O retorno da minissaia: menor do que nunca, viral na internet e democrática
Muito acima dos joelhos, acompanhada de duas camadas de tecido e finalizada com um cinto de couro. A minissaia da Miu Miu disparou nos dois primeiros meses deste ano como a peça mais fashionista. Aos interessados por moda, basta uma rápida visita ao feed do Instagram para ver diversas revistas do segmento apostarem na criação de Miuccia Prada, designer-chefe da Prada e a fundadora de sua subsidiária Miu Miu, para seus editoriais de moda.
A ascensão da minissaia, na verdade, não surpreende — como previsto por Nossa como umas das principais tendências para o verão de 2022.
Apresentada durante a coleção de Primavera/Verão 2022, a roupa vestiu as modelos da Miu Miu propondo um retorno ousado aos escritórios. De forma disruptiva, os blazers e outros trajes mais sociais pareciam ter sido cortados como uma manifestação de liberdade contra ao confinamento dos anos na pandemia.
E lá estava a minissaia em questão, praticamente onipresente em todos os stylings feitos para o desfile — fosse com moletons ou com a alfaiataria.
Provavelmente, looks como esses não serão vistos no escritório de fato — a não ser vestindo Carrie Bradshaw nos novos episódios de "Sex and the City". Mas esse não é o único pressuposto por trás da coleção.
O retorno da moda Y2K, que abrange tudo o que bombou nos anos 2000, também oferece um empurrão para o tamanho sucesso.
Aos que viveram de perto o cenário pop no começo dessa década, as imagens de cantoras como Britney Spears, Christina Aguilera e Jessica Simpson exibindo as barrigas de fora com looks mínimos logo virão à cabeça — e, preferencialmente, com um piercing no umbigo.
Não só na música, no cinema as minissaias também ditaram moda. Os conjuntinhos xadrez de "Patricia de Beverly Hills", um pouco antes no final dos anos 1990, não nos deixam mentir.
A padronagem marcante das roupas do longa-metragem estrelado pela atriz Alicia Silversone apareceram recentemente, por exemplo, no desfile da coleção da Versace para o Outono/Inverno 2019. Na apresentação, as saias apareciam acima do joelho e de cintura alta com predominância do azul e amarelo.
Uma nova proposta
Para novos tempos
A plataforma de pesquisas da Lyst comprova o boom das minissaias. Segundo a análise feita pela varejista de moda, a demanda pelas peças está em alta há três anos. Só na última semana, 900 buscas por dia foram feitas pela que trazia a etiqueta da Miu Miu.
Em sua primeira campanha, a marca de Miuccia Prada já parecia apostar no traje como uma peça Instagramável. Para isso, recrutou a modelo Hailey Bieber para ser o rosto que vestiria o look. Consequentemente, atraindo a atenção, pelo menos, dos seus 41 milhões de seguidores na rede social.
Um mês depois, Nicole Kidman dá as caras para a capa para a revista "Vanity Fair", que destaca sua indicação ao Oscar. Para celebrar o maior prêmio do cinema, o look escolhido foi mais uma vez o da marca italiana. Incluindo um top da mesma etiqueta e meias com mocassim. Na mesma estética college citada anteriormente.
Até aí: nada novo sob o sol. Se não fosse por revistas como a "i-D Magazine" e "Dazed".
A "i-D", inclusive, foi a responsável por fazer com que as buscas da minissaia disparassem na pesquisa feita pela Lyst. A publicação britânica estampou uma de suas capas mais recentes com a modelo plus-size Paloma Elsesser, acompanhada pela minissaia da Miu Miu.
A edição, nomeada "Out of Body", que pode ser traduzida como "Fora do Corpo", faz um questionamento sobre como essas peças, ao mesmo passo que retornam à moda, ainda reforçam um estereótipo já antigo sobre quem "pode" usá-las. As aspas de Paloma, por sua vez, abrem um novo caminho: "Sou sexy e não vou apenas usar vestido elástico. Estou usando Miu Miu."
O que, por assim digamos, estabelece um nível de liberdade e status.
Na mesma linha, a "Dazed" coreana investiu em um modelo masculino para um ensaio com o traje do momento. Unhas pintadas e um abdômen sarado que navegam na busca pela moda sem gênero, que muito se fala há anos e cada vez é uma aposta mais forte para as marcas e grifes.
Há quem diga que a minissaia é um contraponto às versões midi que cobrem até a metade das pernas; e também se destacaram nas passarelas. No entanto, ela parece cair bem melhor ao corpo quando rompe com quem já as vestiu nos anos 2000. Não que isso impeça qualquer um de vesti-las — o que já acontece neste exato momento —, mas agrega mais ao mundo que vivemos hoje.
Enquanto isso, no Brasil, o Twitter nomeia a minissaia da Miu Miu como a nova "obsessão da moda". Os usuários compartilham suas apostas de "quem será a primeira brasileira notória a usar a peça" e fazem memes em relação ao tamanho proposto e sua visibilidade, segundo alguns deles, já "cansativa".
Exaustiva ou não, a minissaia da Miu Miu conquista os espaços que precisam ser conquistados para se tornar uma "febre": a internet e o entretenimento.
Ao lado dela, como mostrou a Semana de Moda de Milão na quarta-feira (23), a Diesel também apresenta a sua proposta: uma minissaia cinto, que parece ser fivelada ao corpo enquanto o logo da marca italiana se destaca na parte frontal.
Por fim, ao que tudo indica, minissaias não faltarão.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.