Cachorro pode nadar? Como garantir a diversão segura em mar ou piscina
Nadar está entre as atividades preferidas de alguns cãezinhos que trocam até os mais deliciosos petiscos por alguns minutos de brincadeiras na piscina ou no mar. É fato que o "banho" ajuda bastante a refrescar, além de ser um grande enriquecimento e distração para os pets.
Como atividade física, um dos principais benefícios é que se trata de um exercício de baixo impacto, que fortalece a musculatura com menos sobrecarga às articulações.
Mesmo com tantos argumentos favoráveis, porém, é importante atentar-se a alguns cuidados básicos para prevenir surpresas desagradáveis durante ou após a diversão.
A primeira e mais importante dica é que o animal nunca deve ser forçado a praticar esse tipo de atividade. Desde que demonstre interesse, pode e deve ser estimulado, porém nunca obrigado.
Podemos usar brinquedos para entretê-lo e fazê-lo gastar energia, mas se ele não se sentir confortável para isso, não se deve forçar", diz Lysandra Jacobsen, veterinária e analista de educação corporativa da Cobasi.
É importante que o tutor introduza a atividade aos poucos, respeitando os limites do bichinho. Os cuidados, aliás, uma vez que o animalzinho já demonstrou interesse nos nados, devem acontecer antes, durante e pós-banho. Vale lembrar também que o excesso de banhos sem os cuidados ideais pode trazer problemas como dermatites, inflamações e infecções.
Outro ponto importante é verificar a saúde do cão, pois algumas doenças, como problemas cardíacos e dermatopatias (doenças de pele), podem contraindicar a atividade.
Antes do mergulho
A recomendação, primeiramente, é não fornecer ao animal nenhum alimento imediatamente antes do mergulho e tomar outras medidas preventivas para evitar problemas.
Usar algodão nos ouvidos (de preferência impermeável), filtro solar, boias e coletes próprios para o pet, com o intuito de auxiliar, ajudam a ter uma natação mais segura. Além disso, o ideal é que o animal esteja com vacinas e vermifugações em dia para entrar na água, evitando contrair e transmitir doenças e verminoses.
Outro conselho da veterinária é que, antes da natação propriamente dita, o cãozinho seja colocado em algum local controlado, como a parte rasa da piscina ou em alguma bacia, para que o tutor tome conhecimento de como ele irá reagir com a água.
Todo cão sabe nadar?
Apesar de existir o famoso 'nado cachorrinho', nem todos os cães sabem nadar. A veterinária da Cobasi explica que o problema não está no fato de não saberem bater as patas, que ocorre por instinto do animal, mas por não conseguirem nadar e respirar ao mesmo tempo (cães de focinho achatado) ou por não conseguirem manter as patas em movimento (cães com patas curtinhas).
No caso dos focinhos achatados, que são os chamados cães braquicefálicos como Pugs, Buldogues, Pequineses, entre outros, os animais com estas características podem não conseguir respirar pelo fato de terem mais dificuldade de colocarem a cabeça fora da água para nadar e respirar ao mesmo tempo. Já os cães com perninhas mais curtas como Daschunds, Bassets e outros, podem apresentar dificuldades para nadar devido à proporção da cabeça e do corpo.
Os cães de pequeno porte merecem atenção redobrada no que diz respeito ao quesito natação. "Alguns também podem não se sentir à vontade na água porque terão mais dificuldade em permanecerem apoiados ao fundo, caso a profundidade não seja compatível com seu porte. Isso pode fazer com que eles se cansem mais por precisarem nadar o tempo todo", afirma Kelli Nicida, veterinária e coordenadora do Centro Veterinário Seres/Petz.
É exatamente pelo fato de que alguns cães podem ter dificuldades para nadar e não conseguirem se manter na superfície, que os banhos nunca devem acontecer sem a supervisão do tutor.
"Há relatos de animais que foram levados pela correnteza no mar e não conseguiram voltar ou ainda casos que ao entrar na piscina para nadar, não conseguiram sair sozinhos", alerta Bárbara Scherer, veterinária da DrogaVet.
Problemas de pele
Em virtude do contato com o cloro ou água do mar, assim como os humanos, os animais também podem desenvolver problemas de pele.
A água do mar contém sais que podem causar desidratação, coceiras e sua ingestão pode provocar distúrbios como vômitos e diarreia. O cloro, por sua vez, pode gerar irritações na pele, olhos e mucosas, e a ingestão também pode causar problemas gástricos e intestinais. Caso não esteja em quantidades corretas na piscina, os danos podem ser ainda mais sérios como casos de intoxicação.
Em episódios como estes, é recomendável que se procure imediatamente atendimento veterinário.
Uma maneira de minimizar os riscos de se desenvolverem alterações na pele e ouvidos ocasionadas pelos mergulhos é um banho com água doce para remover os resíduos de sal e cloro.
Lysandra diz que o uso de condicionadores e hidratantes na pele do animal ajuda a conservar a barreira cutânea íntegra, prevenindo as dermatites.
Caso perceba alguma irritação, coceira ou algum sinal de alergia, é importante relatar ao veterinário que o animal teve contato com a água da piscina ou do mar."
Após o banho com água doce, o tutor deve secar bem a pele e o pelo do animalzinho, entre os dedos e, principalmente as orelhas para reduzir os riscos de infecções. Utilizar um secador com o vapor frio para auxiliar na secagem é a recomendação dos veterinários.
"A água do banho não pode ser quente demais e o cão precisa ser bem seco, pois a umidade excessiva também pode ser prejudicial e propícia para o crescimento de fungos e bactérias", diz Kelli.
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