"Vai para Cuba!": brasileira já visitou o país de Fidel Castro nove vezes
"Vai para Cuba!" é uma frase que a advogada e paulista Malu Garcia, 48, já ouviu bastante. E foi justamente depois de receber esses "conselhos" que ela visitou o país nove vezes.
"Vou desde quando não era modinha", conta a Nossa. Suas primeiras viagens começaram em 2005, quando pouco se falava da capital Havana e outras cidades cubanas. Sua paixão pelo país começou quando ainda era adolescente, por meio de filmes e livros de história.
Um dos seus maiores interesses era conhecer e saber ainda mais sobre o argentino Ernesto Che Guevara, que, ao lado de Fidel Castro, foi líder na Revolução Cubana.
Antes de ir, já tinha lido sobre a história de Cuba e o que mais me surpreendeu foi o povo. Quando fui à praça da revolução, tinha muita fotografia histórica. Aquilo para mim foi casar meus conhecimentos com os livros", relembra.
"Outra" Cuba
Quando visitou o país pela primeira vez, fechou pacotes de viagem por meio de agências, que anunciavam serviços em jornais. A locomoção entre as cidades era algo muito difícil e conhecer os pontos turísticos exigia planejamento.
Na época, o turismo ainda estava se desenvolvendo em Cuba — realidade muito diferente da atual, segundo Malu. Hoje, a advogada ressalta que o país vive disso e quer atrair cada vez mais turistas para a região. A construção de hotéis está muito forte e grandes empresas hoteleiras da Europa estão olhando mais para a ilha caribenha.
Por visitar o país inúmeras vezes, Malu conta que pôde ver de perto os pontos positivos e negativos do local. Ela cita que há problemas, mas que o viajante precisa ter sua própria vivência na ilha para emitir opiniões.
Praias de encher os olhos
Um dos pontos turísticos que mais enchem os olhos de quem visita o país são as praias cubanas. Localizadas no Caribe, o mar azul se mistura entre tons de azul-turquesa e areia branquíssima. E o melhor: água bem morna.
A paulista conta que essa atração ainda é a que os viajantes mais procuram quando visitam o país. E com razão, diz Malu. Ela afirma que não é muito difícil encontrar estrangeiros que fogem do frio. Os mais comuns são russos e canadenses. "O clima de Cuba é perfeito. Em três horas, os canadenses estão lá", afirma.
Em suas recomendações, ela conta que Varadero está entre as praias mais bonitas e que todo mundo precisa conhecê-la quando pisar no país. A uma hora da capital Havana, o lugar é ideal para relaxar.
Outra dica de praias que precisam ser visitadas é Cayo Largo, pequena ilha localizada na costa sul de Cuba. Malu conta que é um dos lugares mais bonitos que visitou e que merece a atenção do turista.
Charuto é o forte do país
Muito além da capital Havana e das praias, a paulista afirma que Cuba pode ser convidativa para um turismo diferente.
Na cidade de Viñales, onde há diversas plantações de tabaco, é possível ver como funciona toda a produção de charutos da região.
Fui exclusivamente para ver como funciona a plantação, o manuseio dos charutos. É uma arte isso."
Como o país sofre muito com o embargo econômico, ela conta que um dos grandes produtos de exportação é o charuto.
Esse tipo de tabaco se tornou um artigo de respeito e que abrange diversas pessoas no país. "Existe toda uma indústria de charutos. Eles têm conhecimento em todo o processo", afirma.
Além do fumo, o rum também é um dos carros chefe do país e serve como base de produtos de exportação. Clássico, ele dá origem ao mojito, bebida típica do povo cubano. "Quem chega lá tem que ser batizado com mojito. É equivalente a nossa caipirinha", brinca Malu.
Desigualdade ao lado de avanço
Visitando Cuba há quase 20 anos, Malu conta que vivenciou de perto os problemas e pontos positivos do lugar. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o país oferece coisas boas ao visitante e também aos moradores.
No início do ano passado, quando diversos países ainda tinham que lidar com novas variantes e e segunda onda de covid-19, ela morou em Havana por alguns meses. Dessa forma, vivenciou de perto a rotina cubana. "Eu acho que não existe tanta desigualdade igual há no Brasil. O cubano é muito inteligente. Porque a educação é o forte desde criança. Não tem analfabeto", diz.
Ela ressalta ainda que todos deveriam conhecer o país e que os habitantes têm uma consciência coletiva, principalmente no combate à pandemia. "Eles trataram com rigor. Muito cuidado", afirma.
Porém, Malu diz que mesmo tendo um carinho enorme pelo país, sabe que não é um paraíso e também enxerga pontos ruins. "Todo lugar que o turista vai com dinheiro é bom. Eu admito que viver em Cuba não é fácil, mas lá você não vai morrer de forme".
Outro ponto defendido por ela é a saúde no país. "É bem interessante. O único país da América Latina que fez a própria vacina", diz. "As pessoas costumam comparar com os Estados Unidos, mas não tem como comparar", complementa.
Sem internet até 2018
A infraestrutura e serviços oferecidos no país mudaram muito ao longo das últimas décadas. Até 2018, Malu conta que era muito difícil conseguir internet na ilha. Por muitos anos, Cuba oferecia um cartão que dava acesso, mas que oscilava muito por causa das sanções econômicas.
Uma vez precisava fazer uma transferência bancária em um horário específico e como não tinha fácil acesso em seu celular e computador, precisou antecipar um voo que ia para Miami, nos Estados Unidos, e de lá realizar a transação.
Depois com o desenvolvimento da ilha, ter acesso a redes ficou mais fácil, permitindo que o turista visite o local sem muitos problemas. "Até nas casas ficou melhor", diz.
Mesmo com o avanço na tecnologia, ainda há problemas nos transportes e locomoção pelas cidades em Cuba. Malu conta que alugar um carro é muito caro e esse ainda é um empecilho igual no passado. "A última vez que cotei estava aproximadamente 80 euros. Andava pela cidade a pé ou contratava ônibus para viagens em agências de turismo".
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