Cinto fora da calça à la Carrie Bradshaw é última moda dos anos 00 a voltar
Pode parecer, no mínimo, um despropósito: para que mesmo usa-se um cinto se ele não estiver segurando a calça ou a saia?
Mas a decisão de Nicholas Ghesquière, o diretor criativo da Louis Vuitton, de trazer 15 looks com o acessório sobre a pele, fora de qualquer passador para as passarelas da coleção Cruise 2023 na quinta (12) em San Diego pode ser interpretada como mais um passo bem calculado da renascência Y2K — o movimento de nostalgia pela moda da virada do milênio.
Oficialmente, a inspiração da LV seria o contraste entre a fluidez do humano e formas mais duras e estruturadas em uma espécie de deserto pós-apocalíptico, entre a Terra e a tecnologia. "Queria que as roupas funcionassem como reflexos, um ponto de contato entre a luz e as pessoas", justificou o estilista no material de divulgação da coleção.
No entanto, para a internet, as criações de Ghesquière refletem outro ícone fashion: Carrie Bradshaw, a eterna amante de moda e lançadora de tendências vivida por Sarah Jessica Parker na franquia "Sex and the City".
Enquanto a cultura pop revisita Carrie no momento em que ela retorna às telas na série "And Just Like That...", da HBOMax, parecemos todos termos entrado em seu guarda-roupa, mais precisamente, em um episódio de 1998 — pouco antes da tal virada — da série original.
A adoção do truque quase distópico de Carrie nas passarelas da Vuitton, segundo a revista Paper, não seria obra (apenas) de Ghesquière, mas sim de Marie-Amélie Sauvé, colaboradora do diretor.
Ela parece ter uma queda por outras manobras de styling da época e em coleções passadas, trouxe de volta meninas usando gravatas (alô, Avril Lavigne!) e tênis combinados com alfaiataria e longos cheios de glamour, uma opção que Kristen Stewart parece ter patenteado nos tapetes vermelhos desde "Crepúsculo" (2008).
Na Cruise 2023, a dupla ainda ressuscitou outro clássico Y2K: a saia sobre a calça que foi usada por praticamente todas as estrelas da época, de Britney Spears e Mischa Barton a Ashley Tisdale.
Ao que tudo indica, a saudade dos anos 2000 seguirá firme e forte nas próximas estações.
A moda Z
A Geração Z é uma das principais responsáveis por este boom dos cintos — sejam eles úteis ou não. Aqui, podemos relembrar o look de Olivia Rodrigo ao visitar a Casa Branca, nos EUA, há um ano, para incentivar os votos entre os jovens norte-americanos.
A peça vintage em tweed da Chanel se destacava por si só. Mas quem também chamava a atenção no visual era um cinto de correntes, da mesma grife, que não servia para nada. Ou melhor, a não ser complementar o look.
A influência de Olivia fez-se presente logo após sua aparição e milhares de publicações nas redes sociais mencionando o look escolhido por ela. A consequência disso, de acordo com plataforma global de compras de moda Lyst, foi um aumento de 121% nas buscas por enfeites de cintura parecidos.
Mais do que segurar ou cinturar o look, trata-se de uma abordagem meramente estética — que conveniente ganha força ao mesmo tempo em que as calças de cintura baixa despontam como as novas (não) tão favoritas. Com o abdômen de fora, os acessórios em questão preenchem essa lacuna.
Nas passarelas, por exemplo, os enfeites para a cintura vêm brilhando. Literalmente.
A Chanel, para a coleção Resort 2022, nos mostrou mulheres com vestidos de gala complementados por correntes de joias sobrepostas ao tecido. Já a Blumarine destacou uma peça afivelada combinada a um biquíni no desfile Primavera 2022.
Enquanto na pandemia as roupas multifuncionais se tornaram prediletas, neste período é notável um renascimento do vaidoso por si só. Dessa forma, esses cintos fora da calça — ou sobre vestidos e biquínis — encontraram um caimento perfeito.
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