Em lua de mel a bordo de van, casal viaja pelo Brasil vivendo de música
Unindo os sonhos de ter um projeto musical e viajar pelo Brasil vivendo de música de rua, os músicos Ana Maria Schneider Fattori, 24 anos, e Pedro Fattori Schneider, 25 anos, conheceram todo o país a bordo da "Van Mecê" — o carro utilizado por todo o trajeto.
O romance começou há quatro anos, em Campo Grande (MS), quando Pedro, ex- professor de ensino fundamental, e Ana Maria, estudante de música, criaram o projeto "Duo Voz Mecê" (@vozmece).
Foram três anos planejando realizar o sonho de cair na estrada e, antes da pandemia, eles fizeram o primeiro teste de tentar viajar e ganhar dinheiro na rua.
Reunimos em um ônibus alguns amigos e familiares e fomos para Cabo Frio (RJ) tocar na orla da praia. Conseguimos fazer mais dinheiro do que pensamos, e foi ali que a gente decidiu comprar uma van, e fazer isso no Brasil todo", afirma o casal de músicos.
Com o surgimento da covid-19, o casal precisou começar a vender seus próprios instrumentos para conseguir sobreviver e ainda economizar o dinheiro para o projeto de viajar pelo Brasil durante a lua de mel.
Dinheiro da festa pagou dívidas
Após Pedro pedir Ana Maria em casamento em uma apresentação musical na cidade, ao invés de pedir aos convidados um presente, eles resolveram pedir uma transferência bancária para ajudar a pagar os custos da viagem.
"Chegamos a receber desde R$ 100 a R$ 500, e conseguimos juntar R$ 4 mil. Porém, a realidade é que tivemos um custo mais alto do que esperamos em nossa festa de casamento, então o dinheiro acabou sendo usado para pagar essas dívidas", afirmam os músicos.
A van de modelo Ducato 2002 já tinha sido comprado pelos músicos em 2020, com o dinheiro da rescisão do emprego de professor do Pedro. "Não tivemos e nem temos muito planejamento financeiro, vivemos o agora e só precisamos do mínimo, que é a comida e a gasolina para viajar. Vivemos com o essencial".
Foram três meses de trajeto: tudo começou por São Paulo em 07 de dezembro do ano passado e terminou em março desse ano. Na viagem, eles passaram pelos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, e por fim Distrito Federal.
Para conseguir pagar as contas, os artistas não planejavam muito a quantidade de dias a ficar. "Pensamos primeiro qual a cidade mais turística que podemos conseguir fazer dinheiro, e aí ficamos no máximo uma semana, se for ruim — no caso de conseguir trabalhar mais — ficamos dois dias e vamos para o próximo destino".
Bastidores da viagem
Já nos primeiros 500 quilômetros de viagem o motor já fundiu em São Paulo. O custo do conserto foi uma questão de sorte — e de música.
Não tínhamos o dinheiro para pagar o mecânico, e ao mesmo tempo estávamos concorrendo a um festival universitário de música lá do Mato Grosso do Sul, e quem ganhasse o primeiro lugar ganharia o valor exato da nossa dívida, e conseguimos", comenta a cantora.
Em outros perregues, a suspensão da van começou a ter problemas por pegar muitas estradas de terras, e tivemos mais essa dívida. Resultado: mais R$ 3.500 de gastos. Além disso, recentemente, a geladeira do automóvel estragou. Então, as marmitas prontas foram a solução.
Apesar disso, o casal afirma que conta com a ajuda de pessoas, até mesmo desconhecidas. Em uma das vezes, receberam uma transferência de R$ 2 mil.
"É emocionante como podemos tocar na vida de pessoas, e ajudar a realizar esse grande sonho. O dinheiro é essencial para nos sustentar, e sempre colocamos o nosso número de PIX quando vamos nos apresentar".
Apesar dos viajantes já terem retornado para a cidade natal, afirmam que logo querem retomar o projeto de continuar viajando pelo Brasil inteiro levando arte e música para as pessoas na rua.
"A rua é o nosso palco democrático, amamos essa energia com as pessoas, e queremos seguir para o sul do país e depois para o norte. Mas só queremos agradecer as mensagens do Brasil inteiro, que nos prestigiaram em algum dos locais que já passamos".
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