Aos 21 anos, jovem nômade digital mora pelo mundo e trabalha para viajar
Com apenas 19 anos, Rogger Oliveira (@cafedeaeroporto) optou por uma vida nômade digital. Com a liberdade geográfica para trabalhar onde quiser, há pouco mais de um ano, ele concilia suas viagens pelo mundo com os trabalhos de tradutor, criador de conteúdo e professor particular de inglês, francês, espanhol e português para estrangeiros.
Já em agosto de 2019, começou a juntar grana para voluntariar e mochilar pela Colômbia — onde ficou por 2 meses — e levava essa rotina como algo casual, para sustentar planos de viagem bem específicos.
Foi somente em janeiro de 2021 que decidiu deixar a vida no norte da França, onde tinha aulas remotas de um curso de Direito em uma universidade do país, para viajar. "E a partir daí, eu assumi a identidade de nômade digital", conta.
Um olho na viagem e outro no trabalho
Hoje aos 21 anos, Rogger já coleciona 24 países carimbados em seu passaporte e já fixou residência na Colômbia, França, Itália, Brasil, e atualmente mora no México.
Para economizar, dependendo do lugar em que está, ele prefere trocar algumas horas livres do seu dia por acomodação, se hospeda por couchsurfing ou para em um hostel.
Sempre viajei de maneira mais simples, me identifico sendo mochileiro, para ter oportunidades de conhecer a cultura local, mas, ao mesmo tempo, continuo trabalhando, então tenho que buscar lugares onde eu possa ter internet ou wifi".
O primeiro país de sua vida assumidamente nômade foi a Irlanda do Norte. No mês seguinte, seguiu sua rota para Portugal, Espanha e de lá seguiu seus planos de morar em Udine, na Itália, até junho do mesmo ano. Logo depois, ele partiu para a Bulgária e começou um mochilão pela Turquia, Grécia, Alemanha, Dinamarca, Lituânia e Estônia.
Após as andanças pela Europa, retornou ao Brasil para se preparar e começar sua nova aventura pela América Latina.
Em janeiro, ele embarcou de Manaus até Leticia, na Colômbia, de barco pelo Rio Amazonas, em uma viagem que durou sete dias. Passou cerca de um mês na capital da Colômbia, Bogotá, e em fevereiro começou a morar no México, onde atualmente é a sua residência móvel, e a ideia dele é partir de agora descer a América Latina até chegar no Brasil novamente.
Não é só diversão
Trabalhando com tradução desde os 15 anos, Rogger acredita que a maturidade e a capacidade de gerenciar seu tempo desde muito novo foram essenciais para a vida nômade. Essa experiência e jogo de cintura precoce foram de enorme ajuda em situações de "gente grande".
Exemplo disso, foi quando ele precisou sair de Istambul, na Turquia, a pé e entrar na Grécia. "Eu sabia que ia ser desafio e a fronteira é uma das difíceis do mundo", lembra.
Foram mais de 400 quilômetros pegando carona na estrada, mas nos últimos 20 quilômetros o sol estava se pondo e ninguém parava.
Depois de muito tempo e bem cansado, consegui, e quando fui atravessar achei um ambiente muito ruim mesmo, uma bagunça, tipo 'terra sem lei, fiquei com medo'".
Quando finalmente entrou na imigração, policiais pediram para que ele aguardasse em uma sala separada, pois o visto que ele tinha no momento já tinha expirado, e a única documentação capaz de deixarem ele entrar era um registro do seu processo de residência na Itália.
"Foi um pouco desesperador porque eles não falavam inglês, e eram umas 22h já. Aí eles ligaram para o embaixador da Itália no país para saber o que iriam fazer comigo, e sim eu tive que conversar com o embaixador ao telefone e explicar toda situação para que ele conseguisse me deixar entrar no país", relembra.
Ficou a lição: segundo Rogger, o ideal é sempre buscar carona já na estrada durante o dia e nunca a noite, de preferência na saída da cidade onde você está e na direção do seu destino pra onde pretende ir.
"Além disso, eu sempre espero em alguma curva ou rotatória, que é quando os carros tendem a diminuir a velocidade, de resto eu digo que é questão de instinto mesmo do próprio mochileiro", recomenda.
Em casa - no mundo todo
Foi também pela Turquia que ele teve uma das melhores passagens de sua trajetória. Durante sua viagem à Capadócia, ele se hospedou em um couchsurfing na casa de uma turca e sua família.
"Eles me fizeram sentir em casa, eu provei da comida local, me ensinaram até mesmo a ler o futuro em xícara de café. Mas o mais marcante foi quando minha anfitriã me levou para acampar no deserto. Foi inesquecível".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.