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Passeio não é brincadeira: como escolher um dog walker para seu cãozinho

Se o tutor não pode passear, os dog walker exercem essa função essencial na vida dos cães - Getty Images
Se o tutor não pode passear, os dog walker exercem essa função essencial na vida dos cães Imagem: Getty Images

Juliana Finardi

Colaboração para Nossa

12/03/2022 04h00

Para os cães, o passeio diário é essencial para socialização, gasto de energia, interação com o ambiente e com outros da mesma espécie, prevenção de problemas articulares e redução de obesidade, além de relaxamento.

Apesar de tamanha importância, não é todo tutor que consegue levar seu bichinho para a rua na quantidade de vezes que o animal necessita. Com isso, surgiu uma nova profissão, muito requisitada: a dos passeadores (ou dog walkers, em inglês).

Para conquistar a confiança de tutores e animais, no entanto, é uma trajetória de conhecimento e cuidados.

Passeadores devem ter uma série de cuidados e conhecimentos para começar na profissão - Getty Images - Getty Images
Passeadores devem ter uma série de cuidados e conhecimentos para começar na profissão
Imagem: Getty Images

"O cão que passeia sente-se realizado como cão e isso influencia muito, para melhor, em seu comportamento dentro de casa", diz a dog walker Gabriela Graziano de Oliveira Tini, 34 anos, que há seis anos dedica-se à profissão.

Assim como Gabriela, um bom "passeador" deve entender de comportamento animal, além de ter uma base de adestramento porque é uma ação que inclui socialização e contato com outros cães.

"Meu pet não gosta de passear"

Na natureza, o deslocamento dos cães de um ponto a outro acontece para que eles encontrem seus alimentos e garantam a preservação da espécie. Domesticados, embora não dependam mais da caça, eles não perdem o instinto.

"Eles encontram outros cães, cheiros e é por isso que além do gasto de energia físico, o passeio também atua no gasto de energia mental, porque o cão acaba passando por um processo de socialização", explica Rapha Aleixo, adestrador e comportamentalista canino.

Não existe cachorro que não goste de passear, mas que não aprendeu ou teve algum trauma", diz.

Todo cão gosta de passear e deve ter este momento como um prazer - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Todo cão gosta de passear e deve ter este momento como um prazer
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Hora de passear: o dog walker ideal

O primeiro item a ser observado na hora de escolher o passeador para seu pet é a quantidade e o porte dos cães que fazem os passeios em conjunto. Por serem portes, tamanhos e necessidades diferentes, os passeios devem acontecer entre os animais equivalentes nestes quesitos.

Cinco passos de um cão grande são dez de um pequeno. Isso sem contar que o menor tem um ritmo e o maior tem outro. Os dois não podem estar em um único passeio", diz Raphael.

O ideal é que o passeador não ande com muitos cães ao mesmo tempo - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
O ideal é que o passeador não ande com muitos cães ao mesmo tempo
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Gabriela explica que seu principal critério para "dividir" os cães ou saber se eles podem passear em grupo é informar-se com o tutor se o animalzinho relaciona-se bem com outros cães, se tem medo, quais são seus limites de aceitação e o que costuma incomodá-lo.

Ela também observa como é o trato do cãozinho com pessoas e se ele possui alguma limitação física para realizar os passeios.

Material próprio e trajeto acordado

Aleixo também recomenda que os tutores prefiram profissionais passeadores que permaneçam uniformizados, identificados como dog walkers durante o passeio, e que utlizem seus próprios materiais como as guias que conduzem os animais.

Se o dog walker tem as guias e peitorais dele mesmo, tem a completa responsabilidade sobre o cão. Porque se estourar uma guia que pertence ao tutor, ele vai dizer: 'perdi seu cachorro porque a sua guia estourou'. É melhor evitar."

Identificação e material próprio são itens de um bom dog walker - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Identificação e material próprio são itens de um bom dog walker
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Ter um contrato que determine todas as atividades que serão prestadas através do serviço também é uma ótima forma de profissionalizar a relação entre tutores e dog walkers.

Nada mal estabelecer previamente o tempo do passeio, percurso, número e porte de cães durante a atividade e normas de conduta e segurança.

Solto nem pensar

Também é muito importante certificar-se se o dog walker leva o cãozinho para brincar solto em parques específicos para animais.

Aleixo não recomenda esse tipo de atividade e afirma que pode afetar diretamente a saúde do pet.

O dog walker está ali para levar o seu cachorro a um passeio e não para soltá-lo em uma praça, parque ou parcão de cães.

Soltar os cães não é recomendado a um passeio com dog walker - Matt Nelson/Unsplash - Matt Nelson/Unsplash
Soltar os cães não é recomendado a um passeio com dog walker
Imagem: Matt Nelson/Unsplash

Existe muita falta de conhecimento, cães agressivos, mal educados e que podem agredir o seu melhor amigo mesmo sob a responsabilidade do dog walker. Cuidado."

Ele diz que existem aplicativos que, com o auxílio de um GPS, mostram o exato trajeto do dog walker com o cãozinho. Preferir profissionais que trabalhem com esse tipo de serviço também é uma excelente opção.

Preços e benefícios

Os valores de um serviço de dog walker podem variar entre R$ 300 e R$ 550 mensais em São Paulo, dependendo da região. Também pode haver variação do valor conforme o número de cães na mesma casa e a quantidade de passeios realizados na semana.

O tutor precisa levar em consideração o peso no bolso, os benefícios para a saúde do cãozinho e também avaliar a possibilidade de ser o único responsável pela caminhada diária de seu pet.

Passeio com o tutor é bem melhor

Além do bolso, o tutor deve levar em conta se o serviço do dog walker é mesmo necessário - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Além do bolso, o tutor deve levar em conta se o serviço do dog walker é mesmo necessário
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Mas, como saber se é preciso contratar um profissional ou se os passeios que você mesmo faz com seu cãozinho são suficientes para nutrir as necessidades dele?

Ponto comum entre os especialistas é que se o tutor consegue passear constantemente com seu cão sem a necessidade de terceirizar a tarefa, ponto positivo para os momentos de interação e relacionamento que terá com o pet, além de trocas de conhecimento, brincadeiras, entre outros tantos benefícios.

Sempre falo que uma das coisas mais importantes de termos com nossos cães é essa troca, que é tão gostosa durante um passeio tanto para nós, humanos, quanto para os animais", aponta Raphael.

Passeio com o tutor ainda é o melhor para qualquer pet - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Passeio com o tutor ainda é o melhor para qualquer pet
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Se o tutor consegue passear dois dias na semana, a recomendação dos especialistas é que procure um passeador para os outros dias, mas se consegue passear cinco vezes na semana, talvez não precise de um profissional para ajudar.

Obviamente que vai depender da raça e do porte do cãozinho, mas em geral, um bom passeio deve ter de 5 a 6 quilômetros. Uma volta no quarteirão não é um bom passeio", afirma Aleixo.