Paixão de Erick Jacquin fez o chef comprar famoso restaurante de São Paulo
Erick Jacquin ampliou seu portfólio de estabelecimentos e comprou o bistrô Ça-Va, na região da Avenida Paulista em São Paulo (SP), no início de 2021. Mas a história do chef com a casa já era um pouco mais antiga: ali ele gravou um dos episódios da terceira temporada de "Pesadelo na Cozinha", reality exibido pelo Discovery Home & Health em que ele "salva" restaurantes em dificuldades financeiras.
Em um vídeo divulgado nesta quarta (16) no canal do programa no YouTube, Jacquin explica o que o motivou a assumir o negócio antes tocado por Antônio Carlos Cirelli, vítima da covid-19 em 2020.
"Foi uma história de paixão, de coração. O senhor Antônio me marcou muito", relembrou.
Segundo o chef, os filhos do proprietário já o haviam procurado antes de ele falecer para perguntar se ele tinha interesse no restaurante, já que não sabiam até que ponto o pai poderia cuidar da casa mesmo após as melhorias feitas por Jacquin durante a participação no programa.
"Durante a pandemia, os filhos dele me ligaram e falaram: Erick, a gente não vai reabrir [...], a gente não vai ficar com o restaurante, se você quiser, você pega. A gente quer vender".
Jacquin então topou a proposta e decidiu comprar o estabelecimento.
"Eu fiz questão de não mudar o nome, não mudei o afresco, a pintura que está lá dentro, não mudei a personalidade do restaurante", justificou o jurado do MasterChef Brasil. "Deixei os quadros que ele tinha lá dentro. Eu deixei muitas coisas, o bar do jeito que estava, eu deixei as Torres Eiffel [do senhor Antônio], eu deixei os livros dele".
O chef faz questão de manter, mais do que a mobília, o espírito da gastronomia feita pelo antigo dono.
O Ça-Va não é um restaurante para impressionar, é um restaurante para comer uma comida de bistrô, de todo dia. A gente vai em um bistrô para se divertir, comer bem... Comer um filé ao poivre com salada e batata frita. É isso que eu quero, isso é o Ça-Va — é o que o senhor Antônio fazia" Disse Jacquin.
"O senhor Antônio nunca quis impressionar, ele queria se sentir bem no restaurante dele e eu quero continuar assim. E é por isso que eu comprei o Ça-Va, para o Ça-Va não morrer, não ficar outro Ça-Va. Se outra pessoa comprasse o Ça Va, quebrava tudo e virava o quê? Uma sex shop? Um bistrô moderno ou uma hamburgueria? Hamburgueria, com certeza!", provocou.
Ele ainda critica a falta de continuidade de projetos gastronômicos no nosso país.
"Um restaurante no Brasil não tem história. É uma pena, mas veja. Fecha um, o outro compra, quebra tudo e faz outra coisa. Você vai para a França, para outros países, todos os restaurantes têm continuidade, tem restaurante que tem 100 anos, 200 anos, muda o dono, a gente não sabe o nome do dono, mas a gente sabe o nome do restaurante".
Jacquin ainda prometeu continuar a preservar o legado do antigo proprietário na casa. "O Ça-Va tem história. Começou antes do senhor Antônio, vai continuar comigo e espero que tenha um cara depois de mim que vá comprar e que vá falar: 'Vou continuar o Ça-Va... E vai ter o cheiro do mofo dos livros do senhor Antônio'. É isso aí que eu quero.''
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