Paris é cidade mais atraente do mundo para turistas na pandemia; veja lista
A pandemia impôs ajustes e mudanças às rotinas e a quase todos os mercados ao redor do mundo, mas seu impacto no turismo é especialmente notável. Após dois anos de restrições de circulação e de mudanças de status de fronteiras frequentes, as preferências — e a sensação de segurança — dos viajantes mudou drasticamente.
É o que revela a lista Top 100 City Destination Index, elaborada anualmente pela companhia de pesquisa de mercado Euromonitor e que acaba de divulgar sua edição mais recente com os dados referentes ao ano de 2021. Conheça as vinte primeiras favoritas:
1ª: Paris, na França
2ª: Dubai, nos Emirados Árabes Unidos
3ª: Amsterdã, na Holanda
4ª: Madri, na Espanha
5ª: Roma, na Itália
6ª: Berlim, na Alemanha
7ª: Nova York, nos EUA
8ª: Londres, na Inglaterra
9ª: Munique, na Alemanha
10ª: Barcelona, na Espanha
11ª: Viena, na Áustria
12ª: Milão, na Itália
13ª: Praga, na República Tcheca
14ª: Los Angeles, nos EUA
15ª: Tóquio, no Japão
16ª: Dublin, na Irlanda
17ª: Lisboa, em Portugal
18ª: Frankfurt, na Alemanha
19ª: Zurique, na Suíça
20ª: Istambul, na Turquia
Se antes da covid-19, as metrópoles asiáticas — especialmente Hong Kong e Bangcoc, nas duas primeiras colocações — lideravam na procura de turistas, os duros lockdowns, fechamento total de fronteiras para o turismo em alguns casos, além de protocolos complexos de entrada em outros, praticamente apagou os destinos do mapa.
Os europeus, contudo, já vivem uma renascença e agora monopolizam as primeiras colocações da lista com uma reabertura muito mais rápida — alguns diriam prematura, outros comemoraram a decisão.
Por que Paris?
Paris, sempre romântica e um tanto resistente aos protocolos sanitários, foi a cidade mais atraente para os viajantes em 2021. A capital francesa, desde o início, se recusou a se render totalmente às precauções impostas para combater a pandemia, como mencionamos ter acontecido especialmente na Ásia.
Enquanto a China, por exemplo, ainda vive a política da "covid zero", a França reabriu seus cafés e bistrôs para os transeuntes em junho de 2020, assim como a Torre Eiffel, seu principal cartão postal.
Não é como se o país não tivesse sido impactado duramente pela covid. Ele foi e continua a enfrentar uma forte onda provocada pela variante ômicron — no Domingo de Páscoa (17) apenas foram registrados mais de 86 mil casos da doença no país.
No entanto, o governo francês investiu em 2021 em uma estratégia que se baseava, primariamente, na testagem (ainda em 2020) e na exigência de passaporte sanitário — um comprovante de vacinação — para reabrir suas portas para turistas internacionais, primeiro da União Europeia, depois do resto do mundo.
Não é como se estas políticas não tivessem sofrido revezes: houve momentos em que estabelecimentos voltaram a fechar. Em meio à agressividade da onda da variante gamma (também conhecida como a P1 ou "de Manaus") no Brasil, franceses vetaram temporariamente a entrada de turistas brasileiros em abril de 2021.
Mesmo assim, o turismo parisiense se reinventou seja com mais roteiros a pé ou até com visitas "à distância" e, mesmo fortemente impactado pela situação sanitária, continuou a habitar os sonhos de quem vivia realidades mais duras em casa. Não à toa, encabeçou a lista do último ano.
Outra capital que despontou no Index de 2020 e se destacou em 2021 foi Dubai. Apesar de longe do circuito europeu, o emirado tem altos índices de vacinação e abriu suas portas para os turistas com agilidade e a mesma disposição e badalação pelas quais é conhecido.
Como entrar nos países das cidades mais visadas da pandemia
França
Desde fevereiro, viajantes totalmente vacinados com quaiquer vacinas reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (é o caso de todas as aplicadas no Brasil) podem entrar no país sem necessidade de apresentar testes de covid. É preciso validar o certificado de vacinação em farmácias do país ao chegar, com custo máximo de 36 euros (R$ 182).
O documento também é necessário para entrar em estabelecimentos de saúde e locais que recebem pessoas com deficiência. Máscaras são exigidas apenas no transporte público.
Emirados Árabes Unidos
Cada emirado tem suas regras. Mas Dubai, o vice-líder, exige que viajantes maiores de 12 anos apresentem um certificado de vacinação completa com quaisquer imunizantes reconhecidos pela OMS ou um teste negativo do tipo PCR para a covid-19 realizado até 48 horas antes da chegada ou ainda um atestado médico válido emitido pelas autoridades nacionais de saúde do Brasil de que o paciente se recuperou da covid-19.
O documento deve ser emitido até um mês antes da viagem e conter um QR code. Caso seja requerido aleatoriamente no aeroporto, o viajante deve realizar um teste do tipo PCR em Dubai e cumprir quarentena até obter um resultado negativo. É necessário ainda fazer o download do aplicativo local que permite a apresentação do comprovante de vacinação para entrada em estabelecimentos.
Máscaras continuam cobradas em ambientes fechados em Dubai, mas já são dispensadas ao ar livre.
Holanda
Para chegar nos Países Baixos vindo do Brasil, o cidadão brasileiro precisa estar necessariamente totalmente vacinado com quaisquer imunizantes reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde há não mais do que 270 dias ou 9 meses. O comprovante precisa ser emitido por autoridades nacionais do país de origem.
É possível ainda substituir a apresentação do comprovante de vacinação por um comprovante de recuperação da covid-19 há pelo menos 11 dias e não mais do que 180 dias, que deve obedecer ao formato exigido pelas autoridades locais.
Todos ainda devem apresentar o formulário preenchido de declaração de saúde do viajante. Não vacinados que não tiveram a doença não entram no país. Máscaras são exigidas em ambientes educacionais, espaços fechados e transporte público.
Espanha
Brasileiros maiores de 18 anos só podem viajar para a Espanha para turismo caso façam o upload de um certificado de vacinação (em inglês, espanhol, francês ou alemão) ou recuperação da covid-19 de antemão no sistema destinado aos protocolos de ingresso no país. São reconhecidas as vacinas da Pfizer, Moderna, AstraZeneca, Janssen, Sinovac (Coronavac) e Sinopharm.
A última dose para completar o esquema vacinal deve ter sido aplicada há pelo menos 14 dias para que o turista seja considerado totalmente vacinado. Já o documento de recuperação deve comprovar que o paciente se curou da covid-19 há pelo menos 11 dias e não mais do que 180.
Viajantes entre 12 e 17 anos que não foram vacinados podem entrar no território espanhol caso apresentem um teste do tipo PCR negativo para a covid-19 que foi realizado até 72 horas antes do desembarque. Já os menores de 12 anos não precisam apresentar nenhum tipo de certificado.
É necessário manter distanciamento social de 1,5 m e usar máscaras apenas em espaços fechados.
Itália
Para entrar na Itália, o viajante deve preencher o formulário de saúde de antemão e apresentar comprovante de vacinação completada há menos de 9 meses com quaisquer vacinas reconhecidas pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Das vacinas aplicadas no Brasil, a única não reconhecida pela EMA é a CoronaVac.
O viajante vacinado com este imunizante será considerado não vacinado e poderá viajar apenas apresentando comprovante de recuperação da covid-19 há menos de 180 dias ou um resultado negativo em teste rápido de antígeno ou teste molecular (PCR) feito há 48 ou 72 horas, respectivamente.
Estes documentos permitem a emissão do "green pass" ou passe verde que é exigido em alguns estabelecimentos italianos ainda. Menores de 6 anos estão isentos de apresentar estes certificados ou exames. Máscaras, apenas do tipo PFF2, ainda são exigidas em determinadas circunstâncias. Veja a lista aqui.
Alemanha
Antes de viajar para a Alemanha, é necessário preencher o formulário de autorização de entrada no site. Após o procedimento, o turista receberá um PDF que deverá ser apresentado no embarque.
Todos os maiores de 12 anos (menores estão isentos) devem apresentar resultado negativo em teste para a covid-19, comprovante de vacinação (com duas doses há menos de 270 dias ou três doses se a segunda dose tiver sido recebida há mais de 9 meses) ou então comprovante de recuperação da doença.
Estas regras valem para viajantes vindos do Brasil, que não é mais considerado país de alto risco para a covid-19 pelas autoridades alemãs. No entanto, apenas as vacinas reconhecidas pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) são aceitas no país, isto é, a CoronaVac não é reconhecida e, portanto, viajantes brasileiros que receberam o imunizante devem apresentar outras opções de documentos, todos sempre em alemão, inglês, espanhol, francês ou italiano.
A exigência de máscaras por ambientes muda na Alemanha de acordo com a região, portanto, informe-se nos sites das autoridades da sua cidade de destino antes de viajar.
EUA
Brasileiros maiores de 2 anos que desejem entrar nos Estados Unidos ainda precisam apresentar comprovante de vacinação completa com qualquer um dos imunizantes aprovados pela Organização Mundial de Saúde, além de formulário de viagem preenchido e exame negativo para a covid-19 colhido até 24 horas antes da viagem.
Ainda é possível ser admitido no território com um comprovante de recuperação da covid-19, desde que a infecção tenha acontecido nos 90 dias anteriores à viagem.
Assim como na Alemanha, regras para uso de máscaras podem variar conforme o estado ou até a cidade, portanto o ideal é se informar antes a respeito do destino escolhido. No transporte público, assim como em aviões, a proteção é sempre exigida por lei federal, com descumprimento sujeito à multa.
Inglaterra
O Reino Unido eliminou todas as exigências em relação à covid-19 de seu protocolo de entrada no país: testes não são mais exigidos, assim como comprovante de vacinação ou recuperação da doença, nem formulários. Máscaras não são mais exigidas em locais abertos ou fechados, mas alguns estabelecimentos são exceção e ainda cobram a proteção, como centros de saúde pública e escolas.
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