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Ilha tem apenas dois habitantes e já foi locação de filme épico. Conheça

A Lagoa Azul, em Comino - Meehowu/Creative Commons
A Lagoa Azul, em Comino Imagem: Meehowu/Creative Commons

De Nossa

17/02/2022 11h54

Um "segredo" bem guardado da Europa, a ilha de Comino, em Malta, tem apenas dois habitantes, mas oferece uma das mais belas paisagens do continente aos visitantes.

Usada como centro de quarentena durante a ocupação francesa no arquipélago no século 18, o destino tem uma história ainda mais rica.

Durante o domínio de Roma sobre as ilhas maltesas, Comino tinha como (parca) população produtores agrícolas, mas ela passou também por períodos em que foi completamente abandonada.

A torre St. Mary - Divulgação/Visit Malta - Divulgação/Visit Malta
A torre St. Mary
Imagem: Divulgação/Visit Malta

No fim do século 13, seus precipícios, cavernas e topografia íngreme fizeram da ilha o esconderijo perfeito e ela chegou a abrigar, em uma das cavernas, o exilado profeta seguidor da Kaballah Abraham Abulafia, segundo o jornal Malta Independent.

Durante a Idade Média, piratas, bárbaros e corsários usavam Comino como ponto de parada ou base paramilitar antes de atacar e pilhar Malta e Gozo, suas ilhas vizinhas.

Capela em Comino, Malta - Rolf gastler/Creative Commons - Rolf gastler/Creative Commons
Capela em Comino, Malta
Imagem: Rolf gastler/Creative Commons

Nos séculos 16 e 17, o isolamento de Comino mais uma vez prevaleceu e ela foi usada como destino de exílio, mais uma vez, para cavaleiros errantes de Malta, membros da ordem militar católica que desertavam de suas funções e eram condenados a cuidar da torre St. Mary, um dos principais pontos de observação e defesa da ilha construída em 1618.

O prédio onde funcionou um dos hospitais e centro de quarentena de Comino - Frank Vincentz/Creative Commons - Frank Vincentz/Creative Commons
O prédio onde funcionou um dos hospitais e centro de quarentena de Comino
Imagem: Frank Vincentz/Creative Commons

Ao longo dos anos, a região recebeu todo o tipo de isolados da civilização europeia: prisioneiros de guerra, soldados em treinamento, doentes e perseguidos políticos. Com as pegadas deixadas por tantos antepassados, ela se tornou um destino turístico rico em história e com suas belezas naturais fortemente preservadas por uma população quase inexistente.

Outra vista da Lagoa Azul, em Comino - Divulgação/Visit Malta - Divulgação/Visit Malta
Outra vista da Lagoa Azul, em Comino
Imagem: Divulgação/Visit Malta

Segundo informações da revista "Travel and Leisure", atualmente apenas duas pessoas vivem em Comino. A tranquilidade também a tornou a locação ideal para filmagem de longas como "O Conde de Monte Cristo" e "Troia", informa a Autoridade de Turismo de Malta. Cerca de dez cavernas da região ainda estão abertas a mergulhadores.

É possível visitar Comino ainda através dos cruzeiros que fazem paradas em Malta e oferecem pequenas excursões que passam pela ilha. Caso esteja no arquipélago, é possível alugar um iate ou lancha para explorá-la.