Fotógrafo holandês obcecado por igrejas abandonadas acha relíquias e múmias
O fotógrafo holandês Roman Robroek se dedica há anos a explorar e registrar locais abandonados. Neste percurso criativo, no entanto, ele encontrou um objeto mais específico para sua paixão: as igrejas.
Após rodar o globo conhecendo templos, ele decidiu focar suas energias em recompor, através de suas imagens, a trajetória do Cristianismo italiano — e como alguns de seus templos mais bonitos se tornaram, ao longo de séculos, ruínas.
O resultado deste esforço é o projeto "Chiesa: O Declínio da Igreja na Itália", em que ele reuniu 100 fotos de igrejas e capelas desertas no país europeu. Em seu site, acompanham as imagens questionamentos e dados sobre as histórias das construções e da própria sedimentação da Igreja Católica Romana.
Entre as descobertas feitas pelo holandês em suas viagens estão múmias, túmulos antigos, afrescos, pilhas de ossos, vitrais trabalhados "e traços dessas comunidades e como elas viveram", especulou à agência britânica The Jam Press. Ele estima que haja cerca de mil igrejas abandonadas na Itália hoje — dentre mais de 20 mil ativas.
Roman especula que tantos templos em desuso não sejam, na verdade, um testamento de uma fé em risco de extinção, embora ele sinalize que, desde o Iluminismo, os questionamentos à fé se tornaram muitos. Para ele, a questão é mais complicada e está intrinsecamente conectada à sociedade, ao Estado e à economia italianas.
A pequena cidade de Chianche, na província Benevento, não está na maioria dos mapas e abriga nem mesmo 50 pessoas, mas tem duas igrejas. Uma delas está em desuso. Esta cidade exemplifica o estado atual das igrejas na maior parte da área rural da Itália. Enquanto o secularismo se torna mais proeminente e antigo, mais gerações estão morrendo e mais igrejas vão ficando para trás. Há, simplesmente, uma falta de recursos e pessoal para mantê-las em funcionamento, o que leva a mais e mais dessas igrejas locais ficando abandonadas." Explica Roman Robroek
O fotógrafo relata que não encontrou apenas igrejas-fantasma em suas expedições, mas cidades inteiras abandonadas devido à falta de industrialização, ao descompasso com os tempos modernos, a uma população mais idosa e poucas oportunidades de trabalho. Esta situação acabou, inclusive, dificultando o trabalho do pesquisador.
É difícil localizar igrejas no território italiano — elas são muitas, estão espalhadas por toda parte, mas muitas caíram em desuso junto com suas próprias comunidades. No entanto, elas continuam a guardar (belos) segredos. Deslize a galeria abaixo e conheça mais cenários retratados por Robroek:
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