Paciência e check-up são essenciais na hora de adotar um pet resgatado
Ter um pet como integrante da família pressupõe responsabilidades, cuidados, gastos e conhecimentos prévios sobre as particularidades da espécie. Mas, e quando o pet recém-chegado é um animalzinho resgatado das ruas?
Estes bichos geralmente já passaram por situações traumáticas como maus-tratos, o que pode influenciar na adaptação ao novo lar. É por isso e também para impedir o surgimento de problemas crônicos de comportamento, que os tutores devem atentar-se aos primeiros cuidados.
Respeitar o tempo do pet, evitando pegar no colo ou forçar qualquer tipo de contato, é o primeiro passo importante para que ele se sinta confortável e não se assuste com o tutor e o novo ambiente.
"Uma boa dica é utilizar ração ou petisco para ganhar a confiança do pet. Deixe-o à vontade no cômodo que você escolheu para ele e respeite seu espaço. Depois de alguns momentos, o tutor pode tentar fazer algum carinho", diz Giuliana Tessari, gerente do programa Adote Petz.
Ida ao veterinário
Independente da espécie ou idade do animalzinho, em conjunto com os cuidados comportamentais devem acontecer os check-ups médicos, nos quais o veterinário faz uma avaliação sobre o estado geral do bichinho resgatado. E, dependendo do resultado, pode solicitar exames investigativos.
De qualquer forma, recomenda-se já de imediato o uso de vermífugos, anti-pulgas e carrapatos além de um banho e tosa.
A partir de então, a recomendação é que esse animal fique isolado do contato com outros animais no que seria considerado um período de quarentena, que pode variar de 15 a 30 dias, para observar o aparecimento de sintomas de doenças que estariam em fase de incubação.
Nesse período, também observamos o comportamento do pet e sua socialização com pessoas e ambientes estranhos", afirma Marcelo Quinzani, diretor clínico da unidade do Morumbi da rede Pet Care,
Hora de socializar
Descartadas ou resolvidas as questões relacionadas à saúde no bichinho, é hora de partir para a adaptação com outros pets da casa.
O processo de adaptação deve ser gradativo. Neste momento, é importante já conhecer um pouco da personalidade do pet adotado e também o comportamento dos animais da casa.
Giuliana recomenda promover um intercâmbio de odores entre os pets.
Pegue alguns brinquedos usados pelo recém-chegado e os coloque em locais da casa frequentados pelo pet residente e vice-versa.
O tutor também pode trocar os pets de ambiente levando o novato para um local pouco frequentado pelo residente, por exemplo, deixando que o anfitrião entre no cômodo do recém-chegado, permitindo que o novo membro da família explore o ambiente.
O uso de feromônios sintéticos com difusores também pode facilitar a aceitação e adaptação entre os animais, de acordo com a especialista.
Questão de tempo
Os animais mais jovens, independentemente da espécie (cães ou gatos), tendem a se adaptar à nova vida e aos novos companheiros com mais facilidade que os pets adultos.
Além disso, os cães têm uma adaptação melhor que os gatos, pois são uma espécie que vive em matilhas. Mas isso depende muito da idade e do indivíduo em si.
De qualquer forma, é preciso paciência já que cada animal possui um tempo próprio e é importante que seja respeitado.
O processo pode levar alguns dias ou até semanas. Também é possível que o novo pet se dê bem rapidamente no novo ambiente ou até mesmo com outro pet", diz Giuliana.
Presente de viagem
No caso da Baunilha, uma simpática cachorrinha SRD que ganhou o coração de um casal durante viagem a Monte Verde (MG), a adaptação aconteceu naturalmente.
Os tutores alimentaram a doguinha nos dias da viagem, mas não a levaram para casa. "Quando voltamos para São Paulo, fiquei martelando aquilo e entrei em contato com a funcionária do hotel. Ela disse que a proprietária iria se desfazer da Baunilha porque algum hóspede poderia incomodar-se com a presença dela."
Foi então que a futura tutora Camila Carneiro Pinheiro e o marido decidiram que voltariam a Minas Gerais para "resgatar" a cachorrinha.
Inicialmente, acreditaram que Baunilha não se adaptaria ao apartamento pequeno onde moram e resolveram disponibilizá-la para adoção.
"Apareceram três pessoas interessadas e eu não conseguia entregá-la. Sempre inventava coisas para que a adoção não acontecesse. Por fim, ela se apegou a nós, também nos apegamos a ela e a Baunilha virou nossa filhinha", conta Camila.
Hoje, o casal mantém uma rotina de passeios com a cachorrinha, única pet e filha da casa, que apresenta um comportamento exemplar e episódios de muito amor com os "pais" tutores.
Devemos saber que a rotina muda e ter muita paciência, pois o amor vem com o tempo e chega a transbordar", conclui Camila.
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