Estação de trem mais profunda do mundo passa por baixo da Muralha da China
Inaugurada em dezembro de 2019 com o objetivo de facilitar o deslocamento na região metropolitana de Pequim durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, que começam nesta sexta-feira (4), a estação de trem Badaling-Grande Muralha já levou seu próprio recorde: ela é a estação de trem mais profunda do mundo.
Escondida embaixo da porção de Badaling da Muralha da China, a cerca de 102 metros do solo, ela recebe e se despede de trens de alta velocidade que fazem o histórico percurso entre Pequim e Zhangjiakou, segundo informações da CNN americana.
Sua distância da superfície, aliás, é estratégica, para proteger o monumento milenar de desgastes estruturais devido à intensa movimentação de trens e pessoas nas plataformas. Com três andares, ela ocupa uma área de cerca de 36 mil metros quadrados, além de outros 12 quilômetros de túneis que passam por baixo de outras porções da Muralha.
A construção da estação foi iniciada em 2016. De acordo com as autoridades chinesas, engenheiros usaram, pela primeira vez na história do país, um detonador eletrônico que permitiu programar as explosões necessárias com velocidade de vibração máxima de 0,2 centímetros por segundo — inferior a de um único passo dado por uma pessoa caminhando na Muralha.
Para quem quer visitar o cartão postal chinês, é possível deixar a estação e caminhar apenas cerca de 800 metros até a estação de bondinhos de Badaling.
No entanto, para se locomover dentro da própria estação necessita de maior planejamento: os portões fecham cerca de 12 minutos antes da partida do último trem para garantir que os passageiros finais tenham tempo de chegar até a plataforma (bastante) subterrânea.
Todos os trens são autônomos, apesar de contarem com um condutor que monitora o seu funcionamento. Além disso, eles são equipados com sinal 5G e sensores de luz e coleta de dados inteligentes, que detectam quaisquer problemas na operação.
Algumas composições ainda foram desenvolvidas com a circulação dos atletas em mente e possuem bagageiros especiais para acomodar equipamento esportivo, que podem ser acessados através de QR Code.
Um sistema de carrossel à parte foi estabelecido desde 21 de janeiro, ainda segundo a CNN, para que aqueles que se desloquem rumo ao Jogos não ocupem os mesmos trens que passageiros de rotina da linha, causando superlotações.
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