Modelos brasileiros com mais de 50 anos estão em alta no mercado da moda
Aos 50 anos, Gustavo Canovas está em um dos melhores momentos da carreira. Ele, que também é empresário, começou a trabalhar como ator e modelo em 2010.
Assim como para a maioria das pessoas, a chegada aos 50 trouxe receios, mas que foram resolvidos pela abertura de mercado. "Vivemos uma ótima oportunidade para modelos mais velhos", acrescenta.
Profissional bastante requisitado, ele representa o homem que quer se ver nas campanhas, como conta Anderson Baumgartner, diretor e fundador da WAY Models, pela qual Gustavo atua.
"As pessoas querem se enxergar em editoriais, anúncios e passarelas. Excelentes consumidores, homens mais velhos costumavam comprar roupas vestidas por profissionais de 17 anos nas campanhas, mas hoje, eles precisam se identificar com o produto e com quem usa a peça", diz.
Ter modelos de mais de 50 é algo irreversível, mercado em alta tanto para homens quanto para mulheres"
Para o especialista, a mudança se acentuou desde que as redes sociais ficaram mais presentes. "Com as redes, a questão da verdade passou a ser cada dia mais necessária. Então, as marcas viram a enorme importância de representatividade", diz Baumgartner.
Aos 52 anos, Marcos Luko, da Mega Model, foi uma das sensações das últimas São Paulo Fashion Week. "Recentemente, fui convidado para morar fora do Brasil, a trabalho, como modelo. Tenho 30 anos de carreira e vejo isso como uma abertura maravilhosa aos homens e mulheres mais velhos", comemora.
Não que esses homens não se preocupem com o avanço da idade. A proximidade dos 60, 70 anos é uma questão para todos, como conta Ricardo Herriot, 58, que trabalha como modelo e ator há 40 anos. Mas hoje, a idade afeta menos a carreira, sendo maior a preocupação a de manter saúde e capacidade física, especialmente para continuar a trabalhar e a praticar esportes. Ricardo também atua como professor de jiu-jitsu, modalidade em que coleciona títulos.
O modelo brasileiro é o espelho dessa nova geração de homens de espírito jovem, acima dos 50, que se cuidam e estão bem longe de se aposentar.
Nosso corpo muda muito, e tudo passa ainda mais rápido depois dos 40. De toda forma, nunca achei que minha carreira fosse durar tanto, e ainda engato muitos projetos. Não tenho pretensão de parar"
"A demanda por modelos mais velhos é realidade, e agências que não incluíram esses perfis ficaram para trás", explica Patricia Gabriel, booker da Ford Models, agência para a qual Ricardo trabalha. Ela completa que o mercado absorve muito bem homens e mulheres de até 70 anos e que também está aberto a quem quer começar agora.
Relativamente novo na área, Nino di Primo, de 52 anos, começou a modelar aos 48, pela Mega Model, e os trabalhos só aumentam. "O mercado deu uma grande oportunidade para vários perfis, como modelos com vitiligo, plus size e para sênior também, coisa que, antigamente, não era possível", diz, e completa:
Antes, aos 45 anos você se sentia velho. Hoje, estamos só começando"
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