Invasão na Ucrânia: Veja como viagens podem ser afetadas pelo conflito
A Ucrânia foi invadida por tropas da Rússia na manhã de quinta-feira (24) — diversas cidades já sofreram ataques e bombardeios nas últimas 24 horas, o que levou o governo de Kiev declarar o estado de emergência no país e a fechar o espaço aéreo para aeronaves comerciais.
Apesar de o Governo Federal não ter feito algum posicionamento orientando brasileiros a evitar o Leste Europeu, desde então, o presidente Jair Bolsonaro ofereceu aos cidadãos que já se encontram no território o apoio da Embaixada e dos serviços consulares para deixar o país.
Outras nações e companhias aéreas, no entanto, já evitavam o espaço aéreo ucraniano há mais de uma semana. No dia 12 de fevereiro, o Departamento de Estado americano emitiu um alerta não viajassem à Ucrânia devido "à crescente ameaça de ações militares".
Além disso, foi solicitado que os cidadãos dos EUA no território "deixassem [o país] imediatamente". Na manhã de sexta (25), o Departamento de Estado voltou a orientar ao público e pediu que viajantes usassem quaisquer meios encontrassem seguros para sair da Ucrânia por terra.
Já a FAA (Federal Aviation Administration, órgão do governo americano que regula a aviação civil) orientou pilotos, segundo a CNN, a evitar todo o espaço aéreo ucraniano, bielorusso e a porção oeste da Rússia.
O governo do Canadá emitiu um alerta na quinta (24) para que seus cidadãos não se desloquem para a Ucrânia e evitem todas as viagens não essenciais a determinadas áreas do território russo, como Rostov, Voronej, Belgorod, Briansk, Koursk, próximas à fronteira ucraniana. Além disso, as autoridades discriminam outras áreas de possível conflito, como a Chechênia.
De maneira semelhante, o governo britânico desaconselhou as viagens para a Ucrânia, pediu aos seus cidadãos que retornem para o Reino Unido e que aqueles que têm viagens para a região não tentem entrar em território ucraniano através das fronteiras terrestres com Romênia, Polônia, Rússia e Eslováquia.
Além disso, as autoridades britânicas alertaram que a Rússia tem fechado aeroportos no seu lado da fronteira com a Ucrânia e que alterações no status dos terminais russos podem ser feitas a qualquer momento, desaconselhando também as viagens não essenciais para determinadas regiões do país governado por Putin por razões de segurança e/ou exercícios militares já detectados nas áreas.
Na manhã da sexta (25), o Kremlin já havia anunciado a restrição para todas as aeronaves de companhias britânicas, segundo a BBC. De maneira análoga, a British Airways e a Iberia, ambas pertencentes à IAG, suspenderam todas as suas operações em território russo e a Aeroflot Russia Airlines foi proibida de voar em espaço aéreo britânico pelas autoridades do Reino Unido.
A Japan Airlines informou na quinta (24) que seu voo JAL049 de Haneda a Moscou havia sido cancelado, assim como o JAL040 de Moscou a Haneda que voaria na sexta (25). A companhia continua a monitorar a situação na Ucrânia e decidir o status de seus voos individualmente.
Da Alemanha à Suécia, passando por França, Bélgica, Romênia e Itália, os países europeus fecham gradualmente o seu espaço aéreo às companhias russas em retaliação à invasão da Ucrânia por Moscou, que desencadeou uma série de sanções ocidentais contra o poder russo.
Em resposta, o governo de Moscou anunciou na segunda-feira (28) o fechamento de seu espaço aéreo para aviões de 36 países como resposta à medida adotada por essas nações no fim de semana.
A principal companhia aérea russa, a Aeroflot, já havia anunciado na sexta-feira (25) a suspensão de seus voos para Londres e Dublin, após a introdução de sanções por parte do Reino Unido como represália pela invasão da Ucrânia.
Na sexta (25), a americana Delta Air Lines anunciou o fim de sua parceria com a companhia russa Aeroflot em resposta à invasão da Ucrânia.
Até então, as aéreas mantinham uma política de codeshare, que permitia que a Delta alocasse passageiros seus em voos da Aeroflot partindo de Moscou e que a Aeroflot pudesse acomodar os seus viajantes em voos da Delta que saíssem dos aeroportos John F. Kennedy, em Nova York, e de Los Angeles (LAX).
Na terça (1º), o presidente Joe Biden reforçou o bloqueio em seu discurso do Estado da União ao Congresso e fechou o espaço aéreo americano a todos os voos que partem da Rússia, sejam de companhias locais ou não.
A decisão se seguiu em concordância com as da União Europeia, do Canadá e de países bálticos, que já haviam proibido voos de aeronaves controladas ou de propriedade russa de pousar em seus territórios. O Canadá, em especial, fechou também seus portos.
Companhias de cruzeiros, aliás, seguem na mesma direção. A Norwegian Cruise Line, assim como Viking Cruises, Cunard Line, Regent Seven Seas Cruises, Oceania Cruises, Atlas Ocean Voyages e a MSC Cruzeiros já anunciaram retiradas de portos russos e ucranianos de seus itinerários desde o dia 25.
De maneira semelhante, em 13 de fevereiro, a companhia aérea holandesa KLM já havia anunciado a suspensão de todos os seus voos para a Ucrânia. Na manhã desta quinta (24), outra empresa do mesmo grupo, a Air France, também suspendeu suas operações em Kiev.
De acordo com a CNN americana, Lufthansa, Swiss International Air Lines, Eurowings e Austrian Airlines também cancelaram seus voos para o país no sábado (19) e anunciaram que não operarão na Ucrânia até, pelo menos, o fim de fevereiro.
Devido ao fechamento do espaço aéreo ucraniano, a IATA (Associação de Transporte Aéreo Internacional) alertou nesta quinta (24) que voos que estivessem programados para sobrevoar a região serão desviados e que auxiliará governos e companhias a alinhar suas operações para manter a segurança das viagens.
O que muda nos países vizinhos?
Além da Rússia, que fechou alguns de seus aeroportos e parte do espaço aéreo na região de Rostov para voos civis, segundo informações da agência Reuters, a Moldávia fechou totalmente seu espaço aéreo até 4 de março como resultado de "ações militares na nossa proximidade imediata", anunciou o Vice Primeiro-Ministro Nicu Popescu nesta quinta. Voos foram desviados.
Popescu ainda informou na manhã de sexta (25) que as fronteiras terrestres entre Moldávia e Ucrânia, além das de Romênia e Ucrânia continuam funcionais e recebendo alto influxo de refugiados.
Belarus também realizou um fechamento parcial de seu espaço aéreo, de acordo com a EASA (Agência da União Europeia de Segurança na Aviação).
O órgão europeu ainda alertou que a situação é de "alto risco" na região e que "operadores devem exercitar cuidado extremo" e evitar o espaço aéreo a 200 milhas náuticas da fronteira entre Rússia e Ucrânia. Não há previsão de estabilização dos espaços aéreos e da situação de segurança na região.
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