A sensualidade da Mugler esculpiu "vestido molhado" e looks com recortes
O estilista francês Thierry Mugler morreu na noite deste domingo (23). Aos 73 anos, embora estivesse afastado do mundo da moda há duas décadas, o designer revolucionou o mundo da moda ao abordar a sensualidade de forma incomparável. Para isso, as roupas da grife traziam recortes únicos — além do seu tradicional shape do triângulo invertido, em que os ombros eram evidenciados e o restante do look se esculpia ao corpo como uma ampulheta.
A "consciência corporal", como seus trabalho muitas vezes foi creditado, era seu guia principal. A partir disso, criou-se uma moda surrealista e, muitas vezes, até mesmo fetichista. Mugler criou seu próprio mundo sabendo que, para causar impacto, era preciso exagerar.
Seu sucesso começou nos anos de 1980, mas foi em 1990 que a fama, acompanhada de um imenso retorno financeiro, começou a bombar com o debut da fragrância "Angel", que alavancou o nome da Mugler em todo o mundo.
Quando se afastou da moda, em 2002, o estilista voltou a usar seu nome de nascimento, Manfred. Através da prática de fisiculturismo e de cirurgias, o artista passou por uma mudança na aparência.
Vale reforçar que atualmente Casey Cadwallader é o diretor criativo da marca, desde 2017. O americano substituiu Nicola Formichetti, que, além de ter comandado a Mugler, atua como diretor de moda de Lady Gaga.
Aqui você pode relembrar uma entrevista exclusiva de Formichetti para Nossa.
Das telonas aos palcos
Um dos looks mais memoráveis criados pelo estilista foi vestido por Demi Moore no filme "Proposta Indecente", lançado em 1993. Nas telonas, à época, a atriz deixava parte do busto à mostra com um tecido preto que se desenhava em tiros abaixo do seu pescoço. O traje se encaixava perfeitamente ao longa-metragem e traduzia o seu título em apenas um look.
Nos palcos, a Mugler vestiu ninguém menos do que Beyoncé. Depois de conhecer o trabalho do designer na exposição "Superheroes" do Costume Institute em 2008, a cantora encomendou figurinos para sua turnê mundial, a "I am... Tour".
Para o WWD, o estilista Thierry Mugler declarou ter criados os looks pensando na "mulher e na guerreira" Beyoncé — que no álbum "Sasha Fierce", assumiu uma identidade mais ousada e repleta de perfomances, valorizadas pelas esculturas do estilista francês.
Além da Queen B, o universo extravagante da Mugler esteve presente também na fase mais fashionista de Lady Gaga.
Enquanto se apresentava para o mundo como uma artista que não temia ser exposta por ser esquisita, a voz de "Chromatica" desfilava com extravagância os looks da grife francesa — que se encaixavam como uma luva a sua personalidade.
Já nas passarelas, em um dos seus mais recentes desfiles, uma das maiores estrelas presentes foi Hunter Schafer. A protagonista da série "Euphoria" foi um dos destaques da coleção de Primavera/Verão 21 ao lado de grandes nomes da moda como Bella Hadid e Irina Shayk.
Magnetismo nos red carpets
A força da Mugler entre as famosas, como já vimos, era praticamente onipresente. Mas seu magnetismo acontecia, de fato, nos tapetes vermelhos das premiações. Bastava uma celebridade aparecer usando a grife francesa para que sua imagem se tornasse o destaque da manchete das notícias.
Kim Kardashian é prova disso. Em 2019, a influenciadora, empresária e agora advogada foi ao Met Gala, baile em que a moda é grande a protagonista, com um "vestido molhado" e transparente da label francesa.
A peça em questão foi feita especialmente para Kim e demorou oito meses para ser finalizada. O vestido com espartilho de látex grudava no corpo da estrela da realidade e cristais de contas pendiam dela como se fossem gotas d'água.
Desenhar este vestido para mim foi uma grande honra. Ele durou cerca de oito meses de fabricação. O look me fez imaginar esta garota da Califórnia saindo do oceano, molhada, pingando."
Thierry Mugler à Vogue norte-americana
No mesmo ano, Cardi B foi ao Grammy com uma criação vintage de alta-costura Mugler. A peça do arquivo retratou a rapper como uma Venus, a parte debaixo preta se abria como uma concha, ao mesmo tempo em que se desenhava ao redor do seu corpo marcado por uma segunda pele nude.
A transparência da casa de moda francesa tornou-se, nessas mesmas premiações, uma predileção entre as famosas. Como exemplo, podemos relembrar a cantora Miley Cyrus com o vestido preto para o VMA 2020 e a atriz Megan Fox com seu "naked dress" para o VMA 2021.
Entre as brasileiras, a Mugler também brilhou. Para sua apresentação no programa "Fantástico", da TV Globo, Iza desfilou um body repleto de recortes da etiqueta.
Já a cantora Anitta, ainda mais recentemente, usou um vestido da grife para sua apresentação na final da Libertadores, em 2021.
A "Girl From Rio" compartilhou fotos em seu Instagram que mostrava o figurino que colava ao seu corpo como um consert, enquanto contrastava as cores rosa e preto.
Após a sua morte, hoje Thierry Mugler deixa seu legado para a moda por meio de uma visão sensual, mas, sobretudo, única.
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