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Cia aérea quer criar lista de viajantes "indisciplinados" e banidos de voos

Os casos de violência contra funcionários das aéreas só crescem desde o início da pandemia - Lukas Wunderlich/Getty Images
Os casos de violência contra funcionários das aéreas só crescem desde o início da pandemia Imagem: Lukas Wunderlich/Getty Images

De Nossa

07/02/2022 12h15

A companhia Delta Airlines propôs ao Departamento de Justiça do governo norte-americano a criação de uma lista de passageiros banidos de voos. O critério para incluí-los na relação seria o histórico de indisciplina a bordo de aeronaves de cada viajante.

O presidente da empresa aérea, Ed Bastian, teria escrito ao Procurador Geral Merrick Garland em 3 de janeiro para denunciar o comportamento agressivo dos passageiros que teria aumentado expressivamente durante a pandemia, segundo a agência de notícias Reuters.

A lista "ajudaria prevenir futuros incidentes e serviria como um forte símbolo das consequências de não cumprir as instruções de tripulantes em uma aeronave comercial", diz o texto obtido pelo veículo. A relação já existe dentro da própria Delta, que incluiu os nomes de 1.900 passageiros banidos por se negarem a usar máscara a bordo dos aviões, medida que é lei federal nos EUA.

Em setembro, a companhia sugeriu que todas as aéreas devem compartilhar o documento, para prevenir que indivíduos agressivos já barrados de uma empresa possam voar por outra.

Algumas semanas depois, em 8 de outubro, o presidente Joe Biden pediu ao Departamento de Justiça que lide com o número crescente de incidentes violentos a bordo de aeronaves.

Em 2021, a FAA (Administração da Aviação Federal), órgão do governo americano que regula a aviação civil no país, registrou o recorde de 5.981 casos de passageiros com comportamento indisciplinado, 72% relacionados a brigas em relação ao uso de máscaras. O auxílio de medidas disciplinares para controlar os viajantes foi necessário em 350 casos.

Só em 2022, a FAA já recebeu 323 denúncias do mesmo problema, de acordo com a emissora NBC. No mês passado, três nova-iorquinos foram formalmente acusados de agredir um segurança da Delta no aeroporto JFK em setembro.

Segundo o procurador Breon Peace, eles "espancaram o funcionário" com o rádio de trabalho dele "até levá-lo ao chão" e depois seguiram chutando e dando socos no seu rosto e no corpo enquanto ele estava caído.

No mês de novembro, o Procurador Geral Merrick Garland pediu a procuradores em todo o país que priorizassem casos de comportamento violento em voos, como aqueles que envolvem ataques e agressões contra comissários ou outros passageiros. No mesmo mês, a FAA encaminhou 37 passageiros ao FBI, a agência de polícia federal americana.

Até o momento, o Departamento de Justiça não comentou publicamente o pedido de Bastian.