Topo

Cemitério da Recoleta, onde está Evita, passa a cobrar entrada de turistas

A entrada para o Cemitério da Recoleta custa em torno de R$ 60 para estrangeiros - Getty Images
A entrada para o Cemitério da Recoleta custa em torno de R$ 60 para estrangeiros
Imagem: Getty Images

Luciana Taddeo

Colaboração para Nossa, de Buenos Aires

07/04/2022 11h47

Um dos mais conhecidos pontos turísticos de Buenos Aires, o Cemitério da Recoleta passou a cobrar, a partir desta semana, pela entrada de estrangeiros e de grupos de visitantes.

Segundo a prefeitura portenha, a iniciativa de cobrar ingresso para a visita ao cemitério onde está o túmulo da ex-primeira dama argentina María Eva Duarte de Perón, a Evita, tem como objetivo promover "melhorias nas infraestruturas" dos cemitérios na cidade.

As entradas só podem ser pagas com cartão de crédito ou débito. Há venda on-line - Ente de Turismo de la Ciudad de Buenos Aires/Divulgação - Ente de Turismo de la Ciudad de Buenos Aires/Divulgação
As entradas só podem ser pagas com cartão de crédito ou débito. Há venda on-line
Imagem: Ente de Turismo de la Ciudad de Buenos Aires/Divulgação

A entrada no local somente pode ser paga com cartão de crédito ou de débito. Para turistas internacionais, o valor será de 1400 pesos (o equivalente a cerca de R$ 60). Já estrangeiros com residência na Argentina somente precisam pagar caso visitem o cemitério com a intermediação de agentes turísticos. Para evitar filas, é possível comprar antecipadamente a entrada pelo site da Dirección General de Cementerios da cidade de Buenos Aires.

De acordo com a prefeitura portenha, o valor arrecadado somente poderá ser destinado a custos dos cemitérios da cidade. Além da manutenção, a medida também tem como objetivo instalar placas de sinalização — no Cemitério da Recoleta já foram instaladas indicações da numeração dos setores das sepulturas, para que o visitante possa se orientar sozinho no local.

O cemitério tem áreas em mau estado de conservação, com caixões expostos - Luciana Taddeo/UOL - Luciana Taddeo/UOL
O cemitério tem áreas em mau estado de conservação, com caixões expostos
Imagem: Luciana Taddeo/UOL
Os recursos da cobrança de entrada vão custear a reforma dos cemitérios de Buenos Aires - Luciana Taddeo/UOL - Luciana Taddeo/UOL
Os recursos da cobrança de entrada vão custear melhorias nos cemitérios de Buenos Aires
Imagem: Luciana Taddeo/UOL

Com a cobrança, as autoridades querem controlar os acessos aos cemitérios para fortalecer a segurança e a preservação do patrimônio. Com mais de 90 jazigos declarados monumentos históricos nacionais do país, o Cemitério da Recoleta é o mais visitado da cidade, com 1.100 pessoas passando diariamente pelo local em dias de semana e cerca de 3 mil em sábados, domingos e feriados.

Além do sepulcro de Evita, o local atrai visitantes por abrigar restos mortais de diversas personalidades da história, da cultura e da produção intelectual e científica do país vizinho, como escritores, ex-presidentes, artistas e prêmios Nobel.

O jazigo de Evita Perón é o mais procurado pelos visitantes, que deixam homenagens à ex-primeira dama - Getty Images - Getty Images
O jazigo de Evita Perón é o mais procurado pelos visitantes, que deixam homenagens à ex-primeira dama
Imagem: Getty Images

Apesar do valor histórico e patrimonial da arte tumular que capta a atenção de turistas, o visitante com o olhar atento pode ver, ao longo do percurso pelo local, portas de mausoléus e vitrais quebrados, caixões expostos, objetos em pedaços ou jogados no interior de jazigos e, até mesmo, manchas de um líquido saído de uma das sepulturas.

Questionados na última terça (5/04) por Nossa, trabalhadores do local afirmaram que os jazigos são propriedade privada e que sua manutenção corresponde às famílias proprietárias.