Montanha com arco-íris é atração 'esnobada' perto do Machu Picchu; conheça
Apesar da riquíssima beleza natural e cultura peruana, muitos turistas pensam só em Machu Picchu quando o assunto é um destino curioso e imperdível no país e acabam esnobando outro tesouro da região.
Bem perto dali, está "escondida" uma paisagem nada convencional e de tirar o fôlego: Vinicunca, a tal "Montaña de Siete Colores" (Montanha das Sete Cores, em tradução livre) ou ainda "montanha arco-íris", como é conhecida no país.
Localizada nos Andes, mais precisamente na Cordilheira de Vilcanota a sudeste de Cusco, ela foi descoberta apenas no início dos anos 90, graças ao aquecimento global.
Origem milenar
Segundo o Ministério do Turismo do Peru, Vinicunca costumava ser coberta por gelo até cerca de 30 anos atrás, quando as geleiras da região começaram a derreter. Com a camada de "proteção" fora de cena, pesquisadores encontraram uma formação geológica milenar bastante diversa, que mistura elementos marinhos, lacustres e fluviais.
O acúmulo destes mineirais lavados pelas águas da cordilheira e depositados ali graças também aos ventos e à umidade ocasionou um processo de "enferrujamento" dos compostos no lugar, que deu à montanha sua diversidade de tons.
À "BBC", o geólogo peruano César Muñoz esclareceu que os tons de rosa e vermelho em Vinicunca se devem basicamente a mistura de argilas, especialmente a vermelha, e argilitos. Os tons de verde também são de responsabilidade de argilas, mas de variedade rica em ferro e magnésio, além de óxido de cobre.
Já o branco é composto por areia de quartzo e calcário, enquanto os amarelados, dourados e castanhos são um mix de limonites e areitos calcários ricos em minerais combinados com enxofre. Roxo é cortesia de marga (argila e carbonato de cálcio) com silicatos.
Local imperdível
Vinicunca entrou no mapa dos turistas há menos de uma década, com a popularização das trilhas e do montanhismo na área. Viajantes descobriam suas cores "esbarrando" com ela no caminho para outro pico, Ausangate.
No entanto, a paradinha estratégica rendia boas fotos em redes sociais, despertando tanto a curiosidade de outros potenciais visitantes que, em 2017, ela foi eleita um dos 100 lugares que viajantes devem conhecer no planeta antes de morrer pelo site "Business Insider".
Como conhecer
Para chegar à "montanha arco-íris", o viajante tem que encarar a estrada de carro e a pé por cinco horas, de acordo com estimativas das autoridades de turismo peruanas.
A jornada não é recomendada para quem não tem bom condicionamento físico e experiência prévia com montanhismo, já que o percurso a mais de 5 mil metros acima do nível do mar é desafiador, além de exaustivo. É ideal ainda levar alimentos não perecíveis e embalagens para o próprio lixo, que estarão indisponíveis na região.
Turistas poderão optar por carros ou encontrarão transportes para a região partindo direto de Cusco com parada em Checacupe. De lá, é preciso seguir para Pitumarca e, em seguida, a Pampachari, onde será possível comprar ingresso para entrar em Vinicunca. O curso é de 10 soles (R$ 13,60) para turistas estrangeiros ou 5 soles (R$ 6,80) para locais.
A partir deste ponto, o caminho é feito a pé por cerca de três horas. Planeje seu dia, já que outras três horas são necessárias para descer da montanha. O site oficial de Vinicunca recomenda que o viajante esteja de volta em Cusco por volta das 19h, por questões de segurança.
As melhores vistas do arco-íris são registradas nas temporadas de março a novembro, com menos chuvas de junho a agosto — janeiro e fevereiro são os meses mais chuvosos. A revista "Travel and Leisure" ainda indica que os cliques feitos no amanhecer ou entardecer sejam os mais vibrantes.
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