Do abandono à fama: 1ª pet influencer do Brasil, Estopinha faz 13 anos
Há 13 anos, a cachorrinha Rita foi devolvida duas vezes por famílias adotantes por "mau comportamento" e voltou ao abrigo para morar com a ninhada de irmãos e outros pets sem família.
Contra as estatísticas que descartam doguinhos bagunceiros e "mais velhos" das listas de preferidos nas adoções, a pequena foi parar numa casa com família amorosa, ganhou aulas de "etiqueta", novo nome e até sobrenome: nascia, então, já com quase 1 aninho, Estopinha Rossi.
A cachorrinha tinha todas as características que o especialista em comportamento animal, zootecnista e veterinário Alexandre Rossi procurava: um pet cheio de tudo que os outros humanos chamam de "problemas" e conseguir, através dela, levar informações de qualidade e mais conhecimento aos tutores ou pretendentes a pais de pets.
Blogueira pioneira
Da escolha do "Doutor Pet", como Rossi é mais conhecido, até as viagens, agenda lotada e a demonstração de que a ex-Rita era uma cachorrinha muito especial foi um passo para recordes de seguidores nas redes sociais — nas quais Estopinha estreou em 2011. Ela chegou a ultrapassar, em engajamentos, o Boo, um Spitz Alemão anão.
Hoje com perfis no Instagram (722 mil seguidores), Facebook (2,6 mi) e Youtube (257 mil inscritos), sendo este último o único que divide com Rossi, a "blogueira por profissão e fazedora de arte por opção" se comunica com seus fãs — humanos e pets.
Também é dela o título de pioneira a se comunicar através do Skype. Através de chamadas de vídeo, Rossi dita comandos para que ela cumpra determinadas tarefas e uma parafernália criada para liberar petiscos funciona como 'máquina' de recompensa.
O doutor pet explica que a ideia veio junto com seus estudos do doutorado, que teve como tema a capacidade dos cães em comunicarem-se através de aplicativos de voz.
Tinham produzido um programa na BBC afirmando que o cachorro não teria condições de entender e como na ciência somos movidos por desafios, decidimos tentar."
DNA comprova energia
A identidade mais do que única da filha canina de Rossi também aparece refletida em seu DNA. É que, enviado para avaliação de duas empresas diferentes, o material genético da cachorrinha confundiu os pesquisadores.
Após decodificarem o DNA de Estopinha, concluíram ser impossível definir quais raças compõem a misturinha que resultou em tanta energia e perspicácia. "Concluíram que ou ela é misturada com absolutamente todas as raças ou nunca passou pelo processo de seleção de raças; ela seria dos cachorros que acompanharam os seres humanos e que nunca teve seleção", explica Rossi.
Durante uma live, Alexandre aproveitou para desmentir o boato de que já teve várias Estopinhas.
Falaram: 'não, gente! Essa não é a primeira Estopinha do Alexandre. Ele já tem a Estopinha há muito tempo. São outros cachorros que ele vai trocando'. Mentira! É a mesma cachorra, nunca fiz isso de trocar de cachorro e colocar o mesmo nome. Acho que eles têm a vidinha deles e vão ficar marcados pelo que eles foram. A Estopinha é essa aqui."
Toda família engajada
Estopinha não é a única filha do papis Alexandre Rossi. Da família, também fazem parte o SRD Barthô (com DNA misturado de cocker, poodle e vira-latas), que chegou como temporário e acabou ficando, e a caçulinha felina, Miah, escolhida a dedo por Rossi para conseguir ser gata e ao mesmo tempo lidar com toda a bagunça e agitação da casa de humanos e cachorros.
Todos mantêm redes sociais individuais e é, através de seus pets, que Rossi e equipe conversam diretamente com um público de tutores interessados em informações a respeito de saúde e comportamento dos animais.
De forma leve e divertida, a Estopinha traz assuntos que, na maioria das vezes, dizem respeito a ela mesma.
"Como vocês sabem, eu tô ficando velhica, às vezes fico meio lerdica ou não acho os petisquinhos em meio segundico (agora demoro um segundico, um absurdooo). Mas, mesmo assim, estou muito bem para a minha idade... porque o papis sempre cuidou muitico bem da minha alimentação e do meu pesooo", diz a Estopinha em um dos posts para colocar em pauta os assuntos alimentação e longevidade.
Novos tutores, novos comportamentos
Para cumprir a missão de melhorar o convívio e o relacionamento das pessoas com os animais, além dos conteúdos gratuitos nas redes, Rossi, Estopinha e sua trupe também participam de programas das TVs abertas e fechadas, palestras, cursos para ensinar técnicas de adestramento a tutores e formação de profissionais que trabalham nos atendimentos domiciliares de casos específicos.
Além disso, Alexandre Rossi iniciará uma nova produção de conteúdo, mais científico e acadêmico, com serviços e produtos, em parceria com Rede Petz. O Doutor Pet, no entanto, avisa que as soluções caseiras ou mais baratas, com dicas de "faça você mesmo" não sairão do cardápio de seus trabalhos junto à equipe.
Na opinião do especialista, os assuntos que rondam o mundo pet têm se destacado durante a última década.
"Cheias de equívocos, as pessoas acham que o bem-estar, às vezes, é fazer tudo o que o animal quer, do jeito que ele quer, na hora que ele quer, e não dá os estímulos necessários.
Dar comidinha no prato do animal, por exemplo, ainda é considerado um carinho e um bem-estar enquanto a gente sabe que, na verdade, eles ficam entediados dentro das nossas casas e a gente tem de estimular eles a caçarem e procurarem o próprio alimento", afirma.
Aniversário com bagunça de presente
Com passe livre para expressar seus instintos com um bom e livre "ataque" ao bolo de aniversário, Estopinha fez 13 anos cheia de votos de longevidade e saúde de famosos e anônimos.
Chamou a atenção o quanto essa bichinha já viveu e fez coisa, conheceu gente e ficou conhecida. E a cada ano vai ficando cada vez mais emocionante porque ela começou a envelhecer e não sabemos quantos anos mais ela ainda vai poder me acompanhar", diz Rossi.
Para quem aconselha o "papis" a preparar um clone, uma outra cachorra Estopinha para substituir a original, ou alguma outra "solução" parecida, Rossi diz que a ideia é "viver o ciclo": "acho que o envelhecer faz parte e deve ser trazido para a realidade que um ser vivo tem suas fases de começo, meio e fim. Temos o momento da adoção e da despedida."
Como diria a própria Estopinha:
Ah, para com isso, papis. Estou aqui cheia de energia para continuar roubando suas meias por muitos e muitos anos, além dos vários pulicos que ainda quero dar nas visitas!"
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