Artesão traduz a garra do nordestino em esculturas e banquinhos coloridos
O Nordeste brasileiro é bastante conhecido pelas dificuldades. Mas o artesão Aldemir Elias prefere olhar sua região por outro ângulo. De suas mãos saem banquinhos e esculturas que evocam a garra do brasileiro diante dessas mazelas: é sobre superação e alegria que seu trabalho fala.
Da infância ele trouxe o apelido Mito, reflexo do talento que o tornaria reconhecido anos depois. Começou a entalhar madeira aos 13 anos, trabalhando com um mestre pernambucano e reproduzindo a fauna e a flora do Brasil.
Só há cerca de 12 anos, quando se mudou para a cidade de Paulista, próxima do Recife, que passou a esculpir figuras humanas, já adulto. "Quando comecei a agregar as esculturas aos assentos, a coisa pegou", conta.
Logo, o trabalho atraiu a atenção de arquitetos, que inseriam os bancos-esculturas na decoração de casas bacanas. Foi assim que o banquinho com as figuras de mãos dadas virou um carro-chefe. "Para mim eles têm sentimento. Não é só uma peça de madeira", diz o Mito, que leva até cinco dias no processo todo da peça. Por mês são 50 criações.
Bom observador, ele busca retratar personagens com o máximo de regionalidade: repare nas roupas de chita e nas feições de cada um. Agora são pintadas por toda a sua família — inclusive o filho, que tem a mesma idade com a qual ele começou.
Já morei no exterior e descobri que o melhor lugar é a terra da gente. Nem tudo é tristeza aqui. Vivo feliz e procuro retratar as riquezas pouco mostradas do Nordeste"
Tradições se perpetuam
As peças de Aldemir são vendidas por seu Instagram, mas também estão em curadorias importantes. "Ele desenvolve bonecos, bancos, bandejas e outras esculturas para revelar, de forma lúdica, a beleza e a alegria que ele enxerga, mas que acabam não sendo vistas por muita gente. Os bancos dele fazem o maior sucesso", afirma Mariana Oliveira, curadora do e-commerce de artesanato Etnias Mundi.
Parece simples, mas esse incentivo leva os mais jovens a continuarem as tradições iniciadas pelos pais e avós. "Uma vez que veem os pais ganhando melhor, eles até saem para buscar qualificação, mas voltam e usam esse conhecimento para gerenciar os negócios", observa Mariana. Isso dá longevidade ao artesanato brasileiro e às tradições populares, tão ricas e diversas.
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