Marc Jacobs encerra Semana de Moda de NY de surpresa e fora das passarelas
Mesmo de fora do circuito, o estilista Marc Jacobs encerrou com chave de ouro — e de surpresa — a Semana de Moda de Nova York.
Oficialmente, a programação do evento terminaria na quarta-feira (16), com sentidas ausências, como a de Tom Ford, presidente do CFDA (Conselho dos Designers de Moda da América) e um dos maiores nomes da profissão nos EUA.
Mas Jacobs lançou, nesta sexta (18), um ponto final mais triunfante e simbólico para a temporada: a enxuta coleção Runway 2022, que o estilista divulgou para a imprensa especializada através de uma pasta de fotos enviada por e-mail, segundo informações do site Fashionista. Horas mais tarde, ele apresentaria ao público por meio de seu próprio Instagram.
Uma espécie de "enfant terrible" — a irreversível criança travessa — da moda nova-iorquina há décadas, Marc Jacobs não se encaixou nos desfiles phydigital (a mistura de programação física e digital, com direito a transmissão ao vivo dos eventos) que caracterizaram as Semanas de Moda a partir do início da pandemia. Desde então, ele apresentou apenas uma coleção, de outono 2021, desfilada presencialmente na Biblioteca Pública de Nova York.
Mas o desejo de criar se sobrepôs às dificuldades práticas e questões conceituais que envolvem a moda em tempos de covid-19.
"Nós estávamos assim 'não vamos mostrar até que possamos fazer um desfile do jeito que fazemos. Mas então, desta vez, eu e Joseph [Carter, parte de seu time de designers] e Alastair [McKimm, outro colaborador de Marc] decidimos que iríamos fazer algumas roupas. E iríamos fotografá-las", contou à revista i-D.
No Instagram, Marc Jacobs definiu a coleção como "felicidade". "Parece que estamos neste período em que aquilo que sentimos ser certo está evoluindo", refletiu ainda à publicação. Por isso, ele fez questão de fazer tão diferente do que já conquistou anteriormente e do que seus colegas de profissão andam executando, em forma e conteúdo.
Com apenas dez looks, a coleção apresenta uma literal desconstrução (e reconstrução do passado): o estilista usou criações anteriores, até mesmo da coleção apresentada em 2021, para compor as novas peças. "Estamos recontextualizando nossa própria história", sugeriu à i-D.
A proposta parece ir de encontro ao período em que a sociedade e a moda tenta construir uma ponte entre a vida — e a produção criativa — conhecida antes da pandemia e um presente transicional, com muitas questões em aberto. Entre elas, se estilistas como Marc Jacobs farão seu retorno definitivo às passarelas ou continuarão a romper com os calendários internacionais para compartilhar a sua arte.
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