a casa tivesse um impacto positivo no terreno: menor impacto possível na geografia, um biodigestor para tratamento dos resíduos e o reflorestamento", explica Babi.
O casal já plantou mais de 50 mudas no terreno na fase da construção e agora no começo de 2022 serão mais de 55 árvores de médio porte plantadas — além da simpática hortinha na entrada da casa. "Estamos focando em árvores nativas, que realmente contribuam para a regeneração da reserva", dizem.
Além do investimento inicial que fizeram, Raphael e Barbara estabeleceram que, desde o primeiro dia da locação da casa para o turismo, 10% da renda de qualquer estadia é sempre destinada para seu projeto de reflorestamento na região.
Ideias de expansão
Rapha e Babi começaram a alugar comercialmente a Casa Floresta em agosto do ano passado. Desde então, o imóvel não passou um único final de semana vazio. E recebe um público bastante heterogêneo de casais e viajantes solo, dos mais aventureiros aos mais intelectuais.
Uma coisa é fato: todos estão sempre em busca de um lugar para desligar, curtir a si mesmos e aproveitar a natureza", sentencia Babi.
O sucesso do primeiro empreendimento levou o casal a tirar do papel também outros planos. "Estamos muito felizes e muito empolgados com esse primeiro 'filho'", brinca Babi. "Estamos estudando bastante o mercado e nos organizando, para que possamos também oferecer aos nossos hóspedes em breve experiências de bem-estar e de sustentabilidade".
Além de seguir trabalhando com a mesma equipe de engenheiros que cuidou da construção da Casa Floresta ("a obra nunca acaba, né?"), Rapha e Babi já planejam também a construção de um Loft sustentável no mesmo terreno, em breve.
E, mais para frente, expandir o modelo da Casa Floresta para outra área no interior de São Paulo e algo também no litoral.
O turismo de isolamento ainda vai ganhar muito terreno nos próximos anos, e estamos felizes de ser parte desse movimento", explica Babi.
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