Gigante dos mares: como é viajar no maior navio de cruzeiro do mundo
Logo que coloco os pés no Wonder of the Seas, o maior navio de cruzeiros do mundo, a sensação é que estou em um shopping center. Isso porque a porta de entrada dos passageiros se abre para um gigantesco corredor com lojas, cafés, lanchonetes, bares e elevadores panorâmicos subindo e descendo sem parar.
Pego um destes elevadores e, nos deques mais altos do transatlântico, a paisagem muda de maneira radical: aqui, me vejo subitamente no meio de um parque de diversões. A cena é de toboáguas serpenteando em direção a piscinas, adultos voando em uma tirolesa, crianças se equilibrando em pranchas em um simulador de surfe e os mais corajosos deslizando em um tobogã com a altura aproximada de um prédio de 10 andares.
Sigo meu tour pessoal de primeiras impressões. Encaro o tobogã e, ao terminar o radical percurso no brinquedo, saio em uma área que não faz feio frente àqueles parques temáticos que congregam tudo. Há lanchonetes, cafés e bares com um carrossel central "das antigas". O olhar passa ainda pela parede de escalada e chega a um anfiteatro ao ar livre — que, depois saberia, recebe à noite espetáculos de acrobacia, dança e música realizados sobre água e com muitos efeitos especiais.
Minha rota desbravando a cidade flutuante me leva, alguns deques abaixo, a um novo mundo de entretenimento. Ali estão um teatro com 1.394 assentos, uma pista de patinação no gelo, um cassino e até um espaço de laser tag (onde o público brinca de guerra de arminhas de laser).
Pois é, o maior navio do mundo é tão grande e variado que é precisou ser dividido em bairros. E esta referência não é exagero: o gigante tem capacidade para mais de 9 mil pessoas, cifra maior que a população de muitos municípios brasileiros.
Pertencente à companhia Royal Caribbean, o Wonder of the Seas foi lançado em março deste ano — e recebeu a visita de Nossa pouco após sua inauguração, para uma viagem de sete noites que começou em Port Everglades (na Flórida) e visitou a costa de Honduras, México e Bahamas.
Um dos grandes objetivos do navio, como atestei logo que pisei em seu interior, é oferecer um cardápio quase inesgotável de atrações para seus passageiros — em uma variedade de opções de diversão raramente vista no mercado de cruzeiros.
Em alto-mar
O Wonder of the Seas deixa Port Everglades em uma tarde de céu azul e navega por um dia e meio antes de chegar à ilha hondurenha de Roatán, o primeiro destino.
Aproveito o tempo ensolarado e este período a bordo para explorar a área das piscinas da embarcação.
Este espaço tem sua paisagem marcada por toboáguas, um colorido parque aquático para as crianças, hidromassagens, campinho de minigolfe, quadra de basquete, um palco onde músicos caribenhos tocam reggae e a chamativa tirolesa, com a qual os passageiros voam a dezenas de metros de altura.
As piscinas reúnem os diferentes perfis de pessoas que compõem o público do Wonder of the Seas: famílias com crianças pequenas, casais de jovens sem filhos, grupos de amigos em clima de festa e pessoas mais velhas, curtindo a aposentadoria em uma jornada pelo oceano.
Curiosamente, mesmo com muita gente se refrescando na água ou se bronzeando nas espreguiçadeiras, não há uma sensação de lotação na zona das piscinas (e nem em outras partes do navio).
Isso se deve ao tamanho superlativo do Wonder of the Seas: com 362 metros de comprimento, 64 metros de largura, 2.867 cabines, 24 elevadores para hóspedes e 18 deques, a estrutura da embarcação espalha com conforto seus milhares de passageiros em múltiplos ambientes, raramente gerando aglomerações incômodas — o calcanhar de aquiles das viagens de cruzeiros.
Muita comida, muito verde
A operação para alimentar este contingente de turistas é insana. O navio tem mais de 20 pontos de alimentação, como restaurantes, cafés e lanchonetes fast-food.
Em um dos espaços principais de café da manhã, por exemplo, chamado Windjammer, circula uma quantidade de comida que alimenta um batalhão: em um salão enorme, se espalham diversas estações servindo do bacon com salsicha e ovo mexido amado pelos americanos ao iogurte com granola; dos donuts e waffles ao salmão defumado.
A bordo, também é possível encontrar, para as outras refeições do dia, restaurantes de culinárias como a mexicana, italiana e japonesa, além de lanchonetes com pizza e cachorro quente.
Sinto que como mais do que deveria no navio, mas, lá dentro, há dois espaços perfeitos para aliviar a culpa glutona: uma academia de ginástica completa (que frequento alguns dias) e uma pista de cooper.
Já para manter o esqueleto em movimento sem fazer tanto esforço, o Wonder of the Seas conta com agradáveis áreas para caminhadas, como o Central Park, onde me sinto em uma praça urbana: ao ar livre, o local abriga mais de 20 mil plantas, com árvores de verdade.
Na balada
O variado perfil de atrações se mantém à noite. Nas altas horas, o transatlântico oferece opções como um bar embalado por banda de rock, outro focado em ritmos caribenhos, baladas animadas por DJs e um karaokê disputado por hóspedes que querem colocar o gogó para funcionar.
E que tal beber coquetéis servidos por um robô?
Esta experiência é possível no Bionic Bar, onde braços robóticos preparam diferentes tipos de drinques para o público — a uma velocidade de dois coquetéis por minuto
Pé na areia
É possível passar dias seguidos dentro do Wonder of the Seas explorando seus atrativos. Mas o tempo de navegação é alternado com as paradas que a embarcação faz em belos destinos litorâneos que valem a pena visitar.
Na jornada em que Nossa esteve presente, o Wonder of the Seas atracou primeiramente na ilha de Roatán, em Honduras. O território ainda pouco conhecido pelos brasileiros abriga praias de água cristalina, pontos para snorkel, um interior de natureza selvagem e boa infraestrutura turística, com restaurantes, bares e beach clubs.
O próximo destino foi a ilha mexicana de Cozumel, um dos pontos altos da jornada. Trata-se de um território marcado por praias de cair o queixo (como a perfeita Palancar) e que podem ser facilmente acessadas de táxi ou carro alugado desde o porto.
A terceira parada foi realizada na chamada Costa Maya, região do México continental que está se desenvolvendo cada vez mais para o turismo — mas com praias não tão bonitas quanto as de Cozumel. Aqui, os passageiros do Wonder of the Seas costumam passar o tempo em beach clubs na vila de Mahahual — um ótimo lugar para comprar souvenires mexicanos.
Antes do regresso à Flórida, paramos ainda na ilha privativa da Royal Caribbean nas Bahamas, chamada Perfect Day at CocoCay, onde, via de regra, só entram passageiros e tripulantes dos navios da companhia.
Com a orla coroada por água calma e cristalina, este pedaço de terra conta com um parque aquático gigantesco. Mas, aqui, utilize o tempo para explorar as belezas naturais da ilha — afinal, há um enorme parque de diversão à espera dos passageiros dentro do Wonder of the Seas.
Wonder of the Seas em números
- Capacidade para mais de 9.000 pessoas, mais do que a população do município paulista de Lindoia, hoje com estimados 8.200 habitantes.
- O Wonder of the Seas tem 2.867 acomodações, quase o triplo de um dos maiores resorts do Brasil (o Wyndham Olímpia Royal Hotels, com 960 acomodações)
- Há mais de 20 mil plantas de verdade na área verde do navio conhecida como Central Park
- O navio tem 362 metros de comprimento, mais de 3 vezes maior que um campo de futebol profissional
- Com 72,5 metros de altura, o transatlântico tem quase a mesma altura do Taj Mahal
- A descida do tobogã equivale, aproximadamente, à altura de um prédio de 10 andares
- Há um total de 24 elevadores para hóspedes
Gire a galeria abaixo e veja mais imagens do navio
Protocolos sanitários da viagem
Todo passageiro do Wonder of the Seas precisa realizar um teste antígeno para covid-19 até 48 horas antes do embarque no transatlântico. O resultado negativo deve ser mostrado na hora da entrada na embarcação.
A bordo, quando Nossa realizou o cruzeiro os passageiros não eram obrigados a seguir nenhum protocolo sanitário: máscaras não eram mais obrigatórias em nenhum ambiente da embarcação e não havia restrição de número de pessoas em áreas públicas como piscinas e bares. Havia, porém, estações de álcool em gel espalhadas por todo o navio (e os viajantes eram encorajados a todo o momento a higienizar as mãos com o produto).
E vale lembrar que, para ingressar nos Estados Unidos, o viajante precisa mostrar comprovante de vacinação completa contra a covid-19 (com as duas doses ou dose única) e resultado negativo de teste viral de covid-19 realizado em até um dia antes da viagem (pode ser antígeno ou PCR).
Para voltar ao Brasil, é preciso realizar um novo teste de covid-19 (pode ser antígeno ou PCR).
Visto que as normas sanitárias vêm mudando com frequência durante a pandemia, atualize-se, antes de qualquer viagem internacional, sobre os procedimentos sanitários que você terá que seguir durante a jornada.
Preços de passagens
Para os próximos meses, o Wonder of the Seas realizará roteiros variados, fazendo, por exemplo, viagens pelo Caribe a partir dos Estados Unidos e jornadas pela Europa.
A seguir, veja detalhes de preços de cruzeiros que a embarcação irá realizar (os preços incluem alimentação a bordo e acesso a atividades e infraestrutura de lazer do transatlântico. Alguns restaurantes, porém, são pagos à parte).
7 noites na Europa
Partida: 29/5/2022
Itinerário: Barcelona (Espanha), Palma de Mallorca (Espanha), Marselha (França), La Spezia (Itália), Civitavecchia (Itália), Nápoles (Itália), Barcelona (Espanha)
Preço: a partir de R$ 4.980,50 por hóspede.
7 noites na Europa
Partida: 20/10/2022
Itinerário: Civitavecchia (Itália), Nápoles (Itália), Barcelona (Espanha), Palma de Mallorca (Espanha), Marselha (França), La Spezia (Itália), Civitavecchia (Itália)
Preço: a partir de R$ 5.607,50 por hóspede
7 noites entre EUA e Caribe
Partida: 11/12/2022
Itinerário: Port Canaveral (EUA), Perfect Day at Cococay (Bahamas), Ilhas Virgens Americanas, St. Maarten, Port Canaveral (EUA)
Preço: A partir de R$ 6.360,50 por hóspede
Mais informações: www.royalcaribbean.com.br
*Preço por hóspede em cabine interna com taxas incluídas. Sujeito a alterações.
* O repórter viajou a convite da Royal Caribbean
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