Gastos com pets pesam no bolso e tutores buscam soluções para driblar crise
Além do supermercado, escola, feira, gasolina e os preços em geral, os gastos com pets também entraram na lista dos itens que sofreram aumentos significativos durante o último ano, considerado o segundo da pandemia.
O peso a mais no bolso tem levado tutores a buscar soluções para manter o padrão de cuidados com os animais de estimação.
Em parceria com o namorado, com quem mora em São Paulo, Girrana Rodrigues Teixeira é tutora dos gatinhos Cecília, 13 anos; Chico Buarque, 8 anos e João Gilberto, 4 anos. Como se não bastasse a alta nos preços das rações, sachês e areias higiênicas, os felinos da casa adoeceram durante a pandemia e, por isso, passaram a consumir rações especiais — mais caras — e remédios, onerando ainda mais o orçamento da casa.
Ainda era 2019 quando a tutora começou a perceber algumas elevações nos preços dos produtos pet.
Em um mês subiram R$ 10, no outro já foram mais R$ 10 e então boom mesmo percebi na pandemia. Os preços aumentaram muito."
Antes disso, os gastos com ração, sachês e areia para os três gatos não ultrapassavam R$ 140.
"Um saco de ração premium comum que um gato saudável come custava R$ 110 em 2018. Hoje, esse mesmo pacote já foi para R$ 160. Um sachê que era R$ 1,60 foi para R$ 3 e um petisco que não passava de R$ 4,50, hoje tem preço médio de R$ 7. A diferença é muito grande", diz Girrana.
Ela também conta que os valores pesaram ainda mais porque problemas renais e gastrointestinais foram diagnosticados em dois dos três gatinhos, que começaram a consumir rações especiais. Enquanto um pacote de 10 quilos de uma ração comum passou a custar R$ 160 já na alta da inflação, a família chega a pagar R$ 270 em 4 quilos do alimento específico para as necessidades dos gatinhos.
Mudar para uma ração mais cara nesse período foi caótico. Isso bateu de uma forma absurda", afirma a tutora.
Uma forma de economizar, pelo menos com os remédios dos gatos, foi optar pelas farmácias de manipulação para fazer os medicamentos. A gatinha Cecília faz uso contínuo de uma medicação que custaria R$ 90 à família para um período de 20 dias, valor que cai para R$ 60 com o mesmo remédio manipulado para três meses.
O que encareceu os produtos
O absurdo a que a tutora dos gatinhos se refere não é apenas uma percepção de consumidora. A Petz afirma que durante o ano de 2021 a rede sofreu com uma inflação que atingiu, em média, 18% dos produtos vendidos em suas unidades.
Os preços finais foram impactados por fatores como pressão do preço das matérias-primas e embalagens, aumento do frete internacional e dos preços das matérias-primas que impactam principalmente os alimentos pet.
O impacto no orçamento tem sido tão grande que a tutora Gislaine Oneda chegou a pensar em mudar a alimentação de Arthur, um Pinscher de 14 anos, Veludo e Thor, ambos SRDs com 4 e 2 anos.
Antes das altas nos preços, a tutora gastava R$ 220 em média em um pacote de ração premium, valor que hoje está em R$ 290.
Soluções para o bolso
Sem coragem de modificar os hábitos dos cãezinhos, ela descobriu os descontos oferecidos em programas de assinatura de alimentos para pets na internet e o valor do pacote caiu para R$ 180.
Segundo a rede Petz, grande parte dos clientes não trocam os produtos pela dificuldade de adaptação do pet a um alimento de menor valor.
De acordo com Aline Penna, vice-presidente de Finanças e Novos Negócios do Grupo Petz, para minimizar o impacto do aumento nos preços dos alimentos, os tutores têm reduzido suas compras em categorias "não essenciais" como acessórios e brinquedos.
Gislaine confirma os dados da rede de petshop e diz que já deixou de comprar outras coisas não só para os animais, como para ela mesma com a intenção de manter a ração e os petiscos de Arthur, Veludo e Thor.
Mais dicas para economizar
Fazer um planejamento de gastos e, a partir de uma lista de tudo o que precisa ser comprado no mês, pesquisar descontos e programas de assinatura são algumas recomendações de especialistas para o momento em que os preços subiram e os salários não acompanharam o crescimento.
A compra de rações em volumes maiores também é uma boa opção para economizar. Proporcionalmente, quanto maior a embalagem, mais barato fica o produto. Nas rações secas, por exemplo, uma dica é calcular o valor por quilo. A diferença do preço por quilo de uma mesma ração de 1 kg e de 10 kg pode ser mais de 40%.
Nesse cenário, só é preciso ter um cuidado maior com o armazenamento das rações para manter a qualidade — de preferência dentro da própria embalagem, sempre bem fechada e em temperatura ambiente.
Para os produtos com preços mais elevados, como os anti-pulgas, por exemplo, a economia de optar por um de duração maior por variar entre 20% e 70% de desconto em comparação com outro de curta duração.
"Vale a pena entender um pouco sobre as propriedades de todos os seus tipos e os modos de uso. Na dúvida, deve-se consultar um veterinário", recomenda Rodrigo Neumann, gerente comercial digital da Cobasi.
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