Passeio não é brincadeira: como escolher um dog walker para seu cãozinho
Para os cães, o passeio diário é essencial para socialização, gasto de energia, interação com o ambiente e com outros da mesma espécie, prevenção de problemas articulares e redução de obesidade, além de relaxamento.
Apesar de tamanha importância, não é todo tutor que consegue levar seu bichinho para a rua na quantidade de vezes que o animal necessita. Com isso, surgiu uma nova profissão, muito requisitada: a dos passeadores (ou dog walkers, em inglês).
Para conquistar a confiança de tutores e animais, no entanto, é uma trajetória de conhecimento e cuidados.
"O cão que passeia sente-se realizado como cão e isso influencia muito, para melhor, em seu comportamento dentro de casa", diz a dog walker Gabriela Graziano de Oliveira Tini, 34 anos, que há seis anos dedica-se à profissão.
Assim como Gabriela, um bom "passeador" deve entender de comportamento animal, além de ter uma base de adestramento porque é uma ação que inclui socialização e contato com outros cães.
"Meu pet não gosta de passear"
Na natureza, o deslocamento dos cães de um ponto a outro acontece para que eles encontrem seus alimentos e garantam a preservação da espécie. Domesticados, embora não dependam mais da caça, eles não perdem o instinto.
"Eles encontram outros cães, cheiros e é por isso que além do gasto de energia físico, o passeio também atua no gasto de energia mental, porque o cão acaba passando por um processo de socialização", explica Rapha Aleixo, adestrador e comportamentalista canino.
Não existe cachorro que não goste de passear, mas que não aprendeu ou teve algum trauma", diz.
Hora de passear: o dog walker ideal
O primeiro item a ser observado na hora de escolher o passeador para seu pet é a quantidade e o porte dos cães que fazem os passeios em conjunto. Por serem portes, tamanhos e necessidades diferentes, os passeios devem acontecer entre os animais equivalentes nestes quesitos.
Cinco passos de um cão grande são dez de um pequeno. Isso sem contar que o menor tem um ritmo e o maior tem outro. Os dois não podem estar em um único passeio", diz Raphael.
Gabriela explica que seu principal critério para "dividir" os cães ou saber se eles podem passear em grupo é informar-se com o tutor se o animalzinho relaciona-se bem com outros cães, se tem medo, quais são seus limites de aceitação e o que costuma incomodá-lo.
Ela também observa como é o trato do cãozinho com pessoas e se ele possui alguma limitação física para realizar os passeios.
Material próprio e trajeto acordado
Aleixo também recomenda que os tutores prefiram profissionais passeadores que permaneçam uniformizados, identificados como dog walkers durante o passeio, e que utlizem seus próprios materiais como as guias que conduzem os animais.
Se o dog walker tem as guias e peitorais dele mesmo, tem a completa responsabilidade sobre o cão. Porque se estourar uma guia que pertence ao tutor, ele vai dizer: 'perdi seu cachorro porque a sua guia estourou'. É melhor evitar."
Ter um contrato que determine todas as atividades que serão prestadas através do serviço também é uma ótima forma de profissionalizar a relação entre tutores e dog walkers.
Nada mal estabelecer previamente o tempo do passeio, percurso, número e porte de cães durante a atividade e normas de conduta e segurança.
Solto nem pensar
Também é muito importante certificar-se se o dog walker leva o cãozinho para brincar solto em parques específicos para animais.
Aleixo não recomenda esse tipo de atividade e afirma que pode afetar diretamente a saúde do pet.
O dog walker está ali para levar o seu cachorro a um passeio e não para soltá-lo em uma praça, parque ou parcão de cães.
Existe muita falta de conhecimento, cães agressivos, mal educados e que podem agredir o seu melhor amigo mesmo sob a responsabilidade do dog walker. Cuidado."
Ele diz que existem aplicativos que, com o auxílio de um GPS, mostram o exato trajeto do dog walker com o cãozinho. Preferir profissionais que trabalhem com esse tipo de serviço também é uma excelente opção.
Preços e benefícios
Os valores de um serviço de dog walker podem variar entre R$ 300 e R$ 550 mensais em São Paulo, dependendo da região. Também pode haver variação do valor conforme o número de cães na mesma casa e a quantidade de passeios realizados na semana.
O tutor precisa levar em consideração o peso no bolso, os benefícios para a saúde do cãozinho e também avaliar a possibilidade de ser o único responsável pela caminhada diária de seu pet.
Passeio com o tutor é bem melhor
Mas, como saber se é preciso contratar um profissional ou se os passeios que você mesmo faz com seu cãozinho são suficientes para nutrir as necessidades dele?
Ponto comum entre os especialistas é que se o tutor consegue passear constantemente com seu cão sem a necessidade de terceirizar a tarefa, ponto positivo para os momentos de interação e relacionamento que terá com o pet, além de trocas de conhecimento, brincadeiras, entre outros tantos benefícios.
Sempre falo que uma das coisas mais importantes de termos com nossos cães é essa troca, que é tão gostosa durante um passeio tanto para nós, humanos, quanto para os animais", aponta Raphael.
Se o tutor consegue passear dois dias na semana, a recomendação dos especialistas é que procure um passeador para os outros dias, mas se consegue passear cinco vezes na semana, talvez não precise de um profissional para ajudar.
Obviamente que vai depender da raça e do porte do cãozinho, mas em geral, um bom passeio deve ter de 5 a 6 quilômetros. Uma volta no quarteirão não é um bom passeio", afirma Aleixo.
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