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66% das mulheres já foram assediadas em bares ou restaurantes, diz pesquisa

Entre as mulheres que trabalham ou já trabalharam nesses ambientes, o índice de assediadas sobe para 78% - Bruna Bento/@bentobruna
Entre as mulheres que trabalham ou já trabalharam nesses ambientes, o índice de assediadas sobe para 78% Imagem: Bruna Bento/@bentobruna

De Nossa

07/03/2022 14h39

Dois terços das brasileiras relatam já terem sofrido algum tipo de assédio em bares, restaurantes e casas noturnas. Entre as mulheres que trabalham ou já trabalharam nesses ambientes, este número sobe para 78%.

A conclusão é da pesquisa "Bares Sem Assédio" realizada pela marca de uísque Johnnie Walker e pelo Studio Ideias e divulgado a Nossa em primeira mão nesta segunda-feira (7). O estudo ouviu 2.221 mulheres maiores de 18 anos no país em um questionário disponibilizado pela internet durante os dias 18/fevereiro a 25/fevereiro deste ano. A margem de erro é de 2,1 pp.

O estudo revela também que 53% das entrevistadas já deixaram de ir a um bar ou balada por medo de assédio e apenas 8% frequentam regularmente este tipo de estabelecimento sozinha. 13% nunca se sentem seguras nestes ambientes e 41% só se sentem mais confortáveis na presença de um grupo de amigos.

Dentre as que relatam assédios, 40% já foram seguradas por alguma parte do corpo por não terem dado atenção ao agressor. 63% contam que sentiram raiva e 49% impotência diante da violência. 93% atribuem as agressões a outros clientes dos estabelecimentos e 89% nunca chegaram a denunciar as agressões, seja por não saber como (24%), por sentirem medo (18%) ou vergonha (17%).

Entre as participantes da pesquisa, 28% trabalham ou trabalharam nestes ambientes, e 72% não; 34% têm entre 18 e 29 anos, 44% estão no Sudeste e 26% no Nordeste; 64% pertencem Às classes C e D; 10% são pretas, 48% brancas e 26% pardas; 82% são heterossexuais.

Campanha e certificado

Mulheres brindam com copos de uísque - Bruna Bento/@bentobruna/Johnnie Walker - Bruna Bento/@bentobruna/Johnnie Walker
40% das brasileiras relatam que já foram seguradas pelo corpo por não terem dado atenção em um bar
Imagem: Bruna Bento/@bentobruna/Johnnie Walker

Diante desta realidade, o rótulo realizou uma parceria com a startup Women Friendly — que já certifica bares, festivais e eventos como ambientes seguros para mulheres — para custear o treinamento de funcionários para acolhimento às vítimas, revisão de práticas de segurança e de embasamento jurídico, para criar 40 estabelecimentos livres de assédio nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.

A iniciativa oferecerá treinamento para mais 1.000 profissionais da vida noturna brasileira que tenham interesse em se aprimorar para transformar bares, restaurantes e baladas em ambientes mais seguros para as clientes.

Estabelecimentos interessados podem se cadastrar no site barsemassedio.com para realizar, durante o mês de março, o curso de imersão online que treinará bartenders, garçons e gestores dos bares gratuitamente para combater a violência contra a mulher nos estabelecimentos.